A graça de Deus - 118

A GRAÇA DE DEUS

Vivemos em uma era bastante conturbada de nossa civilização, onde verdade e mentira se sucedem e confundem, como fruto do mal, do demônio, do mau uso das ciências e das religiões (aí englobadas as tradicionais, as seitas, os cultos pagãos, etc.). Também inflete negativamente sobre o bem-estar da humanidade, o materialismo desregrado, a posse dos bens e das estruturas de domínio, indo tudo desembocar em violência, desamor, ódio, guerras, perda dos referenciais éticos e das normas mais elementares de convívio e paz. Surgem-nos, insistentemente, duas questões prioritárias: diante de tanta mentira, como agradar ao Deus-Verdade? Como viver na sua amizade?

As contingências da vida atual colocaram preço em tudo. Assim, as pessoas estão cobrando pelo amor, taxando a virtude, estipulando condições à ética, utilizando conceitos morais como moeda de troca, em incríveis e inverossímeis barganhas. Isso sem contar na relativização da fé. Nada mais se dá “de graça”, tudo é cobrado. Há tempos, escutei um humorista falar que a única coisa que ainda se ganhava de graça era o ar, assim mesmo tinha que ser devolvido em seguida. A grande verdade é que a gratuidade, a benevolência, o serviço desinteressado, são coisas que praticamente foram banidas de nosso modelo social.

Já ouvi um político cristão dizer, para exemplificar que não dava “colher de chá” a ninguém, que “maná só no deserto”. Já pensaram se Deus cobrasse pelo maná que deu ao povo faminto? Outro, também dito cristão, para explicitar que as coisas com ele não tinham facilidade, afirmou que “eu sou como mandacaru: não dou sombra nem encosto”. O mandacaru, como todos sabem, é uma planta, tipo cactos, das regiões áridas, fina, alta e cheia de espinhos. O fato é que ninguém dá nada de graça. Todos esperam sempre a contrapartida.

Bem antes da teologia cristã, os judeus já procuravam elaborar formulações referentes àquela amizade que Deus lhes oferecia, de certo modo ainda obscurecida pela “teologia do medo”, em que as autoridades religiosas, na busca de poder sobre os crentes, pintavam a divindade com cores assustadoras, para exprimir que só elas tinham o poder da mediação, capaz de “amansar” a fúria de Deus. Mesmo assim, muitos chegaram à conclusão que Deus era gratuidade, misericórdia e fidelidade permanente (cf. Ex 34, 6). Sua ação passou a ser vista, especialmente através da produção profética, como pastor (cf. Jr 31, 10), pai (cf. Is 63, 16) e até mãe (cf. Os 11, 1-4).

Também é dito que Deus dá (idéia de dom, coisa gratuita), a terra (cf. Gn 12, 7), os frutos (1, 11), a força (cf. Dt 8, 18), o entendimento (cf. Sl 119, 34) e a vitória (cf. Sl 144, 10). Essa ação dadivosa de Deus é cantada pelo salmista em um “cântico novo” (cf. Sl 98, 1). O grande dom (seu Espírito) é anunciado por Ezequiel como uma transformação que o Senhor haverá de derramar (cf. Sl 73, 21-28; Ez 36, 22-32; 37, 1-15; Jl 3, 1 – 4, 2).

Para os cristãos, a palavra graça significa dom, presente, oferta gratuita e generosa que o Pai, pelo Filho, dá à humanidade. Nesse aspecto, a Graça divina atinge sua plenitude em Jesus (cf. Rm 8, 32). Conhecer essa relação é saber como Deus age e, necessariamente, conhecê-lo (cf. Tt 2, 11). São Paulo ensina que todos os dons colocados por Deus à disposição da humanidade, são gratuitos, e assim sendo, graças (cf. Rm 12, 6). O homem é livre, como diz o apóstolo, para responder à Graça, acolhendo o dom de Deus, obedientemente (cf. Rm 15, 15; 2Cor 4, 1). O crente que recebe a graça, se conscientiza que o Pai o fez graça, e deste modo “rende graças” ao Deus (cf. Cl 3, 13; 1Cor 1, 4-7; 2Cor 4, 15). Paulo se torna apóstolo, chamado pela “graça de Deus”, para anunciar o Filho aos gentios (cf. Gl 1, 15s).

