SOMOS MELHORES DO QUE ELES
“SOMOS MELHORES DO QUE ELES”
Já ouvi esta afirmação de um líder religioso que se referia ao um grupo de vereadores que, numa cidade interiorana, depois de longas discussões em sessão da Câmara Municipal e diante de imensa multidão que coagia aqueles Edis, quase que impedindo suas saídas, porque este mesmo grupo de vereadores votou contra um projeto de muito interesse popular.
As suas palavras que foram ouvidas por muitos que se aglomeravam na praça, próxima à sede da Prefeitura local (a câmara municipal não tinha sede própria ainda) e a gente se lembra muito bem, o dito líder religioso assim se pronunciou: “Vamos mostrar que somos melhores do que eles!” (Referia-se aos vereadores que contrariaram sua posição!)
Ainda que a gente esteja com a razão e o protagonista de nossa idéia esteja profundamente enganado, não se pode afirmar: “Somos melhores do que eles!”, pois, no mínimo está demonstrando visível arrogância!
A Bíblia não dispõe de tal doutrina. Ainda não encontrei a tão arrogante e decantada Doutrina de Pessoas Melhores que Outras. Encontrei o contrário. Quando os discípulos vieram de viagem e Jesus lhes repreendeu, porque eles discutiam pelo caminho, chegando ao ponto de disputarem entre si o primeiro lugar no grupo apostólico.
Em Lucas 18.9 ele conta a tão conhecida Parábola do “Publicano e do Fariseu”, fazendo-o ostensivamente, ou seja, Jesus justificou o porque de, a seguir, pronunciar mais uma de suas parábolas, aduzindo a respeito de “uns que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos e desprezavam os outros”. (ALMEIDA “VERSÃO REVISADA”- 13ª impressão 2000- Editora Candeia - (SP) e IBB (RJ).
Esta de desprezar a idéia de um neófito ou de alguém menos avisado ou mais despreparado é própria de Fariseu mesmo! Vejam só o que eles (fariseus) fizeram com o ex-cego de nascença que Jesus curou! (“Replicaram-lhe eles: Tu nasceste todo em pecados e vens nos ensinar a nós? E expulsaram-no”. (João 9.34).
Os fariseus se esqueceram de que eles também nasceram em pecado! E, neste aspecto “estamos todos no mesmo barco!” Todos pecamos, exceto Jesus! (Rm 3.23). Então, fora com essa, meu, de se apresentar como melhor do que alguém! Não se pode aceitar passivamente que alguém chegue ao ponto de dizer que alguém ou algum grupo religioso seja melhor que outro. Ou que alguém de certo grupo religioso seja melhor que os que não são de grupo religioso algum! Ainda que seja agnóstico, ateu ou adepto da decantada teoria da Evolução ou simpatizante do Movimento da Nova Era (MNE), ninguém é melhor que outro!
Mesmo reconhecendo que estas TRÊS TENDÊNCIAS OU TEORIAS (agnosticismo, ateísmo e Nova Era) são repetições do velho paganismo ou das filosofias tão antigas quanto o mundo, não posso me dar ao prazer de dizer que sou melhor do que eles! Eles são, como já disse alguém, “as matérias primas de Deus”, pois Este pode torná-los os crentes/salvos” no amanhã! Hoje somos nós os pecadores salvos, amanhã eles (os das TRÊS TENDÊNCIAS OU TEORIAS - agnosticismo, ateísmo e Nova Era) PODERÃO SER OS ALCANÇADOS pela graça de Deus, estes, de ideologias diferentes da biblicocêntrica ou cristocêntrica! (Interessante que dias depois deparei-me com uma congregada do aludido líder religioso que usou do mesmo tom e com palavras parecidas com as de seu líder, julgando-se “melhor do que os demais!”. Ela aprendeu na cartilha errada, não da de Cristo!)
Até mesmo Jesus se recusou a aceitar a tese se ser melhor! Foi uma questão de profunda humildade dEle, mas ele a manifestou assim de forma elegante e exemplar! Ele disse ao jovem rico que “bom é só Deus!” Em sua humanidade não teve por usurpação “ser igual a Deus”. Assim Paulo se expressa a respeito de seu caráter, na Carta aos Filipenses, capítulo 2, verso 6. E por mencionar esta carta aos Filipenses, é preciso lembrar que no verso 3, do mencionado capítulo, aprendemos que devemos “considerar outro superior a nós mesmos”. Assim diz o maior teólogo de todos os tempos – o apóstolo dos gentios.
Melhor mesmo é Jesus! Com Ele a gente aprende de tudo! Aprendemos até que somos piores! Mas jamais inserir em nossos lábios uma frase que nos exalte aos próprios olhos e venha a humilhar a quem esteja no mesmo pé de igualdade que a gente!
Muniz Freire, 12 de julho de 2003 – Fernandinho do forum