Homilia de Pe. Angelo Busrnardo- A Sagrada Família de Nazaré.

A SAGRADA FAMÍLIA

28 / 12 / 2014

Eclo.3,3-7.14-17ª / Cl.3,12-21 / Lc.2,41-52

A família mais perfeita que existiu se manteve unida estritamente pelo amor: José era esposo de Maria apenas pela lei, porque tinha assumido com ela o compromisso de respeitar o voto de virgindade que ela havia feito antes de casar. Jesus era filho de Deus e, portanto, não era filho de José.

Sendo mãe de Deus, Maria priorizou a vontade de Deus, mesmo com o risco de desagradar a José. Após conceber por obra do Espírito Santo, Maria recebeu a missão de santificar João Batista que estava sendo gerado por Isabel, esposa do sacerdote Zacarias: 13 Mas o anjo lhe disse: “Não tenhas medo, Zacarias, porque foi ouvida tua oração. Isabel, tua mulher, vai te dar um filho a quem darás o nome de João. 14 Ficarás alegre e muito feliz, e muitos se alegrarão com seu nascimento. 15 Ele será grande diante do Senhor. Não beberá vinho nem licor e desde o ventre de sua mãe estará cheio do Espírito Santo (Lc.1,13-15). Maria, apesar de casada com José, ainda não morava com ele, porque conforme o costume judeu da época, a mulher que casava pela primeira vez só ia morar com o marido um ano após o casamento. Apesar de não morarem juntos, no primeiro ano do casamento, a mulher podia ter relações sexuais com o marido. Por isto, Maria foi para Jerusalém sem avisar o marido que estava grávida por obra do Espírito Santo. Ao voltar de Jerusalém grávida, Maria criou uma confusão na cabeça de José que chegou a pensar em abandoná-la: 18 A origem de Jesus Cristo, porém, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José. Mas antes de morarem juntos, ficou grávida do Espírito Santo. 19 José, seu marido, sendo homem justo e não querendo denunciá-la, resolveu abandoná-la em segredo (Mt.1,18-19). Assim Maria colocou as obrigações para com Deus acima das obrigações para com o marido.

Jesus sempre foi e é perfeito. Maria e José eram e são santos. Por isto não foi difícil conviverem apesar de José estar casado mas ser forçado a viver como se não tivesse mulher, ser obrigado a sustentar Maria e Jesus que não era filho biológico dele: 12 Vós, pois, como eleitos, santos e amados de Deus, revesti-vos de sentimentos de carinhosa compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência (Cl.3,12).

Certamente quando Herodes apresentou ao templo o seu filho primogênito, o sumo sacerdote e toda a sua equipe de sacerdotes estava a postos no templo para recebê-lo com todo o aparato musical com cantos e festas. Jesus foi recebido por sacerdote aposentado que estava esperando apenas para ver o Messias para morrer: 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Justo e piedoso, ele esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. 26 Pelo Espírito Santo lhe fora revelado que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, veio ao Templo. E quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo, a fim de cumprirem a respeito dele o que estava escrito na Lei, 28 tomou-o em seus braços e louvou a Deus dizendo: 29 “Agora, Senhor, já podes deixar teu servo ir em paz, segundo a tua palavra. 30 Porque meus olhos viram a salvação (Lc.2,25-30).

A convivência entre os membros da família traz alegria, mas pode também gerar atritos. Para que eventuais atritos sejam superados é necessário que todos sejam compreensivos e tenham um espírito predisposto a perdoar: 13 Suportai-vos uns aos outros e perdoai-vos mutuamente toda vez que tiverdes queixa contra outrem. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai também vós. 14 Mas, acima de tudo, revesti-vos da caridade, que é vínculo da perfeição (Cl;3,13-14). Quando um membro da família se torna intolerante e está sempre predisposto a impor o próprio ponto de vista a qualquer custo a convivência familiar se torna insuportável.

O sumo sacerdote e os demais líderes eclesiásticos do templo também estavam em Jerusalém quando Maria e José apresentaram Jesus ao templo e nenhum deles foi avisado pelo Espírito Santo que o Messias estava sendo apresentado ao templo. O Espírito Santo preferiu deixar de sobreaviso e convocar ao templo Simeão, um sacerdote que pela idade estava afastado do ministério: 25 Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Justo e piedoso, ele esperava a consolação de Israel, e o Espírito Santo estava com ele. 26 Pelo Espírito Santo lhe fora revelado que não morreria sem primeiro ver o Cristo do Senhor. 27 Movido pelo Espírito, veio ao Templo. E quando os pais levaram o menino Jesus ao Templo, a fim de cumprirem a respeito dele o que estava escrito na Lei, 28 tomou-o em seus braços e louvou a Deus dizendo: 29 “Agora, Senhor, já podes deixar teu servo ir em paz, segundo a tua palavra (Lc.2,25-29). Se Deus colocou de lado os líderes eclesiásticos que governavam a Igreja naquele momento é porque eram infiéis e exerciam o cargo de forma indigna.

Isto serve também para a Igreja do nosso tempo. Quem governa a Igreja deve sempre analisar suas atitudes e verificar se está sendo coerente com a missão que assumiu e quem é governado, sem criticar, devem analisar as ações daqueles que estão no comando para não se deixar enganar. Podemos nos perguntar: “Se eu tivesse sido contemporâneo de Jesus e estivesse morando em Israel a quem teria seguido, a Jesus ou às autoridades eclesiásticas da época? Jesus disse que na cátedra de Moisés estavam sentados os líderes eclesiásticos da época mas que não deviam se imitados: 1 Então Jesus falou às multidões e a seus discípulos: 2 “Os escribas e os fariseus estão sentados na cátedra de Moisés. 3 Portanto, fazei e observai tudo o que eles vos disserem, mas não os imiteis nas ações, porque eles dizem e não fazem (Mt.23,1-3). Alguns líderes eclesiásticos atuais se afastaram tanto da verdade que é aconselhável evitar o que fazem e até o que mandam fazer.

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 26/12/2014
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