Homilia Pe. Ângelo Busnardo- XIX Dom. Comum (O profeta Elias e os sacerdotes de baal)
XIX DOMINGO COMUM
10 /08 / 2014
1Rs.19,9ª.11-13ª / Rm.9,1-5 / Mt.14,22-33
Acab, rei de Israel, foi um rei infiel: 33Acab fez uma estaca sagrada e continuou agindo de modo a irritar ao Senhor Deus de Israel mais que todos os reis de Israel que o precederam 91Rs,16,33). Quem levou Acab a abandonar Javé, o Deus de Israel, foram as mulheres estrangeiras com que se tinha casado, sobretudo Jezabel que introduziu o culto ao deus baal em Israel.
Na tentativa de libertar Israel da idolatria, Elias desafiou os quatrocentos e cinqüenta sacerdotes de baal que exerciam o ministério em Israel: mandou preparar dois altares para o sacrifício, um para baal e outro para Javé. Aquele que fizesse descer fogo do céu para queimar a vítima seria o Deus verdadeiro (Cf.1Rs.18). Baal não atendeu às preces dos seus sacerdotes. Quando Elias invocou Javé desceu fogo do céu queimou a vítima e até derreteu as pedras do altar. Elias mandou prender os sacerdotes de baal e os degolou: 40 Então Elias lhes ordenou: “Agarrai os profetas de Baal. Que nenhum deles escape!” E eles os agarraram. Elias os fez descer até o riacho de Quison, onde os mandou degolar (1RS.18,40).
Jezabel ficou furiosa e decidiu matar o profeta Elias: 1Acab contou a Jezabel tudo o que Elias tinha feito e como tinha morto à espada todos os profetas. 2Então Jezabel mandou um mensageiro a Elias com esta ameaça: “Os deuses me tratem com todo o rigor, se amanhã a esta hora não fizer da tua vida o mesmo que fizeste das vidas deles” (Rs.19,1-2). Para fugir da fúria de Jezabel, Elias fugiu para o deserto e acampou: 3 Temeroso, Elias partiu para salvar a vida e chegou até Bersabéia de Judá. Deixando lá o empregado, 4 meteu-se deserto adentro numa caminhada de um dia, e finalmente se assentou à sombra duma giesteira. Sentiu vontade de morrer, dizendo: “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais” (1Rs.19,3-4). Deus enviou um anjo com pão e água ordenou que comesse e continuasse a caminhar: 7Mas o anjo do Senhor o tocou uma segunda vez, dizendo: “Levanta-te e come, senão a caminhada será longa demais para ti”. 8 Elias se levantou, comeu e bebeu, e com a força deste alimento andou 40 dias e 40 noites, até chegar ao monte de Deus, Horeb. 9Lá entrou numa caverna e passou a noite (1Rs.19,7-9).
Enquanto estava acampado numa caverna no monte Sinai (Horeb), Deus o avisou que teria uma visão: 11O Senhor respondeu: “Sai e põe-te de pé no monte, diante do Senhor! Eis que ele vai passar” (1Rs.19,11). A visão prometida por Deus foi precedida por três sinais inexplicáveis a nível humano mas que não vinham de Deus: 11O Senhor respondeu: “Sai e põe-te de pé no monte, diante do Senhor! Eis que ele vai passar”. Houve então um grande furacão, tão violento que dilacerava os montes e despedaçava os rochedos diante do Senhor, mas o Senhor não estava no vento. Depois do vento houve um terremoto, mas o Senhor não estava no terremoto. 12Depois do terremoto houve fogo, mas o Senhor tampouco estava no fogo (1Rs.19,11-12ª). Deus não estava no furacão, no terremoto e nem no fogo. Obviamente estes sinais foram produzidos por satanás para enganar o profeta. Se Elias tivesse adorado a Deus na passagem de um destes três fenômenos teria se tornado idólatra como os quatrocentos e cinqüenta sacerdotes de baal que tinha mandado matar. Perante sinais sobrenaturais é necessário sempre fazer discernimento para evitar ser enganado por satanás.
Ao perceber o ruído de uma brisa suave, Elias adorou o verdadeiro Deus que estava passado: Finalmente, passado o fogo, percebeu-se uma brisa suave e amena. 13 Quando Elias a percebeu, encobriu o rosto com o manto e saiu, colocando-se na entrada da caverna. Então uma voz lhe falou: “O que estás fazendo aqui, Elias?” 14Ele respondeu: “Estou apaixonado pelo Senhor Deus Todo-poderoso, pois os israelitas abandonaram a tua aliança, demoliram os teus altares, mataram à espada os teus profetas; apenas fiquei eu. Mas também a mim procuram tirar-me a vida” (Rs.19,12b-14).
