Homilia Pe. Ângelo Busnardo- Finados.
De 01 até 08 de novembro pode-se obter indulgências plenárias (uma por dia) aplicáveis somente às almas do purgatório.
Condições: Confissão sacramental: uma confissão é suficiente para os oito dias. Visita a um cemitério ou uma igreja. Orações pelas intenções do papa que podem ser Creio. Pai nosso, Ave Maria, glória e Salve Rainha (Cf. Manual das Indulgências Nr.13).
FINADOS
02/11/2014
Jó 19,1.23-27ª / 1Cor.15,20-24ª.25-28 / Mt.11,25-30
O principal objetivo de cada pessoa deve ser a salvação. A salvação ou condenação se define logo após a morte, mas ela é decidida durante esta vida. Quem quiser salvar-se deverá amar a Deus através da observância dos mandamentos: 9 Como o Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10 Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, como eu também guardei os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor (Jo.15,9-10). Jesus resumiu os mandamentos ao amor a Deus e ao amor ao próximo: 34 Quando os fariseus souberam que Jesus fizera calar os saduceus, juntaram-se em bloco. 35 E um deles, doutor da Lei, perguntou, para o testar: 36 “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37 Jesus lhe respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. 38 Este é o maior e o primeiro mandamento. 39 Mas o segundo é semelhante a este: Amarás o próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt.22,34-40).
Quem ama a Deus com um amor maior do que o amor que dedica a si mesmo automaticamente cumpre todos os demais mandamentos, porque não quer ofender a Deus e a não observância de algum dos mandamentos ofende a Deus. Devemos observar, porém, que o segundo mandamento é semelhante e não igual ao primeiro mandamento. Adão e Eva foram criados semelhantes a Deus mas eram infinitamente inferiores a Ele. Nós somos semelhantes a Deus mas somos infinitamente inferiores a Ele. Portanto, o segundo mandamento é infinitamente inferior ao primeiro.
Quem cumpre com perfeição o primeiro mandamento se salva, porque, cumprindo com perfeição o primeiro mandamento, cumpre automaticamente também os outros mandamentos. Mas quem, ignorando o primeiro mandamento, cumpre com perfeição o segundo mandamento (amar o próximo como a si mesmo) se condena. Muitos dizem: “Eu me salvo porque não fiz mal a ninguém”! Grande ilusão! O dono do céu é Deus e não o próximo. Para entrar na casa do Pai é necessário atribuir-lhe, durante esta vida, um amor superior ao amor que atribuímos a nós mesmos.
É bom rezar pelos defuntos. Mas a nossa oração beneficia a alma por quem rezamos somente se ela estiver no purgatório. A alma que está no céu não precisa de nossas orações e, para a alma que está no inferno as nossas orações de nada servem. Se oferecermos as almas dos nossos parentes falecidos a nossa conversão, os nossos esforços para nos purificar e santificar, isto favorece tanto as almas que estão no céu, como as almas que estão no purgatório e no inferno. As almas que estão no inferno passam por dois sofrimentos:
1. O fogo do inferno: mesmo que o papa, todos os cardeais, todos os bispos e todos os padres se reúnam para rezar por uma alma que está no inferno, a temperatura em que a alma se encontra não diminuirá.
A alma que está no inferno sofre também por constatar que alguns dos parentes ou todos os parentes que estão ainda na terra vivem em pecado mortal e, com o passar do tempo, irão também para o inferno. Jesus contou a parábola da alma do rico que estava no inferno e da alma do Lázaro que estava na mansão dos mortos. Aquele que estava no inferno primeiro pediu água para amenizar o calor: 23 E na morada dos mortos, em meio aos tormentos, levantou os olhos e viu de longe Abraão e Lázaro ao seu lado. 24 Ele então gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim. Manda que Lázaro molhe a ponta do dedo e venha refrescar-me a língua, porque sofro nestas chamas’ (Lc.16,23-24). Abraão respondeu que não era possível fornecer-lhe água: 25 Respondeu Abraão: ‘Filho, lembra-te de que em vida recebeste teus bens e Lázaro seus males. Agora ele aqui é consolado e tu, atormentado. 26 Ademais, entre nós e vós há um grande abismo. Os que quiserem passar daqui para aí não podem, nem tampouco daí para cá’ Lc.16,25-26). Além de sofrer por estar no inferno, sofria também por constatar que os cinco irmãos que tinha deixado na terra viviam em pecado mortal e, se não se convertessem, também iriam para o inferno após a morte: 27 O rico disse: ‘Peço-te, então, pai, que ao menos o mandes à casa de meu pai, 28 pois tenho cinco irmãos. Que Lázaro os advirta, a fim de que não venham também eles para este lugar de sofrimento’ (Lc.16,27-28). Por isto, pediu a Abraão que mandasse Lázaro para a terra avisar os cinco irmãos que precisavam se converter para evitar o fogo do inferno: 29 Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os Profetas. Que os escutem’. 30 Disse ele: ‘Não é isso, pai, é que se algum dos mortos fosse até lá, eles se converteriam’ (Lc.16,29-30). Abraão respondeu que os irmãos dele não se converteriam mesmo que fossem admoestados por um morto ressuscitado: 31 Ele respondeu-lhe: ‘Se não ouvem Moisés e os Profetas, tampouco acreditarão se um morto ressuscitar’” (Lc.16,31).
Posteriormente, ficou confirmado que há pessoas que não se convertem mesmo que lhes aparece um morto ressuscitado. Lázaro, o irmão de Maria e Marta, ressuscitou (Cf.Jo.11). Os eclesiásticos do templo de Jerusalém acompanharam a doença de Lázaro, sua morte, e sepultura e sua ressurreição quatro dias após o sepultamento. Mesmo assim não se convenceram que Jesus era o verdadeiro Messias. Hoje também se um defunto ressuscitar e avisar que o inferno é terrível e convidar as pessoas a se converter para evitar o inferno, a maioria não acreditará.
Código : finado11
Ângelo José Busnardo
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