VIDA APÓS A MORTE: INFLUÊNCIA ESPIRITUAL

“Na casa de meu pai há várias moradas.” Assim nos disse Jesus. A casa de Deus é o Universo, e as diversas moradas são os diversos planetas, satélites, astros e estrelas que preenchem o Universo. “Pensarmos que tudo isso está aí sem utilidade e apenas para recrear nossos olhos é duvidar da sabedoria divina que não faz nada sem um fim útil.” Assim, afirmam os espíritos em uma das 1019 questões de o Livro dos Espíritos.

Há um intercâmbio e uma aproximação entre os habitantes de todas essas moradas, pois como todos somos criações divinas, nada mais comum do que estarmos interligados de alguma forma. Essa conexão se dá não apenas fisicamente, mas psiquicamente e vibratoriamente.

Uma pessoa muda, repentinamente, seu comportamento, se tornando agressiva, falando coisas sem nexo, dizendo palavras que normalmente não pronuncia. Talvez, esteja sendo controlada por alguém. É preciso estar atento a essas ocorrências, que são mais comuns do que imaginamos. Essas pessoas não podem ser tratadas como loucas e desvairadas.

A influência dos espíritos desencarnados pode ocorrer de formas variadas. Pode ser sutil e simples, mas freqüente, do tipo “durma mais, falte do trabalho, não vá à escola.” Ou pode ser também “não vale a pena fazer o bem, as pessoas não reconhecem seu valor. Não perca seu tempo.” Ou surgindo de uma forma mais tempestuosa “dá um soco naquela pessoa, ela não gosta de você”. “Vá lá e prejudique aquele outro, porque ele irá tomar o seu lugar”. Beba mais um pouco, acelere o veículo, compre uma arma de fogo, assalte um banco, use e trafique drogas”... Só que, na maioria das vezes, não ouvimos a sugestão, mas sim sentimos uma inquietação, uma raiva, ira, somos sugestionados, e agimos ou reagimos irrefletidamente.

De acordo com nossa permissão e de um pensamento inicial é que eles se achegam e podem tomar conta de nossas vidas, ao ponto de dominar-nos e nos guiar para onde quiserem. Por isso, temos que estar constantemente em vigília e não cedermos a essas influências. Oração, trabalho, mente ocupada com bons propósitos, companhias saudáveis, prática de atividades físicas, leitura edificante, mente voltada para o bem, bom humor, vocabulário decoroso são atitudes que nos imunizam do ataque e do domínio desses nossos irmãos. Isso mesmo, nossos irmãos. São filhos de Deus que se afastam de Deus e estão perdidos pelo mundo, necessitados de uma orientação, carentes de um ato de bondade. Quando são tratados por alguns segmentos religiosos por demônios, satanases e tantos outros nomes, sentem-se ainda piores e ficam mais revoltados.

Imagine que você, num momento de dor e dúvida, se irrite e esbraveje com alguém. Esse alguém então, não revida, olha com o olhar dúlcido em sua direção e diz, mesmo que seja em silêncio, “eu entendo sua dor e quero compartilhar dela com você, meu irmão”... Você se desarma e uma sensação de harmonia brotará em seu interior. Do contrário, se reagimos violentamente, praticando uma atitude impensada, entramos na mesma faixa vibratória do desequilibrado, e a situação não se resolve. Só o amor educa, só o amor constrói.

Quando Jesus se referia aos diabos, satanases, e até hoje não sabemos ao certo quais palavras o Mestre usava de fato, uma vez que naquela época o vocabulário era muito restrito, e nas narrações bíblicas, ao passarem de uma linguagem para outra, muitos dizeres foram adulterados, (uns propositalmente e outros não), o Mestre se referia a esses irmãos que não conseguem se desvencilhar de situações e sentimentos de ódio. Jesus, exemplo de complacência, jamais se exasperaria com um filho de Deus, xingando-o e ofendendo-o. Um Espírito tão amigo, que evidenciava e vivenciava a paz e o amor, seria capaz de liquidar a esperança nos corações dos filhos de Deus, tratando-os como um ser desprezível? Naturalmente que não. E mais uma vez, repetimos, filhos, criações de Deus. Não há uma só vida sobre o Universo que não seja criação de Deus.

Deus!...

Para criar a água, o sol, as plantas, as montanhas, o ser humano, a vida animal, somente uma inteligência, uma força, sabedoria, perfeição, justiça, onipresença, somente um ser grandioso é capaz de criar tais forças vitais. Será que Deus iria criar seres destinados a serem eternamente ignorantes? Acreditar nisso é duvidar de todos esses atributos da Divindade, e muitos outros, e não teremos, assim, um Deus perfeito.

Alguns dizem que Lúcifer era um anjo de luz e que teve inveja de Deus, se revoltou e quis tomar o lugar dele. Daí, surgiu o diabo. Está cheio de Lucíferes por aí. Eu mesmo sou um, porque já me revoltei, e às vezes ainda me revolto, com certas situações por não entender ainda os propósitos divinos.

