VINDE APÓS MIM

Paulo Sergio Larios

16. Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores.

17. Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens."

18. Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no.

(Marcos 1:16-18)

A PALAVRA DE ONTEM

Eu quero chamar de “Palavra de Ontem” a Palavra, ou saudação, que se eu tivesse tido a oportunidade de pregar, seria essa a pregação, ou saudação que eu teria feito. Eu sempre vou preparado para a Igreja, mas nem sempre a oportunidade é-nos dada, e entendemos o porque, temos vários outros obreiros também e todos devem ter a oportunidade um dia ou outro.

Eu tenho tido o costume de escrever, em certo sentido, pra mim mesmo. Deus tem dado muitos assuntos e tenho escrito, também, para não esquecer. Hoje, olho para traz e lendo algumas coisas que escrevi, nem acredito que fui eu. Por outro lado, noto também, que cresci em alguns aspectos e que tinha na mente aquela preocupação naquela época. Algumas coisas que disse, não pregaria mais hoje, por achar algumas delas datadas, como uma necessidade para aquela época, que já foi, já passou. Hoje a minha preocupação não é tanto em interpretar a passagem pela simples passagem, mas tento decifrar uma interpretação maior e mais abrangente. Tipo: qual é o sentido do Antigo Testamento, ou qual é o sentido do Novo Testamento; ou, qual é o sentido dos milagres de Jesus; ou o que significa a primogenitura – esse estudo ainda não coloquei no papel, mas em breve o escreverei, se Deus assim o permitir.

A MAIOR TRANSFORMAÇÃO DE TODAS

A palavra de Ontem, que seria uma saudação, se eu tivesse tido a oportunidade na terça-feira, seria sobre a transformação do crente.

Num dia qualquer, alguém está se afogando no mar da vida. Que coisa boa quando alguém está se afogando, portanto a pessoa é um náufrago, talvez agarrado a uma pequena tábua jogana no mar. O mar pode significar o mundo e os problemas do mundo. Afogando-se, ou sem solução, o náufrago, no meio do mar, passando alguém com um barquinho, lança o anzol e pesca esse náufrago que se afogava no mar.

Uma vez que o náufrago, que agora se transforma em peixe, é pescado pelo pescador, ele é tirado da água e levado no barco até a terra. Na terra o peixe, antes náufrago, se não for levado ao aprisco, ele vira um peixe-zumbi, pois uma vez tirado do mundo/mar, uma vez esclarecido pela Palavra, iluminado pelo Espírito, nunca mais volta a ser o que era, sua mente abriu, seu coração ganhou luz e iluminado ouve o principio da sua vivificação, pois o homem do pecado que estava morto, volta à vida. Entretanto o homem do pecado que volta à vida, precisa ir sendo santificado e continuar na tribo, senão ele perde a pouca luz que ganhou, mas que suficiente, pode o levar até o Céu e salvar a sua alma. Se o peixe que era náufrago, não encontrar um novo caminho e simplesmente for tirado da água e ali, perdido na terra ficar, esse naufrago, peixe, agora vira um peixe-zumbi, um morto vivo, um peixe-morto-vivo; e a sua situação fica pior do que antes, pois uma vez esclarecido, agora não pode e não sabe como voltar mais para o mundo/mar. Uma vez esclarecido, ou pescado, ele agora foi estragado para o seu antigo ambiente, o pecado. Uma vez retirado a água, esse peixe agora está estragado para o pecado.

O correto porém não é que o naufrago, peixe, fique na terra como um peixe-zumbi, mas que ele seja retirado imediatamente da água e levado a um aprisco, onde agora o peixe vira ovelha. Uma vez o peixe virando ovelha, ele agora vai aprendendo a ser ovelha, a comer com as ovelhas e viver como ovelha a cheirar como ovelha a ser ovelha e a falar como ovelha. Aos poucos o pescador, que é o ensinador da ovelha, vai doutrinando-a, ensinando-a a ser ovelha e a se portar como ovelha e o pescador agora não é mais um pescador, mas um pastor, pois ele está pastoreando a ovelha que ele pescou. A ovelha que era peixe, que era náufrago, vai aprendendo a ser ovelha e com o tempo vai se destacando e virando a líder das outras ovelhas. E a ovelha que era peixe, que era náufrago, agora tornando-se líder das outras ovelhas, vira pastor e vai aprendendo a ser pastor e a pensar como pastor e a cheirar como pastor e a sofrer como pastor e a entender que as ovelhas dependem do pastor, senão as ovelhas que estão sendo doutrinadas e ensinadas e algumas ainda cheiram a náufrago e outras vão cheirando já como ovelhas, mas tem alguma que está cheirando a pastor como essa ovelha que era naufrago, que virou ovelha que vira pastor.

Mas como diz Paulo, vamos mostrar um caminho mais excelente. O sentido maior, ou ultimo do Evangelho, demonstrado nessa passagem, onde Pedro foi chamado para ser pescador de homens, é que o fim disso não é chegar a ser um pastor, mas o caminho mais excelente é chegar a ser um pescador, pois o naufrago, que virou peixe, que virou ovelha, que virou pastor, agora entende que precisa ir para o mundo/mar, pois sente o chamado, precisa arrumar a sua rede, ou o seu anzol e um barco e precisa ir pescar. A ovelha, pastora, agora sente o chamado de ser um pescador, ou pescadora e ir pescar os náufragos, para jogar alguns direto no aprisco, para que virem ovelhas e virem pastoras e quem sabe pescadoras também.

O ambiente do pescador é outro do aprisco e agora ele sente o vento no rosto, o cheiro do mar salgado, ouve os gritos dos náufragos, sente o marulho do mar, o Sol quente durante o dia e olha para as estrelas à noite. É lógico que esse pescador, antes pastor, não usa mais gravata, mas uma bermuda; sua Biblia, outrora repousando num púlpito, agora vira uma vara de pesca e o linguajar é outro, mais afeiçoado ao naufrago do que à liturgia do Templo Sagrado. Livre, leve e solto, o pescador vai singrando os mares, com a desenvoltura de alguém eu um dia se afogava ali, mas que agora caminha, ou navega, por cima das ondas e mesmo que esse pescador se depare vez ou outra com uma tempestade, mas é ele, quem Deus no Céu mandou, para pescar alguns peixes, que virarão ovelhas, que se transformarão em pastores e pescadores também.

Bom, é isso que eu ia falar, se eu tivesse tido a oportunidade...