Jesus provou com verdadeiros milagres que era o verdadeiro Messias. Apesar de ter visto Lázaro ser sepultado e ressuscitar quatro dias após a morte, os líderes eclesiásticos de Jerusalém não foram capazes de discernir que Jesus era o verdadeiro Messias e o crucificaram. São Paulo que certamente não conheceu Jesus durante a vida perseguiu os seguidores de Jesus. Mas, ao ser derrubado do cavalo e ouvir a voz de Jesus perto de Damasco, reconheceu o erro dedicou toda a vida à pregação do Evangelho: 1 Saulo, porém, só respirava ameaças e morte contra os discípulos do Senhor. Apresentou-se ao Sumo Sacerdote 2 e pediu-lhe cartas de recomendação para as sinagogas de Damasco, com o fim de levar presos para Jerusalém todos os homens ou mulheres que achasse seguindo tal doutrina. 3 Durante a viagem, estando já perto de Damasco, foi envolvido de repente por uma luz vinda do céu. 4 Caiu por terra e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” 5 Saulo respondeu: “Quem és, Senhor?” E ele: “Eu sou Jesus, a quem persegues (At.9,1-5).
Após a conversão São Paulo se angustiava ao lembrar que a maioria dos Israelitas rejeitou Jesus apesar de todos os sinais que Ele fizera: 1 Digo-vos a verdade em Jesus Cristo e não minto, minha consciência me dá testemunho pelo Espírito Santo: 2 trago no coração um grande pesar e uma contínua dor. 3 Pois desejava ser eu próprio segregado por Cristo pelos meus irmãos, os meus patrícios segundo a carne, 4 sendo que eles são israelitas, deles são a adoção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas, 5 deles são os patriarcas e deles é o Cristo segundo a carne. O Deus que está acima de tudo seja bendito pelos séculos! Amém (Rm.9,1-5). A vontade de ver os o seu povo, no qual o próprio Jesus tinha nascido, convertido e salvo induziu São Paulo até achar que valeria a pena ele mesmo ser condenado em troca da salvação de Israel.
O trabalho e o esforço humano pode dar bons resultados. Mas quem se esforça com a ajuda de Deus consegue resultados melhores e mais rápidos. Por ordem de Jesus, os apóstolos iniciaram a travessia do mar sozinhos: 22 Logo a seguir, Jesus mandou que os discípulos entrassem no barco e fossem na frente para a outra margem, enquanto ele despedia a multidão (Mt.14,22). Sem Jesus a embarcação avança com dificuldade navegando contra o vento: 24 O barco já se achava a alguns quilômetros da terra e era agitado pelas ondas, pois o vento era contrário (Mt.14,34). Assim que Jesus entrou no barco o vento se tornou favorável: 32 E quando os dois entraram no barco, o vento se acalmou (Mt.14,32).
Pedro, com autorização de Jesus, quis imitá-lo andando sobre as águas: 28 Tomando a palavra, Pedro disse: “Senhor, se és tu, manda-me andar sobre as águas até junto de ti”. 29 Ele disse: “Vem!” Descendo do barco, Pedro caminhou sobre as águas ao encontro de Jesus (Mt.14,28-29). Imitar Jesus é um bom começo. Mas, além de imitar Jesus, é necessário ter fé e ser fiel. Quem for fraco na fé ou não for fiel tropeça no caminho: 30 Mas, ao sentir a violência do vento, ficou com medo; começou a afundar e gritou: “Senhor, salva-me!”31 No mesmo instante Jesus estendeu a mão e o segurou, dizendo: “Homem de pouca fé, por que duvidaste?” (Mt.14,30-31). Muitos usam o nome de Jesus e tentam imitá-lo, mas acabam condenados por não serem fiéis apesar de anunciar numerosos fenômenos considerados milagres por eles. Quando a morte os levar para o julgamento definitivo ouvirão de Jesus que Ele nem mesmo os conhece: 21 Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no reino dos céus mas quem fizer a vontade de meu Pai que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome, não expulsamos demônios em teu nome, não fizemos muitos milagres em teu nome?’ 23 Então lhes declararei: Nunca vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal (Mt.7,21-23).
Código : domin899
Ângelo José Busnardo
e-mail : ajbusnardo@gmail.com