Quando afirmamos que alguém irá para o céu por ter se batizado ou

mudado de religião, ou que por ser pastor, bispo, papa, médium está salvo, e que os demais, por pertencerem à outra religião que não seja a que seguimos, e o restante da humanidade estarão condenados ao inferno, estamos nos revoltando contra Deus e não ouvindo Jesus, já que estamos afirmando que somente nós, através do que achamos ser o caminho certo, chegaremos ao céu. Tudo isso é orgulho; ausência de humildade.

Supondo que você, leitor, tenha um filho, um pai, uma mãe, um amigo ou alguém de quem você goste muito. Um dia, você vai para o céu, todo feliz e se lembra daquela pessoa que você ama, e alguém lhe diz que ela está no inferno. Como você se sentiria? Eu não sei quanto a você, mas eu não quero esse céu. Eu quero ajudar essa pessoa e outras mais a se renovarem para, então, estarmos juntos no céu, após nos redimirmos perante as leis que infringimos.

E será que Deus ficaria feliz por ver um filho seu condenado a um inferno eterno? Se nós, que somos seres imperfeitos, achamos isso inconveniente, Deus, que é amor e justiça, permitiria isso? Ele nos perdoa, dando-nos a oportunidade de corrigirmos nossas falhas.

Com o Espiritismo tivemos uma nova visão da vida extra física. Quando esses nossos irmãos, que se encontram fora do corpo físico, são tratados com deferência e amor; quando são orientados e não esconjurados e exorcizados como muitos fazem, a chama da vida brota em seus interiores e suas vidas se renovam.

Aquela pessoa que agiu de uma forma estranha talvez estivesse sob influência espiritual e descontou em nós o peso que carregava, por isso perdoemos, ela não sabia o que fazia. Um hospedeiro talvez estivesse escondido dentro de seu corpo e estava absorvendo e comandando suas energias. Muitos saem disparados, gritando, pronunciando blasfêmias, vagueando a esmo, andando sem rumo, quebrando tudo pela frente. Quando fazem isso seus sonhos se quebram juntamente com esses objetos. Esta atitude de baderna é o reflexo de suas “imagens” e de seus estados de perturbação, mas na realidade, estão à procura de alguém para tocar e para abraçar, e que lhes expliquem o que se passa. São espíritos que têm a necessidade de se comunicarem e estão usando o corpo de um médium para fazer isso. Aquele que o recebe é seu porta voz, e, talvez, não tenha ligação alguma com ele, mas como possui a mediunidade aflorada e descontrolada, atrai esses nossos irmãos que estão perdidos nas esferas espirituais por não entenderem o processo de separação de matéria e espírito. A mediunidade se torna, então, uma obsessão. É um trem que descarrila. Estão, encarnados e desencarnados, carentes de amor próprio e de amor alheio.

O médium, por desconhecer e não controlar sua mediunidade, às vezes, acaba se envolvendo em situações de desequilíbrio e causa embaraços nas adjacências, pois tem um imã dentro dele, um captador de sinais. Mas é preciso que ele controle a imantação. O desencarnado que se conecta com esse imã necessita de ser conscientizado de quando, onde e como deve ser a manifestação. Por isso, a necessidade de estudar e educar a mediunidade através de estudos sobre o assunto em casas espíritas que tenham grupos de estudos voltados para esse fim, onde, paulatinamente, o assunto é abordado e praticado. Se não houver essa educação mediúnica, a mediunidade torna-se fator desnorteante.

Perceber a ânsia de querer estar bem, de todos os seres que possuem vida e sentimento, estejam dentro ou fora da matéria, e procurar auxiliá-los, é dar oportunidade de harmonização. O espírito desencarnado, ligado ao mundo material, sente saudades de companheiros e amigos. Sente frio, fome, raiva, assim como nós. A comunicação fica mais fácil quando compreendemos isso. Para nos comunicarmos com ele e orientá-lo da maneira devida, basta que entendamos o que ele pensa e o que sente, ou seja, alguém que está perdido, mas que quer se encontrar e ser encontrado. Devemos nos colocar no lugar dele, sem nos posicionarmos em um pedestal, e falarmos da Luz do Evangelho ao seu íntimo.

Esses irmãos que imaginamos estar mortos continuam a viver. Não os ignoremos. Oremos por eles. Mostremos que queremo-los bem e que vemos neles irmãos em Cristo. Devemos nos aproximar e conquistar suas confianças. A princípio, poderão se mostrar desconfiados, mas logo reconhecerão em nós, seus semelhantes, e a serenidade os fará entender que não estão solitários, mas sim que se encontram ladeados de bons companheiros.

Para finalizar, transcrevo aqui uma mensagem de Emmanuel intitulada de:

Eles, os outros

Ainda quando não reconheças, de pronto, semelhante verdade, eles te veem e te escutam. Quanto possível, seguem os seus passos, compartilhando problemas e aflições.

