PENITÊNCIA E RECONCILIAÇÃO: CAMINHOS DE PERFEIÇÃO E VIDA ETERNA...
O que é o pecado? É o território do inimigo de nossas almas; é a não vontade de Deus em todos os sentidos da vida. Todavia, em sã consciência, ninguém entra neste território sem o saber, visto que tudo em nossa vida depende sempre de nossas decisões, sejam elas boas ou más; porém, temos que entender que nenhuma tentação é superior às nossas forças, como bem ensinou São Paulo: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (1Cor 10,13). E também São Tiago em sua carta nos exorta: “Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam. Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados. Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade. Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas” (Tg 1,12-18).
Com efeito, todo pecado grave ou leve gera consequências, porque o pecado é o mal que gera todos os males que há; é por isso que seus efeitos nefastos são imediatos, seja em quem os comete ou naqueles que o sofrem, mesmo que sejam inocentes; todavia, para os inocentes esses efeitos são nulos, porque Deus os acolhe e os protege com sua Divina Misericórdia. Convém, porém, que se diga: ninguém peca sozinho, isto porque estamos sempre em interação uns com os outros; e mesmo um pecado aparentemente banal pode se transformar num mal irreversível, porque por traz de todo pecado se encontra o demônio disfarçado. Por isso, precisamos ter muito cuidado, visto que o mal nunca se mostra como ele é, pelo contrário, quase sempre ele se mostra como um iceberg (uma massa de gelo que deriva das regiões polares, cujo corpo fica submerso no oceano, revelando apenas sua parte aparentemente inofensiva), ou seja, como uma armadilha capaz de nos prender e destruir nos afastando para sempre do amor de Deus, caso não tenhamos o devido cuidado em evita-lo (cf. Rm 6,12-23;Hb 3,12).
Então, como evitar o pecado e não mais cometê-lo? São João, falando a esse respeito na sua primeira carta, disse: “Todo aquele que peca transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei. Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu” (1Jo 3,4-6). Ou seja, se quisermos viver em estado de graça permanente, precisamos permanecer em Cristo Jesus, como os galhos permanecem na videira; como o Senhor mesmo diz no Evangelho de São João: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,1-5).
Com efeito, a realidade do pecado na qual estamos mergulhados neste mundo, nos impele ao arrependimento sincero, para assim buscarmos a santidade que o Senhor nos oferece com o perdão desses pecados, pois foi exatamente isso que Ele nos ensinou no Evangelho de São Lucas: “Digo-vos que haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15,7). Ou seja, o reconhecimento dos nossos pecados, o arrependimento e a confissão sacramental deles, a absolvição sacerdotal e o cumprimento da penitência estabelecida, nos traz de volta à obediência aos santos mandamentos e a perfeita reconciliação com Deus, nosso Pai, tendo como fruto dessa reconciliação a paz interior que tanto precisamos, pois o Senhor mesmo diz, a respeito do perdão sacramental: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoado; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (Jo 20,23). Assim, esse caminho do perdão sacramental para nossa reconciliação com Deus, torna-se profundamente necessário para a nossa purificação e salvação, caso tenhamos cometido algum pecado.
Por fim, escutemos São João, ainda em sua primeira carta: “Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu” (1Jo 2,1-6).
“Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não argui de falta, e em cujo coração não há dolo. Enquanto me conservei calado, mirraram-se-me os ossos, entre contínuos gemidos. Pois, dia e noite, vossa mão pesava sobre mim; esgotavam-se-me as forças como nos ardores do verão. Então eu vos confessei o meu pecado, e não mais dissimulei a minha culpa. Disse: Sim, vou confessar ao Senhor a minha iniquidade. E vós perdoastes a pena do meu pecado. Assim também todo fiel recorrerá a vós, no momento da necessidade” (Sl 31,1-6a).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.
O que é o pecado? É o território do inimigo de nossas almas; é a não vontade de Deus em todos os sentidos da vida. Todavia, em sã consciência, ninguém entra neste território sem o saber, visto que tudo em nossa vida depende sempre de nossas decisões, sejam elas boas ou más; porém, temos que entender que nenhuma tentação é superior às nossas forças, como bem ensinou São Paulo: “Não vos sobreveio tentação alguma que ultrapassasse as forças humanas. Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (1Cor 10,13). E também São Tiago em sua carta nos exorta: “Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam. Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém. Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte. Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados. Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade. Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas” (Tg 1,12-18).
