SE PASSARES A PROCURAR POR JESUS ALÉM-MARES,
ACABARÁS POR PERDÊ-LO DENTRO DE SI E DE SEUS
PRÓPRIOS LARES.

O MENINO QUE DEBATEU COM OS DOUTORES DA LEI

Abrindo sua Bíblia no livro de Lucas - 2: 41-52, logo no início da leitura do versículo 41-42, podemos fazer uso da imaginação, e invocar uma cena narrada; onde um garoto caminha com seus pais de nomes José e Maria.

Estavam todos (como romeiros) indo para Jerusalém participar da *Festa da Páscoa, uma comemoração tradicional e anual. Percorrida já uma boa distância, que a Bíblia chama de “caminho de um dia”, os pais daquele guri perceberam que o pequeno não estava mais com eles, nem com os parentes, que formavam um grupo de pessoas. Não foi por motivo relapso de José e Maria; ocorreu que o pequenote era um menino muito especial chamado Jesus, e não só por chamar-se Jesus - que era um nome bastante comum na Judéia - mas por sua origem divina e no ir e vir, na atribulação da cidade de Jerusalém, para onde acorriam multidões em datas festivas judaicas, no corre-corre, nas preocupações com os ditames de obrigações e aos reverenciais, acabaram por extraviar-se de Jesus no burburinho das ruas. Perderam-no. Jesus um menino de apenas 12 anos.

Principalmente a mãe de uma criança, é a primeira a se desesperar. O instinto de maternidade é muito forte. A mulher nasceu para isso: a maternidade. Maria se apavorou e José como pai também, mas no entando procurava acalmá-la, saindo ambos à procura do garoto.

À semelhança dessa passagem, por muitas vezes também O extraviamos! Na verdade somos nós que nos perdemos Dele. Ao contrário de Maria e José, o pior é que valorizamos tanto nossa vida diária, a cujo fim tudo se resume no dinheiro e em coisas materiais, que acabamos por nos esquecer de nosso Mestre e Amigo. O extraviamos, O perdemos de vista, para nosso futuro desespero. Procuramos na verdade sempre O Mestre além-mares, sempre além da linha do horizonte. Lá chegando, a linha do horizonte está mais além ainda do ponto de referência que havíamos demarcado. E assim longe do Mestre, seguimos de procura em procura, de lugares a lugares, uns mais sóbrios outros mais escusos, acabamos por perdê-Lo dentro de nós mesmos.

Decaídos, procuramos na distância em lugares diversos, como abelhas indo de flor em flor; sem nunca cessar. Inúmeras idas e vindas. Mas abelha está a trabalho, busca o néctar de sua subsistência; nós não! Quando em erro, não reconhecemos nem buscamos as coisas provectas. A maioria de nossas buscas são fúteis, efêmeras, como névoa que logo se dissipa.

Podemos também perdê-Lo nos costumes e na própria religiosidade equivocada. Maria e José estavam literalmente usando do gênero literário mais corrente no judaísmo: "buscando o néctar para lenitivo de suas almas na Festa Pascal como fazem as abelhas". Era um costume, e estavam certos em fazê-lo, mas como visto anteriormente, as ocupações com as prováveis oferendas, clamor e orações, o ritual dos pães ázimos, tomaram-lhes o tempo, ocupou suas mentes a ponto de fazê-los esquecerem do garoto.

Tudo que fizermos temos que fazê-lo de forma racional falando-se da humana lida. Sabendo que há cuidados na existência humana, mesmo voltando-nos ao sagrado. Vem-nos a mente Jesus dizendo aos fariseus - que o censuravam por estar se alimentando em companhia de publicanos e pecadores: “Misericórdia quero e não holocaustos”. Uma coisa sempre se torna prioritária em relação à outra. “Os sãos não precisam de médico e sim os doentes”. Ele (Jesus) não veio para chamar os justos, mas para chamar os pecadores ao arrependimento. (Mt 9: 10-12). Eis pois, que não é pecado, erro ou falha, deixar mesmo que seja uma ritualística, para acudir outra coisa que momentaneamente requer nossa atenção.

