PRISCILA ENSINOU ÁPOLO? MAS PAULO NÃO DISSE QUE NÃO PODIA?

Paulo Sergio Larios

Texto Biblico:

“E chegou a Éfeso um certo judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloqüente e poderoso nas Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor e, fervoroso de espírito, falava e ensinava diligentemente as coisas do Senhor, conhecendo somente o batismo de João. Ele começou a falar ousadamente na sinagoga; e, quando o ouviram Priscila e Áqüila, o levaram consigo e lhe declararam mais precisamente o caminho de Deus. Querendo ele passar à Acaia, o animaram os irmãos, e escreveram aos discípulos que o recebessem; o qual, tendo chegado, aproveitou muito aos que pela graça criam. Porque com grande veemência, convencia publicamente os judeus, mostrando pelas Escrituras que Jesus era o Cristo.” (Atos 18:24-28)

INTRODUÇÃO

Apolo é um crente que destacou-se na Igreja Primitiva. Um primeiro texto que podemos destacar sobre esse personagem importante, é esse de Atos 18:24-28.

Num primeiro momento esse texto vem contradizer aqueles que dizem que mulher não pode pregar, ou ensinar o homem. Priscila era esposa de Áquila e chegando o jovem Apolo, ouvindo-o eles “decidiram lhe declarar mais precisamente o caminho do Senhor”.

A não ser que alguém diga que o nome Priscila é de homem, Priscila era uma mulher e sendo mulher ela junto com seu marido ensinaram a Apolo, que era um homem poderoso nas Escrituras. Esse texto é um daqueles textos onde mostra na pratica a mulher trabalhando para o Senhor. Talvez alguém queira dizer que ela não estava ensinando, ou se estava, estava sob a tutela do marido, mas de qualquer maneira, mesmo que alguém alegue algo parecido, Priscila, esposa de Áquila, segundo os ensinos de Paulo, quando ele estava em Corinto, ela não poderia ensinar a um homem, mas claramente é isso que ela está fazendo aqui, com seu marido, ou talvez alguém queira distorcer a Biblia, para dizer que Priscila não estava ensinando a um homem, pregador, poderoso em palavras, que não era o seu marido. Segundo o que Paulo escrevera em 1 Timóteo 2:11-15:

PAULO DISSE QUE A MULHER APRENDA EM SILÊNCIO E ELE PAULO DIZ QUE ELE NÃO PERMITIA QUE A MULHER ENSINASSE E NEM USASSE DE AUTORIDADE SOBRE O MARIDO

“A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão. Salvar-se-á, porém, dando à luz filhos, se permanecer com modéstia na fé, no amor e na santificação.”

(1 Timóteo 2:11-15)

Será que a Biblia se contradiz? Como é possível que Priscila esteja ensinando Apolo, junto com o seu marido, em Atos 18, se a mulher não pode ensinar? Mas tem mais.

PAULO MANDA AS MULHERES FICAREM CALADAS NA IGREJA.

ESSE TEXTO DE 1 CORINTIOS TEM UM NEGÓCIO CHAMADO DE PARÁGRAFO – JÁ OUVIU FALAR?

“Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos. As vossas mulheres estejam caladas nas igrejas; porque não lhes é permitido falar; mas estejam sujeitas, como também ordena a lei. E, se querem aprender alguma coisa, interroguem em casa a seus próprios maridos; porque é vergonhoso que as mulheres falem na igreja. Porventura saiu dentre vós a palavra de Deus? Ou veio ela somente para vós?

Se alguém cuida ser profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor. Mas, se alguém ignora isto, que ignore.

Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar, e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.”

(1 Coríntios 14:33-40)

Falando sobre ordem no culto, Paulo trouxe um ensinamento em 1 Corintios, enquanto esta falando sobre o dom de profecia. Num primeiro parágrafo Paulo disse para as irmãs ficarem caladas e se querem aprender alguma coisa, que perguntem a seus maridos em casa. Aqui a questão não é ensinar na Igreja, mas aprender. Ensinar então nem se cogita. Se as irmãs quiserem aprender, perguntem a seus maridos. Observe que só elas queriam falar e os maridos ficavam olhando. Ponto. Num segundo parágrafo Paulo generaliza todos os profetas e os que tem o dom de profecia e pede que reconheçam que o que diz é mandamento do Senhor. Por acaso tem alguma mulher profetiza na Biblia? Sim, tanto no Antigo, como no Novo Testamento. Se a mulher não pode falar, como é que ela pode profetizar? Ou alguém profetiza com a boca fechada?

