Escola Dominical - O que é Igreja: texto de apoio para pastores e professores (Parte 1)
ESCOLA BÍBLICA ECLESIÁSTICA EM CLASSE
O QUE DEVEMOS ENTENDER POR IGREJA?
1. Afirmações equivocadas sobre o significado da palavra Igreja
Você ouviu frases como estas?
(1) A IGREJA somos nós. Essa afirmação é equivocada, é falsa, enganadora e demonstra o quanto a ignorância e a estupidez domina a falta de interesse que alguns crentes tem em relação ao empenho em estudar as Sagradas Escrituras; Uma pessoa não pode ser uma igreja, pode ser um “templo”. Vamos aprender e ensinar que TEMPLO e IGREJA são coisas diferentes;
(2) A Igreja Católica Apostólica Romana se auto denomina “A Igreja”, dizendo com isso que é a única igreja verdadeira, a primeira igreja que existiu desde os tempos de Jesus Cristo. A afirmação não é verdadeira e a maioria dos membros das igrejas evangélicas protestantes não estão, no mínimo, preparadas nem se preparam para responder esta questão. Se colocadas na parede se desesperam. Nem os pastores e professores de escola bíblica são capazes e capacitados para ministrar noções de História do Cristianismo nas comunidades. O problema é que os pastores e professores de escola bíblica são, erroneamente, ensinados que tudo devem procurar na Bíblia para responder, quando existem informações que não poderiam estar nas Escrituras, visto que foram acontecendo depois que os seus livros foram escritos. É impossível saber qual a primeira Igreja se os crentes não forem levados para os estudos em livros de História, mais precisamente, os de cunho universitário. Não há outra saída. Os historiadores estão de acordo que o Cristianismo foi, aos poucos se modificando. Não existe essa expressão “retornar à Igreja Primitiva”, comum nos guetos do pentecostalismo. Não há como voltar, nem há necessidade disso. Mesmo durante o período em que os apóstolos viveram, essas mudanças começaram acontecer e talvez nem eles tenham tido consciência de que elas estavam acontecendo. Essas mudanças proporcionam aspectos contraditórios nas práticas, razão porque existem tantas denominações. Só para exemplificar, as comunidades primitivas começaram presbiterianas no seu governo, foram para o congregacionalismo e algumas acabaram no modelo episcopal. A forma de escolher os bispos (que chamam os protestantes de pastores) foi se modificando. Da escolha baseada nos chamados dons espirituais miraculosos para critérios mais burocráticos já aparecem nos escritos de Paulo. Retornemos a afirmação de que a Igreja Católica Romana foi a primeira.
A primeira Igreja que surgiu foi a de Jerusalém, depois Antioquia. No começo do Cristianismo as comunidades cristãs copiaram o modelo das sinagogas, isto é, eram locais e congregacionais, o que lhes dava autonomia administrativa, embora tivessem uma boa unidade em torno de determinados apóstolos. A Igreja Católica é o resultado da corrupção ou transformação doutrinária que acometeu a comunidade cristã original de Roma, capital do Império Romano, ao longo dos próximos 200 anos depois da morte dos apóstolos, principalmente de Paulo, em 67 d.C. A igreja que recebeu e creu nos ensinos constantes na Epístola aos Romanos se transformou no que, hoje, chamamos de catolicismo. Aí é preciso recorrer aos estudos históricos se não, os crentes e os líderes estão perdidos no conhecimento da fé.
(3) Igreja Pentecostal Deus é Amor, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Internacional da Graça, Igreja do Deus Vivo, Assembléia de Deus Vitória em Cristo. Estas formas de se referir as igrejas locais é um despropósito total para a fé cristã. São comunidades locais que deixaram de ser comunidades cristãs, cujo Cabeça deveria ser o Senhor Jesus para se transformarem em empresas rentosas, poderosas e sustentadoras de vaidades pessoais de seus proprietários. Todas elas mantém o mesmo modelo de governo praticado pelo catolicismo que tanto combatem, o sistema papal, quando a palavra de seus fundadores é assume caráter doutrinário e de infalibilidade, pois afinal, todos governam seus fiéis a partir das supostas revelações diretas que alegam receber do Espírito Santo. Uma igreja cristã não pode ser do Reino de Deus, porque o Reino de Deus é uma questão judaica, nem pode ser Internacional, como se houvessem igrejas não internacionais, quando a missão do cristão é levar o amor de Deus ao mundo, ou ainda, Uma igreja que não seja uma assembleia é uma contradição sem tamanho. As igrejas locais não podem ser propriedades de homens, nem correrem o risco de que caso, algum deles se desvie da fé, arrastem com isso milhares de pessoas.
4. Igrejas com pseudo-pastores vestidos de médicos e enfermeiros cheios de rituais mágicos, vendendo coisas sagradas. Diante de tanto sofrimento físico e mental, principalmente provocado pelo sistema econômico capitalista, dominado por doenças cuja cura a Ciência não encontrou, atingindo crianças e pobres, doenças da alma por causa das formas violentas de relações humanas, alterações genéticas, é importante que as igrejas tenham um trabalho de apoio, esperança, bolsas de saúde, amparo e até mesmo envolvendo-se nos processos de cura, utilizando todos os instrumentos disponíveis no mundo, mas a missão fundamental das igrejas não é a operacionalização de milagres físicos nem a pretensão impossível de tentar reviver o contexto histórico do primeiro século, até porque a forma de cura que lá ocorria, não vemos nem veremos acontecer em nossos dias. Basta exemplificar da seguinte forma, Jesus Cristo nunca chamava para perto de si os doentes, nem conclamava populações para grandes concentrações de milagres. Pessoalmente ia até os lugares onde os doentes se encontravam, procurava os portadores de doenças incuráveis pela medicina da época. Isso nunca foi feito em nossos dias. Jesus Cristo terminou seus dias terrenos numa cruz e não morando em apartamentos luxuosos, nem figurando na lista dos líderes mais ricos de seu tempo, nem pregava em púlpitos blindados, coisas do gênero.