CHEIOS DA PRESENÇA DO SENHOR – segunda parte

Paulo Sergio Larios

Texto basico: João 14

INTRODUÇÃO

Quando somos os primeiros a perguntar algo num fórum, nós abrimos a discussão, onde alguém pode querer opinar sobre o assunto. As perguntas que suscitaram em meu coração a respeito de sermos cheios da presença do Senhor, que é um dos temas de uma Campanha atual em nossa Igreja, gerou algumas perguntas em meu coração: Porquê devemos ser cheios do Espírito Santo? Porque é que Deus escolheu nos encher, ao invés de fazer diferente, como simplesmente falar conosco e nos converteríamos ouvindo, por exemplo. Ou será que Deus sabia que assim não nos converteríamos? Eu procurei na Internet e em livros e não encontrei a resposta.

Na primeira parte desse estudo, lemos que Paulo usou de uma figura de linguagem interessante, ele comparou o enchimento do Espírito Santo com embriaguês, ficar bêbado. Uma pessoa embriagada está dominada pela bebida e perde as faculdades da fala, dos movimentos e até da mente. Um bêbado está dominado pela bebida. A comparação de Paulo é bastante eficaz, pois conseguimos entender que ser cheio do Espírito quer significar ficar dominado pelo Espírito Santo e agir o mais parecido com o que Ele faria dada a situação reinante. O próprio Espírito colocou então uma indagação no meu coração: porquê é que devemos ser cheios do Espírito Santo? Porque é que devemos ser dominados, ficar bêbados do Espírito e agir como Ele? Essa indagação eu não encontrei. Alguém deve ter falado sobre isso em algum lugar e vou procurar me aprofundar no assunto, mas nesse momento, acredito que você esteja lendo um assunto biblico inédito, e na qual o próprio Deus colocou também algumas ideias de porque isso acontece. Encontrei três respostas sobre a pergunta e é isso que quero dividir com você agora.

PORQUÊ DEVO SER CHEIO DO ESPÍRITO SANTO?

A Bíblia instrui que todo crente, a partir do Novo Testamento deve ser cheio do Espírito Santo, sabendo ainda que esse será o padrão daqui pra frente: sempre mais e nunca menos do que isso. Sabemos que o Espoírito Santo é Espírito capacitador, tanto para os dons ministeriais, como os de poder, assim como é Ele que opera em nós o Arrependimento e a fé. Até ai vai bem, mas porquê ser cheio? Tentando responder exclusivamente a essa pergunta, o que a Bíblia nos ensina sobre o assunto?

1- DEVEMOS SER CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO DEVIDO AO PECADO

Sempre acabamos voltanto ao Pecado Original, que é também conhecido como A Queda, que foi o ato que Adão e Eva pecaram comendo do fruto proibido que Deus falara para não comer. Há uma infinidade de assuntos aqui e acredito que dê até para escrever um livro sobre A Queda e os motivos que levaram ao pecado, ou a aparente omissão de Deus, o que alguns chamam de livre-arbitrio, que é um outro assunto que merece uma nova análise mais séria e de perto, onde poderemos entender que não existe livre-arbitrio, existe obediência ou não obediência; resistência ao chamado ou não resistência; o chamado irresistivel ou o chamado ressistivel.

Romanos 6 nos mostra dois tipos de pecado: o Pecado como Lei Espiritual e os pecados, ou os meus pecados. O Pecado como Lei só pode ser combatido por outra Lei Espíritual mais forte do que essa e que é A Lei da Graça. Se o pecado como Lei foi vencido na Cruz, resta então os meus pecados para serem combatidos.

Um dos livros mais poderosos que já li e que acaba sendo de cabeceira é A Cruz de Watchman Nee. O livro, que você acha facilmente na Internet, começa assim:

“Quando o Senhor Jesus Cristo foi crucificado, Ele não apenas morreu pelos pecadores, abrindo-lhes um vivo caminho para que obtenham a vida eterna e se acheguem a Deus, mas também morreu com os pecadores sobre a cruz. Se a eficácia da cruz fosse meramente no aspecto da substituição par que os pecadores tivessem a vida eterna e fossem salvos da

perdição, a maneira da salvação de Deus não seria completa, porque uma pessoa que é salva por crer em Jesus Cristo (veja Atos 16) ainda vive no mundo e ainda existem muitas tentações. Além disso, o diabo freqüentemente a engana e a natureza pecaminosa dentro dela opera continuamente.

Apesar de haver recebido a salvação, ela ainda não está livre do pecado nesta era. Ela não tem o poder para vencer o pecado. Portanto, em Sua salvação, o Senhor Jesus teve de levar

a cabo ambos os aspectos: salvar o homem da punição do pecado e também salvar o homem do poder do pecado. Quando o Senhor Jesus morreu pelos pecadores na cruz, Ele libertou o homem da punição do pecado: o eterno fogo do inferno. Quando morreu com os pecadores na cruz, Ele libertou o homem do poder do pecado: o velho homem está morto, e ele já não é escravo do pecado. O pecado não vem de fora, mas de dentro. Se o pecado viesse de fora, então ele não teria muito poder sobre nós.”