E o que dizer desse versículo de Atos 21:

“E tinha este quatro filhas virgens, que profetizavam.” (Atos 21:9)

Ah, pode dizer alguém, mas essas quatro irmãs profetizavam em casa, ou profetizavam na rua e não no culto. Mas se as mulheres não podiam nem falar, podiam profetizar?

Ah, mas elas não eram casadas (!!??) - pode dizer outra pessoa.

A Biblia não pode se contradizer, mas se encontramos contradições, então a falta de entendimento é nossa e não da Biblia.

Alguém poderá alegar então que os irmãos de Atos dos Apóstolos não leram as cartas de Paulo. (!!??) Não vou nem responder isso.

VERSÍCULOS ISOLADOS

O erro que vejo muita gente fazendo é isolar versículos e fazer de versículos uma Doutrina. A doutrina de que mulher não pode ensinar, falar, pregar, ser dirigente ou qualquer coisa na Igreja está correndo de vento em popa, e digo mais, com o auxilio de muitas delas que não conseguem entender a própria Biblia que tem.

Desde o inicio da Biblia Deus sempre honrou o ministério das mulheres, mas tem gente batendo o pé dizendo que não é assim. Vamos aprofundar o assunto então, um pouco, vamos atéo inicio de tudo.

A ADÃO E EVA FOI MANDADO DOMINAREM O MUNDO

“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem: à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos, e enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar e sobre as aves dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.”

(Gênesis 1:26-28)

Talvez alguém queira rebater o ensino de que Deus mandou o homem e a mulher dominarem como iguais o mundo e tudo o que nele existe, mas pra isso terá que retirar esses versículos da sua Biblia. Deus criou o homem e a mulher e mandou que os dois dominassem o mundo. No principio, até aqui, antes da Queda, Deus não mandou o homem dominar a mulher. No plano original de Deus a mulher era considerada igual com o homem. Homem e mulher dominem o mundo, ou administrem o mundo, o que prefiro mais.

Ai veio a Queda e a mulher enganada pelo Diabo caiu em pecado primeiro, antes do homem. Os dois pecaram. Ai a gente tem esse versículo, muito mal interpretado:

“E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. “

(Gênesis 3:16)

“E o teu desejo será para o teu marido e ele te dominará”, pra mim tem uma conotação sexual, ou você acha que não? Ai os caras gostam bastante do finalzinho: “ E ele te dominará”, mas esquecem de ler o que vem antes, ou de tentar fazer o minimo de uma interpretação coerente. A impressão que tenho é a de que Deus disse que o desejo sexual da mulher será a um único homem, o marido e ele a dominaria nesse sentido e não em querer dizer que é superior à mulher - ou algum homem, em sã consciência acha mesmo que é superior às mulheres, não esquecendo que a Biblia as chama de vaso mais fraco? Ser vaso mais forte, não torna o homem melhor por causa disso, mas a restrição vinda a mulher é devido ao pecado e não que o homem seja melhor que ela. Porque a mulher pecou primeiro e trouxe o pecado até Adão e ele comeu, porque quis, não foi amarrado a uma árvore e obrigado a comer do fruto que Deus disse para não comer, então à mulher vieram palavras como um “esfregar na cara o seu erro”, como o que Paulo faz, muito bem aliás, onde lembra que a mulher pecou e não Adão. Adão não pecou?

ESFREGANDO NA CARA DE TODAS AS MULHERES, ETERNAMENTE, O ERRO DE EVA

“Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio. Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva. E Adão não foi enganado, mas a mulher, sendo enganada, caiu em transgressão.”

1 Timóteo 2:12-14

Primeiro foi formado Adão e depois Eva, está certo. E Adão não foi enganado, mas a mulher foi enganada e caiu em transgressão.

