Do nível ao prumo - Maçonaria
O nível simbolicamente representando uma linha pelo horizonte e mais especificamente a materialidade, mundo fenomênico, prevalecendo o Eu material.
O prumo também simbolicamente representando uma linha vertical e mais especificamente representado a espiritualidade mundo espiritual, mundo de D E U S, prevalecendo o Eu espiritual, inerente a Imagem Verdadeira. Que vem do alto e intrinsecamente alojado no nosso intimo, ou em nós mesmo.
Estudando a espiritualidade, a Imagem Verdadeira, deparamos com o texto bíblico em Amós Cap. VII Vers. 7 e 8 que diz: “Mostrou-me também assim: e eis que o Senhor estava sobre um muro, levantado a prumo; e tinha um prumo na sua mão. E o SENHOR me disse: Que vês tu, Amós? E eu disse: Um prumo. Então disse o Senhor: Eis que eu porei o prumo no meio do meu povo Israel; nunca mais passarei por ele”.
Amós - Palavras de Amós, que foi um dos pastores de Técoa, sobre as visões que ele teve a respeito de Israel, no tempo de Ozias, rei de Judá, e de Jereboão, filho de Joás, rei de Israel, dois anos antes do terremoto. “Amós começou dizendo: É de Sião que Javé ruge, e de Jerusalém que ele faz ouvir a sua voz: Os campos dos pastores vão murchar, e o alto do Carmelo vai secar”. Depois seguem, O julgamento das nações, As exigências de Javé, As visões, das quais temos a terceira visão, a saber: “Ele me fez ver: era o Senhor quem estava de pé junto a um muro, com um prumo na mão. Então Javé me disse: Que está vendo Amós? Eu respondi: Um prumo. E o Senhor disse: Eu vou passar o prumo no meio de meu povo Israel, e doravante não o perdoarei mais.”
Já que estamos referindo a Nível e Prumo, não obstantes não deixamos de referir a ensinamentos do simbolismo maçônico e a passagem do Aprendiz a Companheiro, na aquisição de mais graus do conhecimento sobre a ordem. Em que são ferramentas que norteiam as cinco viagens para obtenção do grau representados, o Maço, o Cinzel, o Compasso, a Alavanca e o e Esquadro. A Régua, permitindo traçar linhas retas, que podem ser prolongadas ao infinito, simboliza o direito inflexível, a lei social, no que ela tem de mais rigoroso e imutáveis. A esse ABSOLUTO se opõe o círculo da relatividade, cujo raio se mede pelo afastamento das pernas do C.'.. Como, entretanto, nossos meios de realização são limitados, devemos traçar nosso programa de trabalho tendo em conta, além da idéia do ABSTRATO, que nos incumbe seguir (Régua), a REALIDADE CONCRETA (C.'.), com as quais estamos habituados. Ainda como balizador simbólico de os nosso atos.
Oxalá, pesquisando a internet, encontrei um trabalho de simbolismo sobre o tema, que copilei, embora não tenha encontrado o nome do autor, como eis o texto, sobre a Régua, o Maço e o Cinzel, como segue:
“É um utensílio usado nas Lojas Maçônicas e que simboliza a retidão dos princípios maçônicos e a retidão da conduta que deve ser observado pelos Maçons.
Todo Maçom deve observar escrupulosamente o cumprimento das leis que lhe são impostas. Cumprir as Leis é um sinal de obediência. A obediência conduz á ordem e, assim, cumprir as leis é uma forma de retidão. Por isto, a Régua simboliza o meio de assegurar o cumprimento das normas do comportamento humano sem as quais não pode haver ordem. Estas normas constituem o equilíbrio de todas as ações, assim elas consubstanciam uma medida que pode ser avaliada pelos módulos da Régua.
Em Maçonaria usa-se a Régua de 24 polegadas significando as 24 horas do dia, estas 24 horas devem ser divididas pelo Mestre de Cerimônias, que é quem porta a insígnia de Régua, em espaços iguais destinados ao trabalho, ao repouso, aos exercícios físicos e mentais e a recreação.
A Régua de 24 polegadas serve para medir e planear a obra: corresponde a Sabedoria do Ven.’., que também a de medir e planear quando dirige os trabalhos.
A Significação simbólica nos ensina que quando no plano moral, o homem deve medir prudentemente os seus planos de ação, deve medir e apreciar o contorno de suas idéias como se mede um pedaço de pedra, para ter o conhecimento exato de seu valor e de sua utilidade. Material, com espiritualidade, medir é saber e o erro começa onde se perde o censo da medida.