Foi através de S. Paulo que entrou no NT a palavra graça (cháris) como veículo articulador da novidade cristã. No corpus paulinum ela ocorre centenas de vezes nos mais variados sentidos: benevolência (2Cor 8, 1); amabilidade (Cl 4, 6); dom (Rm 12, 6; Ef 4, 7); ação de graças (1Cor 10, 30) mas concentrando-se num significado fundamental: o dom do Pai mesmo em Jesus Cristo, o amor gratuito e misericordioso do Pai e de seu Cristo que penetram o homem, salvando-o, libertando-o de sua perdição e fazendo-o nova criatura (2Cor 5, 17; Gl 6, 15).

Afinal, graça o que é? Em geral, quando falo por aí, seja em sala de aula, igrejas, auditórios ou palestras sobre graça, há um certo desconforto entre os ouvintes, pois as pessoas, em geral, desconhecem o sentido teológico da expressão. Em primeiro lugar, acho que cabe recordar, primeiramente, alguma coisa que se ganha “de graça”, grátis, gratuitamente. Como exultamos quando nos dão algo assim. Ora, se podemos entender em definir algo que se ganha “de graça”, já temos meio caminho andado para a compreensão da Graça de Deus. Desta forma, podemos dizer, preliminarmente, que Graça é Deus que vem, generosa e gratuitamente, ao nosso encontro, oferecendo sua amizade e seu amor. Na relação das origens, no hebraico vamos encontrar o verbete hesêd que significa misericórdia, graça.

No grego, charis, tem o mesmo sentido, ou seja, dom, presente gratuito, sobrenatural. Do charis, é que nos chega, por derivação, a palavra carisma, que nada mais é que uma força ou capacidade atribuída a uma pessoa, para o cumprimento de uma determinada tarefa. No latim, que dá origem à nossa Língua Portuguesa, vamos encontrar donum e gratia que se referem a um presente, um dom. Culturalmente, não se pode afirmar que o verbete cháris seja uma palavra cunhada no mais estrito sentido religioso ou mesmo sobrenatural.

O filósofo grego Aristóteles definiu-a como abundância, liberdade, gratuidade. Já não é o que se pode dizer da hesêd hebraica, que caracteriza essencialmente a misericórdia e a indulgência de Deus. A Graça traduz a experiência religiosa mais original que o ser humano pode realizar, ou seja, um Deus que o ama e vem ao seu encontro com as mãos cheias de presentes valiosos. A Graça nos revela no mistério da salvação, o amor que Deus tem por nós, desde o princípio, afinal, é bom não esquecer que Ele nos amou primeiro... (1Jo 4, 19). Pelo mistério da Graça, Deus vem ao nosso encontro, já dissemos, e nunca é demais repetir, e nós vamos ao encontro dele, aderimos à sua generosa oferta de amor paterno, pela fé. A fé é a nossa resposta aos dons de Deus. A Graça é a parte vital do projeto divino e revela:

a) o amor de Deus pela humanidade

A Criação é o primeiro gesto de amor do Pai. Ele nos criou por amor e para o amor. Depois da queda da humanidade no pecado, observa-se os primeiros traços do projeto de salvação, através da “promessa de inimizade” (cf. Gn 3, 15) e da figura dos “anjos à porta do paraíso”, guardando-o para o a volta do homem (cf. v. 24). Posteriormente, na vocação de Abraão (cf. Gn 12) começa a se delinear o “povo escolhido”, núcleo central de onde virá o resgate. Na plenitude dos tempos (cf. Gl 4, 4), Deus se encarna em uma virgem (cf. Mt 1, 18; Is 7, 14) para realizar a redenção do homem destroçado pela des-graça do pecado (cf. Jo 3, 16), estabelecendo com ele uma comunhão perene (cf. Mt 28, 20).

