Homilia de Pe. Angelo Busrnardo- Batismo de Jesus.

BATISMO DO SENHOR

11 / 01 / 2015

Is.42,1-4.6-7 / At.10,34-38 / Mc.1,7-11

Adão foi criado por Deus livre do sofrimento e da morte. Após criá-lo, Deus soprou nele, infundindo-lhe um elemento eterno e tornando assim filho adotivo e semelhante ao próprio Deus. Eva foi tirada de Adão e, portanto, foi criada filha adotiva de Deus e semelhante a Ele. Se Adão e Eva tivessem tido filhos antes de pecar, teriam gerado filhos adotivos de Deus e semelhantes a Ele. Adão e Eva pecaram e, ao serem confrontados por Deus, não se arrependeram. Por isto Deus não pôde perdoá-los.

Como perante Deus não se obedece a dois senhores, tendo obedecido a satanás, Adão e Eva se tornaram escravos de belzebu. Escravos só podem gerar escravos. Assim todos os descendentes de Adão e Eva são escravos de satanás. O filho sai de casa quando quiser, mas o escravo só pode deixar o seu senhor se alguém o libertar.

Para libertar sua criatura humana Deus precisou enviar seu Filho Jesus. A vinda do libertador foi anunciada por Isaías: 1 Eis meu servo a quem apoio, meu eleito, ao qual quero bem! Pus nele meu espírito; ele levará o direito aos povos (Is.42,1). A vinda de Jesus não libertou automaticamente os seres humanos da escravidão do demônio, mas apenas colocou à disposição de todos os meios através dos quais todos livremente podem libertar-se da escravidão do demônio e recuperar a filiação adotiva de Deus: 11 Veio para o que era seu, mas os seus não a receberam. 12 Mas a todos que a receberam, aos que creem em seu nome, deu o poder de se tornarem filhos de Deus; 13 estes não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo.1.11-13). Os sacramentos são os meios que Jesus colocou à disposição de todos para recuperar a filiação divina. O primeiro sacramento é o batismo que tem a função de libertar da escravidão do demônio.

Batizando no rio Jordão, João Batista preparava o povo para o verdadeiro batismo que Jesus iria instituir na última ceia. Para confirmar o trabalho de João Batista, Jesus, que não precisava de nenhum batismo, se submeteu ao batismo de João e a voz do Pai confirmou a missão de João Batista anunciando o cumprimento da profecia de Isaías: 9 Naqueles dias, Jesus veio de Nazaré da Galiléia e foi batizado por João no Jordão. 10 E logo que Jesus saiu da água, viu os céus abertos e o Espírito descendo sobre ele como uma pomba. 11 E do céu uma voz dizia: “Tu és o meu Filho amado, de ti eu me agrado” (Mc.1,9-11).

Sendo Deus, Jesus não precisava de sacramento algum. Com a recepção do batismo de João, Jesus anunciou o sacramento que futuramente colocaria à disposição de todos aqueles que quisessem recuperar a filiação adotiva divina. O próprio João Batista afirmou que batizava com água em preparação para o verdadeiro batismo que Jesus iria instituir posteriormente: 7 E pregava dizendo: “Depois de mim, vem um mais forte do que eu. Diante dele nem sou digno de abaixar-me e desatar a correia das suas sandálias. 8 Eu vos batizei em água, ele vos batizará no Espírito Santo” (Mc.1,7-8).

Jesus instituiu os sacramentos na última ceia e os confiou exclusivamente à Igreja Católica, a única que foi fundada por Ele. Portanto, somente a Igreja Católica fundada por Jesus pode conferir sacramentos válidos. Cornélio era um militar romano que se tinha convertido à fé de Israel e levava uma vida religiosa convicta e fiel segundo a religião judaica. Cornélio praticava os ensinamentos de Jesus, mas não fazia parte da Igreja fundada por Ele. Se bastasse cumprir os ensinamentos de Jesus para se salvar Cornélio e sua família já estariam no caminho certo. Mas para se salvar, Cornélio e sua família precisavam receber o batismo e os demais sacramentos e tornarem-se membros da Igreja fundada por Jesus. Por isto, Deus enviou um anjo para Cornélio e para Pedro e induziu Cornélio e sua família a receber o batismo (Cf.At.10,1-20).

Praticar os ensinamentos de Jesus sem receber os sacramentos não é suficiente para se salvar conforme vimos no caso de Cornélio e sua família. Por outro lado a simples recepção dos sacramentos sem o cumprimento da doutrina ensinada por Jesus também não é suficiente para salvar. Após a ressurreição, ao enviar os apóstolos a pregar, Jesus disse: 16 Os onze discípulos foram para a Galiléia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. 17 Logo que o viram prostraram-se; alguns, porém, duvidaram. 18 Então Jesus se aproximou e lhes disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. 19 Ide, pois, fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, 20 ensinando-os a observar tudo quanto vos mandei (Mt.28,16-20). Jesus mandou:

1. Fazer discípulos: Antes de batizar é necessário anunciar a Pessoa de Jesus e induzir o indivíduo a aceitar Jesus. Para se tornar discípulo de Jesus não é necessário que a pessoa em questão conheça toda a doutrina ensinada por Jesus. Mas é preciso que tenha algum conhecimento de Jesus para optar por Ele.

2. Batizar em nome da Trindade: Desde que a pessoa se comprometeu a praticar a doutrina ensinada por Jesus pode receber o batismo, mesmo que ainda não conheça tudo aquilo que Jesus ensinou contanto que o candidato ao batismo se comprometa a continuar o aprendizado.

3. O candidato ao batismo deve se comprometer a aprender e colocar em prática os ensinamentos de Jesus.

Código : domin917

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com