UM SÓ MEDIADOR ENTRE DEUS E OS HOMENS (V)
No Livro dos Atos dos Apóstolos, chamado por muitos de Atos do Espírito Santo. Está escrito: “E nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo que devamos ser salvo”. At. 4:12.
A expressão acima, segundo Lucas registrou, é de autoria de um dos doze Apóstolos de Jesus chamado Pedro. No Capítulo 10 do Evangelho segundo Mateus, ele encabeça a lista, juntamente com André, seu irmão, dos que Jesus os comissionou para uma importante missão; dando-lhes poder sobre os espíritos imundos e também curarem toda enfermidade e todo mal.
Marcos, também, no seu Evangelho, (1: 16-17), informa que Pedro foi dos primeiros chamados por Jesus para composição de seu apostolado. Entretanto, de acordo com Evangelho de João (1: 40-42), Pedro foi apresentado a Jesus através de André, seu irmão. Ambos eram naturais de uma aldeia chamada de Betsaida, localizada às margens do mar na região da Galiléia. (Jo. 1: 44). Betsaida era conhecida como aldeia dos pescadores. Coincidência ou não, Pedro e André, seu irmão, eram pescadores.
Pedro era conhecido por vários nomes. Simão Barjonas, (Mt. 16:17); Simão, filho de Jonas, ou filho de João, (Jo. 21:15) e ainda de Cefas que quer dizer Pedro. Porém, Pedro era o nome mais conhecido em toda a sua história.
Entendemos que Pedro por ser de tradicional família de pescadores, talvez não tenha tido oportunidade de frequentar escolas, como certamente fazia a maioria dos garotos de sua época filhos de pessoas abastadas. Porém, Pedro, após ingressar na escola do Mestre, teve oportunidade de adquirir profundos conhecimentos acerca do reio dos Céus e do Próprio Jesus, o Homem de Nazaré.
Pedro escreveu duas epístolas que levam o seu nome; I e II Pedro. Muitos chamam-nas, de Epístolas Universais, porém, de acordo com comentários da Bíblia de Aplicação Pessoa, a primeira foi endereçadas “Aos cristãos judeus expulsos de Jerusalém e espalhados ao longo da Ásia Menor, e a todos os crentes, de todos os lugares”. A segunda, “foi endereçada à Igreja como um todo e os cristãos em todos os lugares”.
De uma coisa sabermos, quem lê cuidadosamente os escritos de Pedro, contido nessas duas Epístolas encontrará um rico ensinamento que muito contribuirá com o seu crescimento espiritual.
Pesquisas informam que Pedro escreveu um livro intitulado: “Evangelho de Pedro, que foi descoberto em 1886 no Egito e, segundo os especialistas, fora escrito no século II, porém, o livro foi considerado apócrifo não fazendo parte do Cânon Sagrado”. Na verdade, não poderia mesmo. Vejamos porque:
O suposto “Evangelho de Pedro”, na verdade, não poderia mesmo pertencer ao Cânon das Escrituras, embora narre a história da infância de Jesus, não inspira credibilidade, além do que, não se identifica em parte alguma com nenhum dos livros contidos nas Escrituras.
Eu estive observando esse livro, e não encontrei nada, que se identificasse com os ensinos sagrados; e, se comparado ao conteúdo das Epístolas por Pedro escritas, aí é que não dá mesmo para admitir que um homem, formado na faculdade do Mestre, com profundo conhecimento a respeito do Reino de Deus, tenha escrito um livro com baixo teor de qualidade, e de conhecimento. No meu entendimento, o que lá está escrito, não passa de um caso lendário, ou mesmo história de carochinha.
Uma das inverdades sobre esse livro está na data em que o mesmo fora escrito. Dizem que ele foi escrito no século II. Segundo a história, Pedro morreu ainda no primeiro século, por ordem de Nero, provavelmente no ano 95 d. C. Como entender que esse livro lendário é de autoria de Pedro, se ele foi escrito depois de sua morte?
Deixemos esse assunto de lado, e vamos ao que é mais interessante: a mensagem proferida por Pedro em um de seus discursos, depois do dia de Pentecoste.
Tudo começou, quando João e ele Pedro, entravam no Templo e se depararam com um homem coxo pedindo esmolo. Pedro não tinha dinheiro e nem seu companheiro, João, mas tinha a autoridade de Jesus para curar enfermos, e, movidos pelo poder do Espírito Santo, determinaram a cura daquele homem, cujo milagre resultou na conversão de quase cinco mil almas.
Por conta disto, enfurecidas as autoridades, prenderam a Pedro e João, levando-os ao Sinédrio para julgamento, embora sob ameaças das autoridades, Pedro, por está cheio do Espírito Santo, corajosamente, apresentou sua defesa dizendo: “Tomai conhecimento, vós todos e todo povo de Israel, de que, em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, a quem vós crucificastes, e a quem Deus o ressuscitou dentre os mortos, sim, em seu nome é que este está sendo curado perante vós”. (At. 4: 10).
A expressão de Pedro, conforme registrou Lucas no texto acima, mostra a ousadia com que se apresentou o Apóstolo. Pedro não falou isso para um grupo de curiosos que estava abismado com tamanho milagre realizado. O discurso para os curiosos, Pedro já havia feito anteriormente. (At. 3: 12).
Desta feita, Pedro se encontrava era diante do Sinedrio, a Corte Suprema da Lei Judia, constituído de setenta anciãos, que tinha a missão de administrar e aplicar a justiça da formo que seus membros interpretassem. Mas, pelo jeito, Pedro não estava preocupado com ameaças dessa Corte e nem mesmo com a morte, caso sentenciasse a Corte. A preocupação de Pedro era a divulgação do Nome de Jesus.
O Sinédrio, por sua vez, na condição de Corte Suprema de Israel, procurava criminar Pedro pelo milagre realizado no coxo; mas não surtiu o efeito suas ameaças, pois Pedro desmascarou seus membros quando disse: “Principais do povo e vós anciãos de Israel, visto que hoje somos interrogados acerca do benefício feito a um homem enfermo e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a que Deus ressuscitou dos mortos, em nome desse é que este está são diante de vós”. (At. 4:7–9).
E para provar que tinha conhecimento de causa e que havia convivido com Jesus e sendo ele sabedor do motivo pelo qual, Cristo tinha vindo ao mundo disse:
“E nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo que devamos ser salvo”. (At. 4:12).
Isso fica mais do que provado, que Jesus é “o único mediador entre Deus e os homens”.