O pecado é como uma doença mortal dentro de nós e o antídoto se faz presente quando estamos cheios do Espírito. Quando estamos cheios do Espírito Santo nós queremos pensar apenas nas coisas de Deus e de como agradá-lo. O nosso eu está morto, ou anulado, quando estamos cheios do Espírito. O Espírito em nós repele a vontade pecaminosa em nós, que é o nosso natural, desde o advento da Queda.

Precisamos do antídoto ao pecado que é ser cheio do Espírito Santo; ser dominado por Ele, embriagado, espírito, alma e corpo. O pecado é um vírus mortal que invadiu todo o nosso ser: corpo, alma e espírito, a cura pra isso é ser cheio do Espírito, ser dominado, embriagado, sem poder nas capacidades mentais, intelectuais, emocionais, ou quaisquer outras. O pecado nos deixou embriagado, dominados pelo pecado, pela vontade e desejo de pecar e o pecado agora em nós é fácil, pois faz parte de nossa natureza; o contrário, entretanto, ser cheios do Espírito Santo vai contra a nossa natureza pecadora e acaba sendo um desafio de Deus para nós. Ser cheio não é fácil, mas é o antídoto ao nosso ser dominado pelo pecado, que emprestou sua boca, sua mente e seus membros ao pecado. Se o pecado teve o poder de atingir todo o nosso ser, então o antídoto tem que fazer o mesmo.

Um fato dos mais interessantes osbre o Espírito Sato e que é preciso levar em conta aqui, é que no Batismo da Igreja, em Atos 2, viu-se como que línguas repartidas de fogo, e o fogo acabou sendo um símbolo, automaticamente, do Espírito Santo, entretanto o fogo é extremamente volátil e quando queima inflama e esquenta e clareia ao redor, mas extingue-se muito rápido. O fogo precisa ser alimentado constantemente, eternamente, no caso de ser cheio do Espírito. Ser cheio inplica ser cheio na hora, ou agora, e implica ser cheio continuamente, ou buscar um enchimento continuo.

Devido ao pecado não há nada de bom em mim e não consigo agradar a Deus.

A Bíblia apresenta três tipos de homens: o homem espiritual, o homem carnal e o homem natural. (1 Corintios 2:9-3:1) O homem, o ser-humano, o homem ou a mulher, podem ser espirituais: o homem espiritual. O homem natural é aquele que ainda não conhece a Cristo, que não foi tocado ainda pelo Espŕito de Deus. O homem espiritual é o homem quente, e o homem natural é o homem frio, longe de Deus. A situação entretanto do homem carnal é ruim, pois ele não é espiritual e não é natural. O homem carnal deixou de ser natural, ele já foi tocado pelo poder de Deus, mas de alguma maneira ainda não se converteu completamente. Um homem só pode ser carnal, se um dia foi espiritual; só pode ser desviado quem um dia foi cristão. Um homem natural não pode nunca ser carnal, pois ser carnal implica a decadência do espiritual.

Precisamos ser dominados pelo Espírito Santo, pois não há nada de bom em mim.

Sobre isso leia Romanos 7, que nos fala sobre o assunto. Encontre análises sobre Romanos 7, livros comentários e entenda o assunto.

2- POR CAUSA DA UNIFICAÇÃO

Temos três pessoas sendo referidas nesse texto de João 14: O Pai, Jesus e nós, observe:

“Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim. Se vós me conhecêsseis a mim, também conheceríeis a meu Pai; e já desde agora o conheceis, e o tendes visto. Disse-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, o que nos basta. Disse-lhe Jesus: Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras. Crede-me que estou no Pai, e o Pai em mim; crede-me, ao menos, por causa das mesmas obras. Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho.” (João 14:6-13)

Esse texto fala sobre a Doutrina da Unidade em Cristo e que vemos mais citado em Coríntios, do que em outro lugar qualquer, vamos ler o texto antes da explicação:

“Paulo tem a coragem de escrever aos coríntios: “Estamos todos unidos com Cristo Jesus, o nosso Senhor” (1Co 15.31, NTLH). No capítulo seguinte, ele repete: “o meu amor esteja com todos vocês, pois estamos unidos com Cristo Jesus!” (16.24, NTLH). Na segunda Epístola aos Coríntios, ele volta ao assunto: “É o próprio Deus que nos dá, a nós e a vocês, a certeza de que estamos unidos com Cristo” (2Co 1.21, NTLH). Há pelo menos mais uma referência a essa união com Cristo: “Dou graças a Deus porque, unidos com Cristo, somos sempre conduzidos por Deus como prisioneiros no desfile de vitória de Cristo” (2.14, NTLH).