b) presença de Deus no meio do povo

Além da Encarnação e do “todos os dias” vistos no tópico acima, Deus se faz presença Trinitária no coração daquele que, porque crê, aceita sua amizade: “nós viremos e faremos nele morada” (Jo 14, 23). Nesse processo, Jesus se doa como alimento e vida, tornando-se “Pão que desceu dos céus” (cf. Jo 6, 50), capaz de conceder a Graça da vida eterna.

Além disto, pela Graça somos divinizados, isto é, tornamo-nos participantes da natureza de Deus, e essa participação, essa dádiva de amor resulta para nós algumas consequências (que se convertem em compromisso), e se tornam chave-de-compreensão da teologia da Graça. É, portanto, pela Graça que nos tornamos

• filhos de Deus

• irmãos de Jesus Cristo

• templos do Espírito Santo

• herdeiros e cidadãos do Reino

• irmãos uns dos outros

• membros da Igreja

• destinatários das promessas

Nesse particular, máxime por seu relevante aspecto de doação gratuita, Graça quer dizer, básica e originariamente, a benevolência do superior para com o inferior. Trata-se de um gesto de bondade de quem está por cima, e olha o outro de forma amável, aberta, de quem quer bem e nutre simpatia por ele. Na Bíblia, Ester “encontrou graça” diante dos olhos do rei Assuero (cf. Est 8, 5), assim como Maria, foi chamada de “cheia de Graça” perante Deus (cf. Lc 1, 30).

No mistério da Graça Deus se volta amorosamente na direção de todos. Não se trata de uma re-ação. Deus não ama o homem porque ele é bom, ou cheio de méritos, mas porque ele é Pai, rico em misericórdia (cf. Ef 2, 4), doador de todos os dons. Deus derrama graças, dons e bênçãos sobre todos, justos e injustos, bons e maus (cf. Lc 6, 34).

A Graça divina, vale lembrar, é o amor de Deus, que gratuitamente se derrama sobre a humanidade, representada tipicamente pela salvação, pela amizade fiel com que ele nos distingue e, por fim, pela posse final do Reino dos céus. Mais do que justiça, Graça é bondade.

Com efeito, ressalta-se como primordial tarefa da teologia, não só falar sobre a Graça como também – e principalmente – deixar a Graça falar, pois Deus nos fala através de tantos meios e sinais, basta fazer uma parada para escutá-lo, e assim nos tornarmos agraciados, encontrando o Absoluto não mais nas incertezas, mas iluminados pela fé, na esperança concreta de uma vida, aqui-agora e sobretudo depois, na Graça divina. A esperança histórica e o futuro que o homem espera construir, se entende como uma preparação, e realização, que antecipa o futuro, dom do Absoluto. O Reino sonhado no sono e na vigília não surge com um toque de mágica, nem se constrói sobre as ruínas dos reinos humanos. Ele culmina um processo histórico e plenifica o que o homem já construiu com a Graça de Deus.

O sitz im lebem (lugar onde se maturou o texto) da teologia neotestamentária da Graça, parece ser Mt 13, 44, onde Jesus estabelece uma alegoria, em que compara o Reino (a felicidade final) a um tesouro (Graça) escondido no campo. A figura seguinte aponta para o ato de vender tudo o que tem (desprezar os valores do mundo), para comprar o campo (entrar na Graça). A Graça é retratada, em toda a produção teológica, como um sinônimo de vida, de regeneração e resgate. Enfim, aquela “vida abundante” que Jesus veio proporcionar (cf. Jo 10, 10). De outro lado, o pecado caracteriza a des-graça, o afastamento, o distrato ao projeto de Deus, capazes de levar à morte. Fica claro que, quem rejeita a Deus (despreza sua Graça) torna-se escravo do pecado (cf. Jo 8, 34), cujo salário é – segundo São Paulo, a morte (cf. Rm 6,23).