A pergunta é gravíssima e a acusação é pra Deus responder:

Se Adão não foi enganado, então ele transgrediu consciente, de que não podia comer do fruto proibido. A mulher foi enganada e Adão não foi? Adão estava consciente de que não podia comer e se estava, porque é que ele comeu? Adão transgrediu consciente? Isso não é pecado?

Entre um pecado, onde alguém foi enganado e entre alguém consciente, qual é o pior?

Poderíamos dizer da seguinte maneira: Eu Paulo, não permito que a mulher ensine, porque a mulher foi enganada e o homem não. Essa defesa do homem e acusação das mulheres, fica a dever, você não acha? Seja sincero.

Infelizmente fizeram desses versículos um mandamento, na qual a mulher deve ser dominada pelo homem, ficar calada, se quiser ser salva que tenha filhos, e se for estériel então, está perdida.

PAULO MANDOU QUE NÃO FALASSEM TODOS EM LINGUA - E AI, O POVO OBEDECE ISSO?

Na mesmíssima passagem onde a mulher não pode falar na Igreja, foi mandado falar dois ou três em línguas e isso se houver intérprete. Porque o “Mandamento” sobre as mulheres pegou e o da restrição a muitos falarem em línguas não?

“E, se alguém falar em língua desconhecida, faça-se isso por dois, ou quando muito três, e por sua vez, e haja intérprete. Mas, se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo, e com Deus. E falem dois ou três profetas, e os outros julguem. Mas, se a outro, que estiver assentado, for revelada alguma coisa, cale-se o primeiro. Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros; para que todos aprendam, e todos sejam consolados. E os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas. Porque Deus não é Deus de confusão, senão de paz, como em todas as igrejas dos santos.”

(1 Coríntios 14:27-33)

Em 1 Timóteo ao falar da Ordem no Culto, Paulo fala que as mulheres estejam em silêncio, pois ele não permite que a mulher ensine, mas em 2 Timóteo 4:19, Paulo saúda a Prisca (que é Priscila) e ao seu marido Áquila. Começasmo aqui mostrando como Priscila e o seu marido ensinaram a Apolo, algo melhor do que a doutrina de João Batista. Dizer que Priscila não ensinou a Apolo é distorcer o texto.

SOBRE A INERRÂNCIA DE PAULO

Alguns alegam a inerrância de Paulo. Não desmerecendo o Apóstolo dos Gentios, de maneira alguma, mas quero só lembrar os seguintes fatos a respeito do que ele mesmo disse de si:

“Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte?”

Romanos 7:14-24

Em todo homem existe o pecado inerente a ele. Paulo era espiritual? Sim, é lógico, como é possível então ele falar esses versículos a respeito de si mesmo? Paulo estava desviados em Romanos, absolutamente não. Ocorre que Paulo sabia quem era.

“E, para que não me exaltasse pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.”

2 Coríntios 12:7

Não temos ideia de que espécie era esse espinho na carne, mas sabemos porque veio esse mensageiro de Satanás: para Paulo não se exaltar. Quem disse isso foi o próprio Paulo.

EXISTE INCOERÊNCIA EM PAULO?

Absolutamente não! O que Paulo ensinou para algumas igrejas, acredito que nem ele queria que se tornasse um mandamento, mas o ensino sobre as restrições da mulher e da mulher ser dominada pelos homens, isso pegou, mas quando nos mesmos versículos diz para profetizar dois ou três, isso ninguém quis saber? A respeito de Paulo falar que entendia que aquilo que ele falava a respeito da profecioa era uma ordem, um mandamento do próprio Jesus, ele não estava falando a respeito da profecia e o assunto mulher entrou incidental? Ou não queremos admitir que Paulo estava falando sobre manter a ordem no culto e nessa passagem estava falando da profecia?

Me responda, para terminarmos por ora, se mulher cristã nenhuma podia ensinar, porque é que Priscila ensinou? Se a mulher não podia falar, como é que existiam quatro irmãs que profetizavam? Porque Paulo saudou a Priscila e Áquila, reconhecendo-os como cristãos? Priscila e Àquila estavam desviados e ensinaram ao desviado Apolo?