Compadece-te dos que te precederam na grande renovação. Aqueles que você viu partir de mãos desfalecentes nas tuas, doando os derradeiros pensamentos terrestres, através dos olhos fitos nos teus, não estão mortos. Entraram em novas dimensões de existência, mas prosseguem de coração vinculado ao teu coração. Assinalam-te o afeto e agradecem-te a lembrança, no entanto, quase sempre se escoram em tua fé, buscando em ti a força precisa para a restauração espiritual que demandam. Muitos deles, ainda, inadaptados à vida diferente que são compelidos a facear, pedem serenidade em tua coragem e apoio em teu amor...

Outros, muitos, jazem mergulhados na bruma da saudade, detidos na sede de reencontro, ante as requisições continuadas dos teus pensamentos de angústia. Outros muitos te seguem, ainda...

Aqueles que se despediram de você, depois de longa existência, abençoando sua vida, os que você amou, indicando-lhes o caminho para as esferas superiores, os que você levantou para a luz da esperança e aqueles outros que você socorreu um dia com o ósculo da amizade e da beneficência, todos te agradecem, estendendo-te os braços no sentido de auxiliar e transpor as estradas que ainda te cabem percorrer.

Auxilia aos entes queridos na espiritualidade, afim de que te possam auxiliar! Se lhes recorda a presença e o carinho, preenche o vazio que te impuseram à alma, abraçando o trabalho que terão deixado por fazer. Sê a voz que lhes reconforte os seres amados ainda na Terra, a força que lhes execute os serviços de paz e amor que não terminaram, a luz para aqueles que lhes lastimam a ausência em recantos de sombra, ou o amparo em favor daqueles que desejariam continuar te sustentando no mundo.

Compadece-te dos entes queridos que te antecederam na grande libertação. Chora, porque a dor é fonte de energias renovadoras por dentro do coração, mas chora trabalhando e servindo, auxiliando e amando sempre. E deixa que os corações amados, hoje no mais além, te enxuguem as lágrimas, inspirando-te ação e renovação, porque, no futuro, tê-los-ás a todos positivamente contigo nas alegrias do novo despertar.

Fonte: Do livro Caminhos de Volta,

De Emmanuel e Francisco Cândido Xavier

www.mensageiros.org.br

A mediunidade é uma troca de informações entre dois planos, por isso, o intercâmbio com seres de outros mundos é fato normal. Através da psicografia, da Pneumatografia, da Pneumatofonia, Psicofonia e de diversas outras categorias de mediunidade, conseguimos receber mensagens e instruções de outros planos.

Psicografia = A psicografia é a técnica utilizada pelos médiuns para escrever um texto sob a influência de um Espírito desencarnado.

Pneumatografia = (do grego pneuma - sopro ou espírito + graphein - escrever). É o termo cunhado por Allan Kardec para denominar um tipo de fenômeno mediúnico em que um espírito se comunica por via escrita sem o auxílio direto de um médium psicógrafo. É por isso, também, chamada de escrita direta. Apesar de prescindir da "mão" de um médium, a Pneumatografia, como todos os tipos de fenômenos mediúnicos, necessitaria, segundo a Doutrina Espírita, da presença de um médium. Nesse caso, tratar-se-ia de um Médium de Efeitos Físicos, que é aquele capaz de doar fluido animalizado ou ectoplasma para que o espírito seja capaz de realizar sua intervenção no plano físico.

Pneumatofonia = Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, define a Pneumatofonia como sendo a produção de ruídos e vozes por entidades espirituais, sem a colaboração ostensiva de um intermediário, de forma diferente, portanto, do que ocorre na Psicografia, quando um médium escreve sob a influência dos desencarnados, que assim nos transmitem suas ideias. Na Pneumatofonia os sons parecem surgir no ar, formando palavras ou frases. É também chamado de voz direta. É parecido com o que ocorre na Pneumatografia, porém se dá com vozes ou sons.

Psicofonia = O fenômeno da Psicofonia ou incorporação é caracterizado pelo chamado envolvimento mediúnico, que significa um entrosamento das correntes mentais e vibratórias do médium com o Espírito comunicante.

São essas apenas algumas das formas de mediunidade.

Todos têm os germens da mediunidade. Alguns a possuem de forma mais acentuada. Para desenvolvê-la e educá-la basta estudarmos e nos moralizarmos para que possamos nos ajudar e auxiliarmos nossos irmãos que se encontram em outro plano, mas mentalmente encontram-se agarrados na escala material.

Esses companheiros que agem obsedando, atormentando, por desconhecerem o amor, estão num estado de ignorância, mas um dia, ao sentirem a presença de DEUS, através de nós, se libertarão. Nossa mudança de hábitos, adotando em nosso dia a dia práticas benfazejas, é caminho para a desobsessão.

Além do contato com irmãos acabrunhados, temos o contato com companheiros evoluídos que vêm nos passar as devidas orientações e explicações para nossa conduta dentro e fora da Casa Espírita, dentro e fora de nosso lar, dentro e fora de qualquer lugar. São as duas faces de uma só moeda. O plano espiritual é infinito.

Fugir ou empregar mal a mediunidade é fugir de nosso compromisso que assumimos com a espiritualidade e conosco, em que deixamos hoje companheiros perdidos para nos perdermos amanhã.