Homilia Pe. Ângelo Busnardo (Terceiro Domingo do Advento)

TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO

14 /12 / 2014

Is.61,1-2ª.10-11 / 1Ts.5,16-24 / Jo.1,6-8.19-28

Jesus foi enviado pelo Pai e o Espírito Santo o acompanhou para tornar a sua pregação eficaz: 1 O espírito do Senhor Deus repousa sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me para levar uma boa-nova aos pobres, medicar os homens descoroçoados, proclamar aos cativos a libertação e aos prisioneiros a abertura do cárcere (Is.61,1). Na sinagoga de Nazaré, Jesus afirma que esta profecia se realizou na pessoa dele: 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, deu com a passagem onde se lia: 18 O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para anunciar a boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar aos aprisionados a libertação, aos cegos a recuperação da vista, para pôr em liberdade os oprimidos, 19 e para anunciar um ano da graça do Senhor. 20 Jesus fechou o livro, devolveu-o ao assistente e sentou-se. Os olhos de todos os presentes na sinagoga se fixaram nele. 21 Então começou a falar-lhes: “Hoje se cumpriu esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. Jesus se encarnou para anunciar o Evangelho a todos, inclusive aos pobres.

O Espírito Santo que agiu em Jesus para anunciar o Evangelho continua agindo nas pessoas que consagram a vida ao serviço de Deus. Apesar de Jesus ter anunciado a salvação a muitos e ter beneficiado muitos com milagres, apenas um número reduzido de pessoas se converteu. Aqueles que consagram a vida à pregação do Evangelho hoje também precisarão anunciar a salvação a muitos para converter alguns. Apesar de a salvação estar à disposição de todos e o Espírito Santo ser poderoso, a liberdade humana induz a maioria a rejeitar a proposta de Deus e se condena. Os próprios habitantes de Nazaré, ao ser evangelizados por Jesus, rejeitaram a proposta dele e até tentaram matá-lo: 28 Quando ouviram isso, todos os que estavam na sinagoga ficaram furiosos. 29 Levantaram-se, arrastaram-no para fora da cidade e o conduziram até o alto do monte onde estava construída a cidade, para dali o precipitarem. 30 Mas, passando por meio deles, Jesus foi embora (Lc.4,28-30). Aquele que anuncia a salvação com fidelidade, apesar de sofrer perseguições, além da grande recompensa que recebera no céu, experimentará muita alegria durante esta vida: 10 De coração me alegro no Senhor, e minha alma exulta em meu Deus! Pois revestiu-me dos trajes da salvação, envolveu-me com o manto da justiça, qual noivo que ajeita seu turbante, qual noiva que se enfeita com as jóias (Is.61,10).

Como a maioria, mesmo entre os batizados, vive como pagãos, os verdadeiros seguidores de Jesus são submetidos a dificuldades. Mas, em vista da recompensa futura, todos devem conservar a alegria: 16 Vivei sempre alegres. 17 Orai sem cessar. 18 Em todas as circunstâncias dai graças porque esta é a vontade de Deus em Jesus Cristo (1Ts.5,16-18).

Os judeus contemporâneos de Jesus esperavam a vinda de três personagens bíblicos:

A volta do profeta Elias: 23Eis que vou enviar-vos Elias, o profeta, antes que chegue o dia do Senhor, grande e terrível. 24Ele fará voltar o coração dos pais para os filhos e o coração dos filhos para os pais, para que eu não venha ferir o país com extermínio (Ml.3,23-24).

O profeta prometido a Moisés: 15 O Senhor teu Deus suscitará em teu favor do meio dos irmãos um profeta como eu: é a ele que deverás ouvir (Dt.18,15).

O Messias: 13 Então Isaías disse: “Ouvi, casa de Davi! Parece-vos pouco fatigardes os homens para que fatigueis também o meu Deus? 14 Por isso, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a jovem mulher está grávida e vai dar à luz um filho, e lhe dará o nome Emanuel (Is.7,13-14).

O povo que procurava João Batista considerava que ele poderia ser um destes personagens. Por isto, as lideranças eclesiásticas de Jerusalém enviaram representantes a João para saber quem ele efetivamente era: 19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para lhe perguntar: “Quem és tu?” (Jo.1,19). João afirmou que não se identificava com nenhum dos três personagens esperados por Israel, mas representava o personagem anunciado por Isaías: 22 Disseram-lhe então: “Quem és afinal, para darmos resposta aos que nos enviaram? Que dizes de ti mesmo?” 23 Ele disse: “Eu sou a voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor, segundo disse o profeta Isaías” (Jo.1,22-23).

João não era o Messias, mas informou que o verdadeiro Messias já estava no mundo, apesar de eles não o conhecerem: 26 João respondeu-lhes: “Eu batizo com água, mas no meio de vós está alguém que vós não conheceis. 27 É ele que vem depois de mim, de quem não sou digno de desatar a correia das sandálias” (jo.1,26-27). Jesus continua entre nós apesar de a maioria dos cristãos negarem a sua presença. Uma hóstia consagrada é o verdadeiro Jesus, corpo, sangue, alma e divindade, apesar de todos os protestantes e muitos católicos considerarem que a Eucaristia é apenas uma representação simbólica de Jesus.

Quem se recusou a admitir que Jesus era o verdadeiro Messias no tempo da sua primeira vinda, automaticamente recusou a salvação que Ele trouxe. Quem, hoje, nega, não recebe ou recebe em pecado mortal a Eucaristia também se condenará, segundo Jesus afirmou: 53 Jesus lhes disse: “Na verdade eu vos digo: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54 Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia (Jo.6,53-54).

Código : domin914

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 11/12/2014
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