O EGOISMO DO POVO DE DEUS

 É possível que o povo que se tem como povo de Deus e que tenha sido chamado para a luz possa ser egoísta ou esteja possuído desse sentimento? Vamos suscitar um questionamento nesse aspecto, evidenciando atitudes que manifestam esse comportamento.  

Jesus, antes de ser assunto ao céu, disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações...”. Mt. 28:19.  Também disse: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Mc. 16:15.

 Mas o que observamos no comportamento da quase totalidade do povo chamado para ser luz ao mundo, é que se segrega e se isola, como se evitasse contrair alguma doença incurável que o possa infectar se entrar em contato com o pecador, e, desse modo, não manifesta a luz que diz ter. Esses que assim agem são quase sempre assíduos frequentadores das suas congregações, contribuidores para suas organizações religiosas e tem um conceito próprio de religiosidade.

 Também, quando falam a outros daquilo no qual dizem crer, não raro fazem menção “a sua igreja e ao seu pastor” e não aquilo que Jesus mandou anunciar: o evangelho. Talvez porque nem saibam mesmo o que significa o evangelho, embora repitam um texto de Paulo, o qual diz: “Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego.” Rm. 1:16.  

Membros de organizações religiosas podem passar dezenas de anos em uma igreja e nunca alcançar capacidade para falar do amor de Deus aos seus vizinhos e amigos, muito menos a outros menos conhecidos, e, possivelmente nem chegar a conhecer o amor de Deus, o qual está definido em I Jo. 5:3, onde o Espírito, falando pelo apóstolo João, diz: “Porque o amor de Deus é este: “Os seus mandamentos que guardamos”.

E é mesmo natural que não manifestem aquilo que não saibam ou não conheçam. Por essa razão diz o Espírito por Paulo “Pois entre estes se encontram os que penetram sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulheresinhas sobrecarregadas de pecados, conduzidas de várias paixões, que aprendem sempre e jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.” II Tm. 3:6 e 7.  

Mesmo alguns que se propõem anunciar a outros e se tem dedicado à divulgação do nome de Jesus, se tendo por evangelistas, podem estar com os olhos untados e não estejam vendo distintamente o que é manifesto nas sagradas escrituras. Pois anunciam que Jesus é o salvador, mas não conseguem entender em que se traduz a salvação. Falam em aceita-lo, mas não evidenciam a condição principal, qual seja, aceitar a verdade, a sua lei, da qual Jesus veio dar testemunho.” Sl. 119:142. Jo. 8:45 e 46;Jo. 18:37.  

Esses que assim agem são ávidos por ganhos e lutam por se estabelecer, a fim de viver satisfeitos nesta vida. Vivem fazendo negócios, sempre visando ganho e lucro, bem como fazer com que a sua família esteja abrigada do mau tempo. Assim, seus filhos alcançam graus elevados nas ciências humanas e se estabelecem diante deles, como está previsto para o ímpio. Sl. 73. E louvam a si mesmo por fazerem bem aos seus, bem como por ter alcançado muito. E isso parece aos seus olhos como consequência da sua fidelidade e comportamento. Embora não ajudem aos necessitados, nem ao órfãos, nem a viúvas, muito menos aqueles que tem como irmãos, por pertencerem a mesma organização religiosa.  

Paulo, numa epístola ao seu filho na fe, Timóteo, informa a ele sobre o que aconteceria no fim dos tempos, dizendo que, entre outras coisas, os homens seriam egoístas. E aqueles que se tem como discípulos e até mestres estão agindo como previsto em II Tm. 3:2.  

Portanto, não é de admirar que assim esteja acontecendo no meio do povo que deveria ser diferente e que se tem como diferente, embora esteja agindo como os demais.

Oli Prestes

Missionário