Lições em Gênesis 22 – (refutações à teologia da prosperidade)
O episódio trata de quando Deus ordenou que Abraão fosse submetido à prova de fé, fazendo-lhe um pedido difícil e radicalmente doloroso, devendo sacrificar Isaque, seu filho único - o único da promessa , o único, pelo qual haveria de todas as bênçãos atingir sua prole e todos que acolhessem o seu concerto eterno. Abraão atendeu indo até o local proposto por Deus, com seu jumento albardado e munidos de alguns apetrechos que levou consigo. Vamos às lições:
(1) Deus pediu, mas não levou.
(2) Deus pediu e substituiu de imediato, no mesmo altar.
(3) A ênfase do texto (episódio de Abraão provado por Deus “na terra de Moriá”, conforme a versão ARC: Almeida Revista e Corrigida – edição em Letra Gigante – BB: Sociedade Bíblica do Brasil- Barueri, SP - 1995) NÃO ESTÁ NA OFERTA, mas no que a substituição da oferta ensina: que o cordeiro preleciona ou prediz aquilo que Cristo fez por nós, em sacrifício sobre o altar do Novo Testamento (a cruz), em meu e em seu lugar – com um sacrifício vicário e beneficiário. Sua morte substitutiva traz (ao que crê nEle) o benefício da salvação e da culpa do pecado.
(4) Neste episódio de Abraão, vemos um sacrifício interrompido. O de Jesus, no gólgota, foi perfeito, completo, irrepetível, único e consumado. (“... está consumado”... João 19.30). A morte não tem mais poder sobre Ele, NEM MISTICAMENTE. (Romanos 6.9, 10; Hebreus 9.27, 28; 10.12 e 14; Apocalipse 1.8).
(5) Aqui, não vemos Deus cobrando bens materiais, a ponto de se aproximar da tese do Romanismo pela salvação paga, salvação por obras meritórias, salvação pelos esforços humanos, o que desvaloriza o sacrifício de Cristo em nosso favor, tornando-o um Cristo raquítico. O Cristo da Bíblia é um Cristo diferente, pois Ele salva, sem concursos de obras, méritos, sacrifícios humanos e outros expedientes da religião.
(6) Vemos também no texto, um Deus que devolve para sua Providência. Um Deus que pediu a Abraão, Ele determinou e o servo Abraão obedeceu. Pediu, mas não levou! Pediu Isaque, um ser humano, mas fez com que Abraão tomasse o cordeiro preso no arbusto ali perto, para substituir Isaque no altar de madeira (lenhas).
Muitos hoje (os amantes da teologia da prosperidade material) pedem mais e mais e não devolvem.
A Bíblia nos ensina a vivermos sob o evangelho da graça e não o “evangelho das ofertas”, como querem os neopentecostais que difundem a “teologia da prosperidade”. Mas é bom lembrar também que tudo começou com Roma, através do papa João XXII, que já pregava a prosperidade, ensinando que Jesus e seus apóstolos eram ricos! Como aceitar isso? (Eles eram humildes pescadores, originários da pouco divulgada Galiléia, pobres e escrachados por muitos governantes e ainda por causa das mensagens que pregavam ao povo, que haviam aprendido do mais famoso judeu, de Belém de Judá - Jesus Cristo)!
Muniz Freire, 20 de setembro de 2009
Fernando Lúcio Júnior