Há que se conhecer as consequências da vida na graça. Viver na graça é estar em comunhão multidimensional, com Deus, com o próximo, conosco e com a natureza. Ora, se o objetivo humano é ser feliz, só vivendo na amizade de Deus (Graça) o homem pode encontrar essa felicidade, pois as promessas de Deus não falham e ele não faz jogo de palavras. Suas promessas são verazes e seus projetos reais e exeqüíveis. Viver na Graça é também a capacidade do homem abrir-se a Deus, capacidade essa de se relacionar com o Infinito nas quatro dimensões (Deus-Outro-Eu-Cosmo) aludidas. O discurso fraterno de São Francisco de Assis, no qual ele se reporta ao irmão sol, à irmã lua, ao irmão lobo, aos irmãos da pobreza e à irmã morte, abrange essas várias dimensões.

Na plenitude dos tempos (num kairós, um tempo oportuno), Jesus, por obra da Graça de Deus, se encarna no seio da Virgem Maria, para libertar e salvar a humanidade, sujeita à lei que escraviza e ao pecado que exclui (Gl 4,4). Deste modo, se pode afirmar que vida na Graça é união a Jesus e desprezo ao pecado, comunhão com o outro e rejeição ao egoísmo. A mais notável conseqüência de se viver na Graça é a comunhão, que nos conduz aos braços do Pai, no convívio dos irmãos, no seio da Igreja-comunidade. Em comunhão com Jesus, formamos um só corpo, por meio do qual fomos salvos. É preciso uma exata consciência da abrangência do mistério da Graça, algo tão simples e ao mesmo tempo tão complexo, colocado a nosso dispor.

A vida na Graça (comunhão) torna o homem feliz aqui, a partir desta vida. A vida da Graça (a vida na Graça que se torna um hábito em nós) conduz o homem a caminho da felicidade futura. Vida na Graça se prova, se constata por uma radical conversão à justiça e ao amor. A vida na Graça, que vivemos enquanto estamos na carne, é um desafio à nossa propensão de ruptura, acomodação e egoísmo. Sempre carece uma ponderável vigilância. Assim como o Cristo ressuscitou, também aquele que vive na Graça de Deus é uma criatura nova (cf. Rm 6, 4), pois a conversão será falsa se não representar mudança, transformação e amor de verdade a Deus e ao outro (cf. Jo 14, 35s; 1Jo 4, 20). Quem vive na Graça tem a missão, o desafio e o dever de testemunhar essa páscoa do Senhor Jesus por sua vida:

Ninguém acende uma lâmpada para colocá-la debaixo de uma mesa, e sim num candeeiro, onde ela brilhe para todos os que estão na casa (Mt 5, 15).

É indiscutível que a Graça, por ser sobrenatural, se mantém escondida, invisível (Jesus comparou-a a “um tesouro escondido no campo”). Não é possível a ninguém enxergar a Graça, apontá-la aqui ou acolá, nesse ou naquele ambiente. Entretanto, seus efeitos evangélicos, pastorais e de comunhão precisam ser testemunhados, para que se tornem visíveis, e uma vez vistos, gerem louvores ao Pai que está nos céus (cf. Mt 5, 16).

Por que o homem precisa da graça? Primeiro, porque, conforme afirma Santo Agostinho, dentro de nosso coração mora “um santo e um bandido...”, ou seja, em todo o homem há um pouco de Adão e um pouco de Cristo. A realidade do ser humano, vivida nessa dualidade de luzes e sombras, o faz experimentar momentos de glória e de rebaixamento, quando ele é a-graciado agora e logo em seguida, daqui há pouco torna-se des-graçado pela influência do pecado. A instabilidade humana favorece esse dualismo, essa incoerência, esses contrastes.