Em qualquer outra carta, essa insistente referência não chamaria tanta atenção. De todas as igrejas criadas por Paulo, nenhuma foi tão complicada e “dividida” como a de Corinto. A expressão “unidos com Cristo” é de grande importância não só para aquele contexto em que se encontrava a igreja, mas também para a igreja atual. O apóstolo dizia que todos estavam unidos com Cristo apesar das divisões, brigas e ciumeiras que havia na igreja (1Co 1.10-13, 3.3).” http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/329/unidos-com-cristo

Em João 14 Jesus mesmo causa a discussão. Quem me vê a mim vê o Pai. Pois eu estou no Pai e o Pai é visto através de mim. Os atos e atitudes que eu tomo, as tomo cheio do Espírito, tomado, guiado pelo próprio Deus. Estou tanto no Pai que o Pai está em mim e quem me vê, vê também o Pai que está em mim. E aquele que estiver em mim estará comigo no Pai e seremos partes de uma coisa só. Apesar da unidade que teremos, ainda assim ninguém perderá a sua identidade, mas assim como eu Jesus estou no Pai, Deus, cheios do Espírito vocês estarão em mim e no Pai e agirão de forma agradável a mim e a o Pai.

Ser cheio do Espírito nos dá essa capacidade de experimentar, assim como Cristo o fez, da presença de Deus. Cheios do Espírito estaremos em Deus e em Jesus, e só aqui, nesse momento é que conseguiremos agradar a Deus.

Só poderemos agradar a Deus plenamente, quando estivermos cheios do Espírito. Só dominado pelo próprio Deus é que poderemos agradar a Deus. Deus é tão santo, que só inundados dEle é que poderemos agradá-lo.

“Ninguém vem ao Pai, senão por mim”, frase de Jesus em João 14, é o resumo e a prova de que precisamos estar em Jesus, no poder operante do Espírito, para estar em Deus.

3- PRECISAMOS SER CHEIOS DO ESPÍRITO SANTO POR CAUSA DO REINO DE DEUS

Me lembro que certa vez expliquei na Igreja onde estou hoje, o que é o Reino de Deus, baseando parte do sermão no livro Confissões de Santo Agostinho. Infelizmente algumas pessoas entenderam que eu falei sobre um Padre da Igreja Católica e não coneguiram entender o que disse sobre o Reino de Deus.

A Biblia compara o Reino de Deus a um castelo, com um Rei, com servos e súditos. Apocalipse quase todo nos é narrado da Sala do Trono.

Toda forma de governo precisa ter o seu plano de governo, a sua maneira de ser. Todo governo funciona da maneira do seu lider. A maneira de Deus governar o Céu, é da forma do Reino de Deus, que lemos a partir de Mateus, como funciona.

Um dos fatos mais importantes a pensar sobre o Reino de Deus é que nada existe fora do governo de Deus. O governo de Deus é um governo de vida, a melhor descrição então é que nada vive fora de Deus. O governo de Deus, ou o Reino de Deus é a maneira de Deus governar, o Reino de Deus é o pensamento de Deus em ação; é o próprio Deus, poderia-mos dizer, é o jeito dEle governar. Muita coisa existe fora de Deus, mas viver, só nEle.

O pecado é considerado pela Teologia como não existência. Nada sobrevive muito tempo fora de Deus. Não existem dois caminhos: ou estamos no Reino, ou estamos fora dele.

Poderíamos nos arriscar a dizer que Ser Cheio do Espírito Santo é similar a estar no Reino de Deus; Só no Reino de Deus é que poderemos estar no Reino de Deus. É igual uma explicação que li faz tempo: só quando entramos para a Igreja é que entendemos o que é Igreja e enquanto estivermos fora não vamos entender o que é Igreja. Essa é uma questão da Doutrina da Iluminação do Espírito. Se a pessoa não for iluminada pelo Espírito Santo, ela estará em trevas e em trevas está fora do Reino de Deus. Mas quando a pessoa é iluminada pelo Espírito, então o seu espírito humano, que estava morto em ofensas e pecados, acorda, ressuscita, vive de novo, em Deus e para Deus. Quando as “trevas” são “iluminadas” pelo Espírito Santo, então a vida aparece.

Precisamos ser cheios do Espírito Santo para podermos estar no Reino de Deus. (Leia Efésios 5)

4- PARA QUE NÃO SATISFAÇAMOS AS CONCUPISCÊNCIAS DA CARNE

O fato mais frisado em nossas Igrejas é justamente o menor, pois é relacionado ao homem, mas que é o que mais de perto fala conosco. A Bíblia ensina que a carne é a velha natureza humana, caída. A velha natureza, como a Bíblia a descreve é o homem vivendo no pecado. O homem caido, ou a velha natureza, ou a carne, são a mesma coisa. E Paulo fala sobre a carne nesses textos, dentre outros:

“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” Gálatas 5:16-17

“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito.“ Romanos 8:5

A recomendação de paulo resume o assunto: “Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.”

Amém.