Para Abelain a Régua é o “Ouro dos Filósofos” simbolizando a “regularidade na aplicação”. Palavra originada do latim “regula” ela, na Maçonaria é tomada como símbolo do infinito, eis que a linha reta não apresenta princípio e nem fim. Desta forma podemos tê-la como símbolo do
aperfeiçoamento constante, da retidão, da lei, da moralidade e do dever.
Por isso a Maçonaria não impõe nenhum limite, é livre da investigação da verdade, e para garantir a todos essa liberdade, ela exige de todos a maior tolerância.
Maço representa a inteligência e a razão que tornam o Maçom capaz de dicertar o Bem do Mal, o Justo do Injusto.
Utilizado para desferir golpes, tem relação com o lº Vig.’. cuja qualidade é a força e cuja missão consiste na transmissão de energia. E para transmitir aos instrumentos a força de im¬pulsão necessária à execução do trabalho. O Maço é o poder, é a força. Qualquer que seja o sistema de impulsão adotado modernamente nos labores do homem, ele se deriva da idéia primitiva do golpe. O Maço é a ação.
A tarefa do homem na vida, em síntese, tem como fim a remoção e transformação da maté¬ria; toda ação humana se reduz a isso, quer no campo material, quer da esfera moral. Mover pedras e terras para a construção de um edifí¬cio; mover pensamentos e idéias, para a cons¬trução de um ideal; para mover pedras e terra é necessário a impulsão muscular; para mover e transladar idéias, é necessária a impulsão moral - ação, vontade, força espiritual.
Se, no plano físico, a Régua tivesse traçado as suas linhas e o Cinzel estivesse pronto para realizá-los na pedra, mas faltasse força no braço do Obreiro, o trabalho conciencioso da Régua e as qualidades de penetração do Cinzel de nada serviriam; a obra não seria realizada.
O Maço é a impulsão que leva para á frente, O Maço é a Energia.
Não devemos confundir o Malhete do Venerável Mestre com o Maço, porque o mesmo é o instrumento que o neófito dá as primeiras pancadas na pedra bruta, a qual representa o Homem sem instrução, áspero de caráter, por falta de conhecimento e que mais obedece aos seus instintos do que a razão.
O cinzel é uma ferramenta pontiaguda com a qual se esculpem as pedras por mais duras que sejam, dando-lhes forma e modelo.
Corresponde ao 2º Vig.’., porque como es¬te representa o elemento da Beleza, assim o Cinzel é o instrumento com que o Maçom cinze¬la a pedra tosca, nela criando linhas superficiais e molduras, para o embelezamento do edifício.
Simbolicamente modela o espírito e a alma, de acordo com os mandamentos da Sabedoria. Representa as nossas faculdades morais e espi¬rituais, subordinadas ao nosso saber e à nossa prudência. Sem o desenvolvimento dessas for¬ças o Maçom não poderia agir no meio que o circunda, nem poderia dar feição à sua própria natureza.
Este Cinzel maçônico deve ter fio e têmpera capazes de um esforço grande e tenaz, isto é, o Maçom deve ter sentimentos generosos, mente sã, fé profunda, estoicismo e capacidade de so¬frimento.
Desde que o homem começou a utilizar o cinzel foi, aos poucos, se aperfeiçoando em suas obras e puderam desta forma serem feitos: as construções, as esculturas e as gravuras.
O serviço do cinzel pode ser exemplificado pelas obras feitas pelos Egiptólogos a milênios de anos atras, tais como: as pirâmides, os artefatos da tumba do Rei Tut, a esfinge, o monólito egípcio que esta exposto no Museu Britânico, e a pedra Menfíta, que contem os mais antigos conceitos humanos, e outros.
O cinzel além de poder ser utilizado como ferramenta pode também ser um símbolo para se atingir a perfeição do ser humano, estando por exemplo nas mãos de obreiro que tenham bons princípios e costumes pode não ser construídas obras de grandes relevâncias.
Nós aprendizes, recebemos a pedra bruta, assim como os Egiptólogos, os escultores, etc., a recebiam para modelar suas obras.
Podemos assim iniciar na aprendizagem por bons princípios e costumes para atingirmos a perfeição, e sermos úteis a humanidade. Deste modo, utilizando destes princípios podemos ter a honra de pertencer a esta augusta e salutar sociedade”.
Ainda sobre a alavanca e o esquadro temos a considera: A Alavanca, ao poder irresistível de uma vontade inflexível, quando inteligentemente aplicados e o Esquadro: Permite controlar o corte das pedras, que devem ser estritamente retangulares, para se ajustarem, com exatidão, entre si. Assim, simbolicamente, o E.'. determina as condições de solidariedade. Emblema da sabedoria, nos ensina que a perfeição consiste, para o indivíduo, na justeza com que se coloca na sociedade.
José Pedroso
Frutal MG, 28 de junho de 2014.