Ou será que estamos querendo enxergar na Biblia o que a gente quer? Fico admirado pela quebra de uma das regras m,ais básicas da Homilética, que é não fazer de um texto isolado uma doutrina. Os defensores desses versículos que falam contra a mulher aprender em Corintios e ensinar em 1 Timóteo, são mais veementes do que o próprio Paulo.

É DA MULHER QUE VEIO JESUS

Eu só queria lembrar aos defensores do silêncio feminino da mulher na Igreja, que foi da mulher que Jesus veio e não do homem. Em Gênesis 3, quando do julgamento da serpente, da mulher e do homem, Deus disse, a respeito da mulher:

“E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”

(Gênesis 3:15)

Este versículo mostra como Deus faria da mulher surgir o varão que pisaria na cabeça da serpente: Jesus.

P. S.

Me admira como algumas mulheres se sabotam a si próprias. No Plano Original de Deus, o homem e a mulher eram iguais onde deveriam dominar o mundo, os animais, as plantas – eu prefiro dizer: gerenciar o mundo, administrar. A mulher pecou e o homem também. Ponto. Devido a mulher pecar primeiro, ela ficou sob o dominio do marido, o cabeça do casal. Mas, você já pensou se fosse o homem que tivesse pecado primeiro, ou acha que essa possibilidade era ilusória? Lê melhor a tua Biblia, vê lá. Em Cristo, ou no Novo Testamento, a gente não está voltando ao Plano Original de Deus? Ou melhor, nós não estamos aprendendo agora, com o Evangelho, o que é melhor. Uma irmã cristã, batizada no Espírito, profeta, que fale várias línguas, não está ela de volta ao Plano Original de Deus?

E o que a gente faz com versículos como esse:

“Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus.”

(Gálatas 3:28)

Em Cristo não há mais mnacho nem fêmea, isso quer dizer que não há divisão, separação. Será que eu estou interpretando direito?

“Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.”

Gálatas 5:1

Paulo mesmo disse: Não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.

É mais fácil ser dominada, sabia? Devido a mulher não poder aprender, segundo o que Paulo disse, acrescentou-se que a mulher não deve trabalhar, mas só o homem. O serviço, único da mulher deve ser o de ser mãe e cuidar dos filhos. Só que a Bíblia não fala isso. Se existem mulheres preguiçosas, que não querem tabalhar, assim como existem homens preguiçosos, não usem a Biblia para falar bobeira. Ruth trabalhava no campo. A mulher virtuosa era uma mulher que acordava mais cedo do que todos e era a ultima a dormir. No tempo de Moisés tinham as parideiras.

“A Bíblia em nenhum lugar proíbe a mulher de trabalhar fora de casa. No entanto, a Bíblia ensina quais devem ser as prioridades de uma mulher. Se trabalhar fora de casa leva uma mulher a negligenciar seus filhos e marido, então é errado que essa mulher trabalhe fora de casa. Se uma mulher Cristã pode trabalhar fora de casa e ainda sim providenciar um lar amoroso e cuidadoso para seus filhos e marido, então é completamente aceitável que ela trabalhe fora de casa.”

http://www.gotquestions.org/Portugues/mulheres-trabalham-casa.html#ixzz2z5ax8qN5

A participação da mulher na política da sociedade judaica

As leis não protegiam em nada a mulher, ao contrário as faziam dependerem das leis e estas as escravizavam. Desde o nascimento eram “mal acolhidas”. Passavam a contar apenas como objeto e propriedade de outros. Vejamos: É propriedade do marido, se casada; propriedade do pai, se solteira, propriedade do cunhado solteiro, se viúva sem filhos. Assim pertencendo ao seu dono, não podia dispor dos salários do seu trabalho.

As filhas mulheres só aumentavam o patrimônio do dono, uma vez que podiam ser vendidas, não eram herdeiras. Vendidas por dinheiro, ou por contrato. A mulher pertencia ao seu senhor - marido e tem que assumir todas as tarefas; não pode aproveitar-se nem dos rendimentos do seu trabalho.

Essa pobreza da mulher aparece no relato da viúva que “depositou tudo o que tinha para viver” no tesouro do templo, e eram “duas pequenas moedas” (Mc 12,41-44).

A mulher também não podia votar. Não participava na vida pública.

