O CRISTO CÓSMICO E O JESUS HUMANO.
O CRISTO CÓSMICO E O JESUS HUMANO.
Podemos afirmar que, muitas vezes, a verdade é mais interessante que a ficção. O Ciclo Cósmico pela qual a humanidade vem passando, ou pelo desenvolvimento intelectual do hominal, leva a um interesse maior pela vida do Grande Mestre, ou Grande Redentor, Jesus do que em qualquer outro período desde o início de cristianismo. Nunca na história humana, Cristo foi tão estudado, pesquisado por estudantes de psicologia, misticismo, metafísicas e ocultismo com sentido minucioso e analítico. Nesse estudo se incluem toda a sua missão, suas doutrinas, parábolas milagres, e exortações esclarecedoras que vão fascinando os exegetas.
Dentre estes estudiosos, incluem-se os Cavaleiros da Milícia, participantes de numerosa comitiva de homens e mulheres de todas as partes da América do Norte, em longa e tediosa jornada pela Palestina, Egito, Itália, Turquia, Grécia, Suíça, França, Alemanha e Inglaterra, em busca dos santuários Sagrados e da comprovação de fatos que já eram conhecidos por estudos e pesquisas feitos em comum ao longo de muitos anos, como lembrança de nossa Sagrada Missão e de nossa iluminação no ano de 1929, conforme explicita H. Spencer Lews. Jesus não há dúvida de que é o mensageiro divino enviado aos homens para ensinar-lhes a verdade, e, por ela, o caminho da salvação. Jesus é o ser mais puro que até hoje se manifestou na terra. Jesus não é Deus.
Jesus foi um agênere? Jesus é a paz, é a mansidão, é a justiça, é o amor, é a doçura, é a tolerância, é o perdão, é a luz, é a liberdade, é a palavra de Deus, é o sacrifício pelos outros. O Cristo é o redentor do Mundo, mas não é o único Messias de cujas obras há sido testemunha na Terra. Uma multidão de Espíritos superiores, encarnados entre nós, o havia de ter por auxiliares na sua missão libertadora. Queremos dizer que existe uma plêiade de Espíritos Puros, da qual, Jesus faz parte. Cristo é a pedra angular da civilização a porvir. É o Sol Espiritual dos nossos destinos. É o amor vivo e permanente. Há quem afirme que Jesus é a encarnação do Cristo Cósmico, por isso, o nome Jesus Cristo.
Huberto Rohdem, Ernest Renan, Dom João E. M. Terra, SJ, James D. Tabor e outros grandes autores estudaram a fundo a vida do Mestre. Para um aprofundamento maior sobre a vida do Filho de Deus seria necessária à publicação de uma enciclopédia. Sobre a frase atribuída a Jesus nos Evangelhos: "Ninguém vai ao Pai a não ser por mim" - estas palavras têm causado muita estranheza e incompreensão, e até certa revolta, sobretudo no Oriente. Não parece presunção afirmar que nenhum homem possa chegar a Deus senão através do Cristo?… O mal segundo Rohden está em identificarmos o Cristo cósmico com o Jesus humano, através do qual aquele se manifestou. Mas não é este o sentido das citadas palavras. A suprema Divindade Transcendente, que no Evangelho aparece como o "Pai", como um mar imenso, infinito, sem princípio nem fim: imaginemos o Cristo cósmico como canal- mestre que parte desse mar e se lança na Terra. E desse canal-mestre, repleto de água viva, partem numerosos canais secundários, maiores e menores, que recebem suas águas diretamente do canal-mestre do Cristo, ainda que indiretamente do mar da Divindade. O canal- mestre poderia dizer aos canais derivados; nenhum de vós recebe algo do mar a não ser por mim. Nesse sentido, disse Jesus, referindo-se ao seu Cristo: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; quem me segue não anda em trevas, mas tem a luz da vida". Parece difícil para a creatura humana comum entrar em contacto com a Divindade, diretamente; a distância é grande demais; quer dizer a distância interna, a capacidade receptiva do homem é pequena demais para receber em si algo do grande mar da Divindade transcendente, que o Cristo chama o Pai. O homem comum necessita de um intermediário, de um mediador, de um elo, de um Deus - homem, de um verbo feito carne para estabelecer contacto entre a Imanência de cá e a transcendência de lá, entre o Aquém da humanidade e o além da Divindade.