Em segundo lugar, por sabermos que a vida humana é abertura e fechamento, luz e sombra, Graça e pecado, precisamos nos convencer que, por melhor que seja nosso projeto humano, ele sempre estará sujeito ao fracasso, por oriundo da miséria que o pecado e as “obras da carne” (cf. Gl 5,19ss) provocam. Consciente de toda a nossa limitação e do esplendor da Graça divina, Jesus alertou:

Vocês não poderão dar frutos se não permanecerem unidos a mim (Jo 15, 4).

Em oposição ao “viver a Graça” surge o “perder a Graça”. Será que é possível a perda da Graça? Sim, é possível! É possível porque, dotado de liberdade (que também é um dom de Deus), o homem é essencialmente, assustadoramente livre, dono de seu nariz e capaz de qualquer tipo de escolha. Até de rejeitar a oferta de Deus. Há a perda da Graça, sim, se for proveniente de um ato consciente, consentido. Deliberado. Deus respeita a liberdade do ser humano. É como alguém que bradasse, de forma insensata: “eu não quero a Graça de Deus!”. Essa rejeição àquilo que é missão do Espírito Santo converte-se em uma grave blasfêmia.

Enquanto o homem vive, sempre lhe fica reservada uma chance de salvação. A verdade é que in statu viatoris a perda jamais é definitiva. Ele sempre poderá se arrepender e retomar seu lugar, igual àquele filho que saiu da casa do Pai (cf. Lc 15, 11-24). E depois? Um projeto de vida se distanciando do plano de Deus, que rejeita os dons, as luzes esclarecedoras do Espírito Santo, pode ser enquadrado, quem sabe, como uma blasfêmia contra o Espírito Santo. E esse pecado, sabemos, não tem perdão, nem agora nem depois (cf. Mt 12, 31). Quem rejeita o dom do Espírito de Deus, bota fora sua chance de salvação, porque despreza o sacrifício de Cristo na cruz, que morreu para nos salvar.

A perda da graça, porém, e é bom que se deixe claro, não é fruto de um único ato mau, ou de um pecado do qual esquecemos de pedir perdão, ou de alguma dúvida ou vacilação na hora da morte. A perda da graça é resultante de todo um projeto de vida afastado de Deus, ou seja, como diz São Paulo, “a obra de uma vida...” (1Cor 3, 13ss).

A graça de Deus é um conjunto de meios e providências de um Deus-amor que se desdobra em dons a favor da humanidade. A oferta de sua amizade (a graça divina) não tem limites, formas de mensurar ou temporalidade/causalidade para ocorrer, assim como é impossível que o ser humano, limitado como é, possa descrever, enunciar ou compreender na totalidade esse inefável mistério. No entanto precisamos dar pistas de pesquisa aos ouvintes, e por essa razão nos permitimos, compilando alguns clássicos antigos, estabelecer – para fins essencialmente didáticos – uma divisão daquilo que é indivisível.

• Graça habitual

trata-se da realização do Plano comunitário de Deus; é a “parte” – se é possível dizer assim – que santifica o homem; também chamada de “Graça Santificante”: torna o homem justo, sábio, aberto ao Infinito, santo.

• Graça atual

são ajutórios circunstanciais da Graça; atuam em forma de uma “atualização” dos dons e carismas (efetivos ou temporários) para obter a Graça habitual (a fé, esperança, coragem, etc. são graças atuais). É como, mal comparando, juntar dinheiro e bens para iniciar um negócio (atual) para ficar rico (habitual). Há uma relação de meio e fim.

No mistério da Graça podemos constatar o amor de Deus que se encarna em Jesus, pela força do Espírito Santo, para trazer (de graça) a posse do reino dos céus. Na Graça celebramos o mistério de um Deus-amor que vem ao encontro do homem e quer com ele estabelecer uma relação definitiva..