Não percamos o Mestre de vista, de nosso coração; pelo muito estafar da vida no mundo. Podemos ter ritos, afazeres, trabalho, cuidados com a beleza do corpo físico, sem contudo afastarmo-nos anos luz da atenção às prioridades. Nem Deus quer isso de nós. O próprio Jesus disse aos discípulos constritos em não mais tê-lo com eles: “Não vos entristeças, pois estarei convosco todos os dias (...)”. Mesmo no martírio, após morto e ressurreto, não se esqueceu dos que amava e o amavam. Se fosse pecado dar atenção aos filhos menores durante o louvor ao Pai, Jesus não teria dito “Deixai vir a Mim os pequeninos...”

Se O perdermos; O esquecermos para trás, voltar pelo mesmo caminho e buscar achá-Lo e reencontrá-Lo, vale a pena, e muito!

Neste caso, do extravio do menino Jesus, sabemos que tudo estava previsto pelo Pai Eterno. Jesus precisava demonstrar os sinais de divindade desde criança, para causar espanto nos velhos, irredutíveis e empedernidos fariseus, sacerdotes do Templo. Abalar a jactância de soberba como casta superior a todos os gentios, a quem humilhavam. E não foi de outra forma. Causou estranheza um garotinho debatendo a altura e até de maneira superior com os "Doutores da Lei" (teológica) judaica.

Procedemos muitas vezes como num “correr atrás do vento” nas falsas seitas e doutrinas que se apresentam como “ciência”; estas deixemo-las para trás, que se percam na noite dos tempos. Sejamos alguém que primeiro irá buscar ao Eterno e Seu Reino, em lugar das mesquinhas e fúteis atribuições que denominamos “necessidades”, mas que se não as tivermos não modificam em nada nossas vidas. São os meros caprichos de consumo compulsivo, que logo se esvai como chegou. Busque da sua maneira, com a sua liberdade de entendimento onde foi que perdeu Jesus, em que ponto da vida. Volte que Ele estará lá, pode parecer perdido por você, mas todo reencontro com um grande e sincero amigo é sempre emocionante.

Tudo que colocamos em substituição ao Mestre, seja negativo ou que presuma ser positivo, pode  fazer-nos perdê-lo de vista. Qual amigo gosta de ser preterido, deixado esquecido para trás. Todo verdadeiro amigo não deixa o outro abandonado, desprezado... Para reencontrá-Lo temos que fazer o caminho de volta, como fizeram seus pais José e Maria. Após três dias quando o viram Maria disse: "teu pai e eu aflitos, estamos à sua procura". Assim nestes tempos em que se perdem todos os rumos facilmente, temos que buscar a Jesus urgentemente, refletindo em como está a nossa vida. O Senhor vai responder, vai se nos revelar! Digo por convicção e ocorrência própria em minha vida! Na oração encontramos Jesus, e este encontro deve ser diário. A melhor coisa é seguir nossa caminhada tendo-O como companheiro. Encontro Jesus na procura pela oração e no atender ao Seu chamado para mim.

Não perca Jesus na sua vida! Logo que seus pais O viram ficaram  maravilhados. Assim vão ficar aqueles que O procuraram, quando o encontrarem!

 
Leiam a narrativa na íntegra em Lucas 2: 41 a 48.
 

* 1. Festa religiosa, em que os judeus comemoram sua saída do Egito, sob o comando de Moisés. 2. Festa religiosa, em que os cristãos comemoram a ressurreição de Cristo, seu fundador. A palavra Páscoa vem da palavra hebraica “pesach” e do grego “pascha” que significam “passagem”. É um erro muito visto nas igrejas (todas as religiões cristãs) é muito se falar da Páscoa, somente como a comemoração da Ressurreição de Jesus, e esquecerem-se de falar do “pesach”, ou a libertação do povo judeu do jugo egípcio que os escravizava. A passagem ou “pesach” foi liderada por Moisés. Pão ázimo ou asmo - matzo (ídiche) matzá (hebraico) - é um tipo de pão assado sem fermento, feito somente de farinha de trigo (ou de outros cereais como aveia, cevada e centeio) e água. A preparação da massa não deve exceder 18 minutos para garantir que a massa não fermente. De acordo com a tradição judaico-cristã, pão ázimo foi feito pelos israelitas antes da fuga do Antigo Egito, por que não houve tempo para esperar até a massa fermentar. Hoje em dia é comida obrigatória na festa do Pessach (páscoa judaica), que também se chama Hag ha-matzot, ou a festa dos pães ázimos. Onde se proíbe qualquer alimento, principalmente pães fermentados.
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 04/08/2014
Reeditado em 04/08/2014
Código do texto: T4908712
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