Explicando melhor: O Cristo cósmico é a primeira e mais alta individuação da Divindade Universal; é uma creatura cósmica, antes de se tornar uma creatura telúrica (relativo à terra) de Jesus. O Cristo Cósmico era Deus, era o proto-Deus da Divindade, O Unigênito do Pai, e por isto mesmo Primogênito de todas as creaturas. Ele era Deu, mas não era Divindade. Muitos podem ser Deus, ninguém pode ser divindade. O proto-Deus Cristo é o canal-mestre do mar da Divindade, e desse canal - mestre partem outros canais ligados diretamente ao canal - mestre, e indiretamente ao mar da Divindade. A ligação com esse canal-mestre nada tem haver com ocidente e oriente., cristão ou pagão; depende unicamente do estado de consciência de cada creatura humana.
Agênere é uma variedade de aparição tangível. É os estado de certos Espíritos que podem revestir momentaneamente as formas de uma pessoa viva, ao ponto de causar completa ilusão. Um Espírito materializado em plena luz, com toda a aparência de um homem normal. Há, porém, agêneres e agêneres. Todos os seres são por definição, criaturas fisiologicamente não geradas como o normal dos encarnados. > Noutras palavras seres que mostram materializados aos olhos humanos, as vezes por longos períodos, pela frequência como aparecem dá uma poderosa situação de continuidade. Os exemplos clássicos na Bíblia são a o anjo que viajou com Tobias e o aparecimento de Jesus-Cristo sobre a Terra. A individualidade do Cristo Cósmico "no princípio" de todos os princípios, "antes que o mundo existisse".
Que significam as palavras misteriosas dele: "Na casa do meu Pai existem muitas moradas"? O texto grego diz muitas "permanências", ou modos de estar - talvez personificações, modos de encarnação ou homificação. Segundo Rohden a encarnação do Verbo, do Cristo cósmico, não foi um ato compulsório de reencarnação, mas uma decisão livre de avatar. Quando reencarnamos obedecemos a lei de necessidade; quando o Cristo encarnou em Jesus, fê-lo por amor, na culminância da liberdade. Os avatares são os mensageiros da Divindade, e quando se acham em elevado grau de evolução não querem apenas gozar o seu amor, querem sofrê-lo. Nenhum avatar se contenta com um grande gozo gozado, ele quer um gozo sofrido. A palavra sânscrita ananda parece expressar essa estranha bipolaridade de beatude sofrida.
A encarnação ou homificação do Cristo- Logos é uma personificação, extremamente considerada como uma espécie de involução, na verdade, porém, uma evolução, como o Mestre diz aos discípulos de Emaús: Não devia o Cristo sofrer tudo isto, para assim entrar em sua glória?"". Glória é a sua autorrealização., o que se faz através do sofrimento voluntário, do sofrimento-amor . Quando no Gólgota ele disse: "Está consumado ", referia-se à consumação de sua evolução terrestre, prelúdio da sua entrada na glória. A consumação do Jesus telúrico é a glória do Cristo Cósmico.
Quando Jesus diz: " Ninguém vai ao Pai a não ser por mim", refere-se ele ao seu Cristo cósmico, é único pode ter homificado muitas vezes - talvez em Moisés, em Buda, em Krisna, em Ghandi, e em muitos outros seres humanos. O Cristo se homifica de acordo com a capacidade dos recipientes, e também de acordo com as necessidades de cada época e de cada povo. Não há ponto final na evolução de nenhuma creatura; toda a creatura, por mais evolvida, é sempre ulteriormente evolvível. A despeito de tudo isto, continua a ser verdade que nenhum homem vai à Divindade a não ser através do canal-mestre da primeira e mais alta emanação individual da Divindade Universal. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO D ACI- DA ACE- DA UBT E DA ALOMERCE