VIDAS PARALELAS: Jó e o jovem rico
(Textos: Jó 2 e 42; Mc 10.17-31; Mt 19.16-30; Lc 18.18-23)
“Vindas paralelas” são as que se tem muitas identificações ou casos e ações parecidas, havendo, inclusive, semelhanças ou diferenças no caráter de cada uma das vidas comparadas. Seria mera coincidência? O caso em questão nos textos acima focalizamos o personagem histórico e biblicocêntrico Jó (do VT), o mais velho livro da Bíblia e o outro personagem (do NT), é o jovem rico que, afoito, chegou perto de Jesus fazendo-lhe uma solene pergunta. (“Senhor, que devo fazer para ser salvo?”). Sem tecer aqui, comentários sobre a pergunta, se ela tem ou não cabimento à fé, quero apenas expor as semelhanças e diferenças entre ambos os personagens anteriormente focalizados:
I- SEMELHANÇAS
1.1.Ambos eram ricos. Cumpriam a lei dos homens e de Deus. Eram justos.
1.1 Ambos eram pessoas de bom caráter.
1.2 Seus costumes talvez semelhantes. A nenhum dos dois se atribui que levassem vidas desregradas, sem freio.
1.3 Possivelmente ambos eram disciplinados e respeitadores dos semelhantes.
II- DIFERENÇAS
2.1 Jó era fazendeiro; o jovem rico era advogado (conhecia bastante as leis).
2.2 Viveram em épocas diferentes: um antes, o outro contemporâneo de Cristo.
2.3 Jó não conheceu o Messias pessoalmente; o jovem rico dialogou com Ele.
2.4 Jó perdeu tudo e experimentou o sofrimento, apesar de justo; o jovem rico não passou por nenhuma destas experiências: a perda de bens materiais e os sofrimentos, mas é provável que espiritualmente sofreu ambos.
2.5 O jovem rico teve mais oportunidade que Jó, mais privilégio (privilégio místico), porque chegou perto de Jesus (“perto do reino, mas sem salvação”).
2.6 Jó se arrependeu (Jó 42.6), voltou-se para Deus, mesmo com a perda de bens; o jovem rico, diante da proposta de renúncia de bens, feito por Jesus, se afastou;
2.7 Jó recebeu recompensa (Jó 42.10). O jovem rico, recebeu apenas um pesar de Cristo. Um desabono: “falta-te uma coisa”. O evangelista João Marcos escreveu que Jesus, olhando para ele o amou. (Marcos 10.21a).
2.8 Jó tinha amigos filósofos, que tentaram fazê-lo feliz com suas filosofias e conselhos terrenos. Esses amigos intelectuais de Jó o envolveram com perguntas e contrapontos. Erraram muito, mas tentaram consolá-lo no que puderam, mas tentaram. Deram suas contribuições de solidariedades. Já os amigos do jovem rico (que certamente eram muitos, pois o rico é sempre bajulado) se acercaram dele, pelo fato deste ser rico e influente. Talvez nada tenham contrariado o seu gesto de rejeição à recomendação de Cristo, pois eles também fariam o mesmo (dariam as costas para Cristo), pois certamente eram da mesma "patota". Se fosse hoje, estariam todos em uma faculdade qualquer, tentando esbanjar indiferentismo aos ensinamentos do Mestre por excelência e ainda tentando desmoralizar os preceitos bíblicos, como fazem os pascácios dos ateus e agnósticos modernos que são uns verdadeiros pernósticos e pedantes da vida! ("Dizendo-se sábios tornaram-se loucos", conforme foi dito pelo Apóstolo dos Gentios na Epístola aos Romanos 1.22).
Aprendamos as lições e remodelemos nossas vidas naquilo que foi útil e exemplar na vida de outros que nos antecederam.
Muniz Freire (ES), 21 de setembro de 2009
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