Com efeito, todo pecado grave ou leve gera consequências, porque o pecado é o mal que gera todos os males que há; é por isso que seus efeitos nefastos são imediatos, seja em quem os comete ou naqueles que o sofrem, mesmo que sejam inocentes; todavia, para os inocentes esses efeitos são nulos, porque Deus os acolhe e os protege com sua Divina Misericórdia. Convém, porém, que se diga: ninguém peca sozinho, isto porque estamos sempre em interação uns com os outros; e mesmo um pecado aparentemente banal pode se transformar num mal irreversível, porque por traz de todo pecado se encontra o demônio disfarçado. Por isso, precisamos ter muito cuidado, visto que o mal nunca se mostra como ele é, pelo contrário, quase sempre ele se mostra como um iceberg (uma massa de gelo que deriva das regiões polares, cujo corpo fica submerso no oceano, revelando apenas sua parte aparentemente inofensiva), ou seja, como uma armadilha capaz de nos prender e destruir nos afastando para sempre do amor de Deus, caso não tenhamos o devido cuidado em evita-lo (cf. Rm 6,12-23;Hb 3,12).
Então, como evitar o pecado e não mais cometê-lo? São João, falando a esse respeito na sua primeira carta, disse: “Todo aquele que peca transgride a lei, porque o pecado é transgressão da lei. Sabeis que (Jesus) apareceu para tirar os pecados, e que nele não há pecado. Todo aquele que permanece nele não peca; e todo o que peca não o viu, nem o conheceu” (1Jo 3,4-6). Ou seja, se quisermos viver em estado de graça permanente, precisamos permanecer em Cristo Jesus, como os galhos permanecem na videira; como o Senhor mesmo diz no Evangelho de São João: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15,1-5).
Com efeito, a realidade do pecado na qual estamos mergulhados neste mundo, nos impele ao arrependimento sincero, para assim buscarmos a santidade que o Senhor nos oferece com o perdão desses pecados, pois foi exatamente isso que Ele nos ensinou no Evangelho de São Lucas: “Digo-vos que haverá maior júbilo no céu por um só pecador que fizer penitência do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento” (Lc 15,7). Ou seja, o reconhecimento dos nossos pecados, o arrependimento e a confissão sacramental deles, a absolvição sacerdotal e o cumprimento da penitência estabelecida, nos traz de volta à obediência aos santos mandamentos e a perfeita reconciliação com Deus, nosso Pai, tendo como fruto dessa reconciliação a paz interior que tanto precisamos, pois o Senhor mesmo diz, a respeito do perdão sacramental: “Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoado; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos” (Jo 20,23). Assim, esse caminho do perdão sacramental para nossa reconciliação com Deus, torna-se profundamente necessário para a nossa purificação e salvação, caso tenhamos cometido algum pecado.
Por fim, escutemos São João, ainda em sua primeira carta: “Filhinhos meus, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a expiação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo. Eis como sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos. Aquele que diz conhecê-lo e não guarda os seus mandamentos é mentiroso e a verdade não está nele. Aquele, porém, que guarda a sua palavra, nele o amor de Deus é verdadeiramente perfeito. É assim que conhecemos se estamos nele: aquele que afirma permanecer nele deve também viver como ele viveu” (1Jo 2,1-6).
“Feliz aquele cuja iniquidade foi perdoada, cujo pecado foi absolvido. Feliz o homem a quem o Senhor não argui de falta, e em cujo coração não há dolo. Enquanto me conservei calado, mirraram-se-me os ossos, entre contínuos gemidos. Pois, dia e noite, vossa mão pesava sobre mim; esgotavam-se-me as forças como nos ardores do verão. Então eu vos confessei o meu pecado, e não mais dissimulei a minha culpa. Disse: Sim, vou confessar ao Senhor a minha iniquidade. E vós perdoastes a pena do meu pecado. Assim também todo fiel recorrerá a vós, no momento da necessidade” (Sl 31,1-6a).
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria,OFMConv.