A mulher judaica, no tempo de Jesus era em tudo, considerada inferior ao homem.

“Jesus e as Mulheres: A Mulher nos Evangelhos Sinóticos”

http://www.abiblia.org/ver.php?id=1623

Jesus veio libertar, mas parece que tem gente que quer ficar escravo?

Leia isso:

A RELEVÂNCIA DA MULHER NO CRISTIANISMO (2)

A essência da linguagem machista constitui-se em fazer com que as mulheres não sejam visíveis, de forma que possam ou não ser incluídas em expressões do mundo masculino. Para dificultar ainda mais as coisas, soma-se a isso uma compreensão dos textos machistas, e portanto redutora, na história da interpretação do cristianismo. (Gerd Theissen e Annette Mertz)

As mulheres foram um marco no cristianismo primitivo, tornaram-se lideranças reconhecidas e respeitadas nas comunidades. Numa época em que a mulher não tinha espaço, e não era valorizada, elas actuavam em paridade com os homens.

Este reconhecimento foi feito por Jesus Cristo.

É reconhecido que um estudo sobre a mulher na sociedade antiga não é fácil de se fazer. Até porque as fontes históricas que temos sobre esse tema, na maior parte contêm um perspectiva machista ou, no mínimo, patriarcal.

Dessa forma, é por meio do olhar masculino que o feminino se tornou conhecido. Segundo Theissen, “a essência da linguagem machista constitui-se em fazer com que as mulheres não sejam visíveis, de forma que possam ou não ser incluídas em expressões do mundo masculino. Para dificultar ainda mais as coisas, soma-se a isso uma compreensão dos textos machistas, e portanto redutora, na história da interpretação[1]”.

Em Roma as mulheres nobres podiam andar livremente em público, receber formação educativa e associar-se a alguma associação de mulheres ou de famílias. No entanto, nessas associações, as mulheres aparecem ao lado dos homens.

As mulheres ricas eram requisitadas para fundar clubes masculinos. Nos cultos familiares privados, elas aparecem como “sacerdotisas” ou “líderes”[2].

Em Roma as mulheres alcançaram, num determinado período do império, uma liberdade e autonomia que indignaram posteriores historiadores que viviam num mundo no qual a mulher se havia, novamente, submetido ao poder masculino[3].

Para percebermos essa autonomia da mulher no mundo greco-romano, no mundo judaico-palestiniano e no mundo cristão, teremos de nos concentrar em três espaços importantes: a casa, a família e a religião.

No mundo greco-romano as mulheres não eram consideradas cidadãs. Eram “mães, esposas ou filhas de cidadãos”[4].

A influência da mulher circunscrevia-se ao interior da casa. Porém havia uma diferença entre as mulheres gregas e as romanas. Enquanto as mulheres gregas ficavam encerradas nas suas residências, as romanas podiam acompanhar os maridos a festas e banquetes[5].

Todavia, a casa era o lugar de permanência das mulheres. Os limites dos seus movimentos chegavam até às portas da casa.

Eram responsáveis pela educação dos filhos e pelo bem-estar do marido. Distribuíam os trabalhos pelos escravos, cuidavam da alimentação e do vestuário. Dentro da casa existiam espaços separados para homens e mulheres. À semelhança das mulheres judias, as que pertenciam às classes mais baixas tinham mais liberdade em público; visto terem de trabalhar fora de casa para ajudar o marido[6].

O oikos é o seu domínio. As coisas funcionam em redor da dona da casa e das mulheres que estão à sua volta – filhas, parentes e servas. As práticas e rituais religiosos são presididos pela mulher – orações e libações –, enquanto o homem oferecia os sacrifícios. A dona de casa exerce, no interior da sua casa, a autoridade religiosa sobre as outras mulheres[7].

No casamento, a mulher cumpre a função de mãe, mas o título de mater familiæ, só é adquirido quando dá filhos legítimos ao seu marido. Este título é de grande dignidade para a esposa. Mesmo se o título não for obtido, o direito romano reconhece a sua autonomia e o seu papel de “cidadã”. Já o pai, obtém o título de pater familiæ directamente, por herança do seu pai ou progenitor[8].

No mundo judaico-palestiniano, a mulher dentro de casa significava viver excluída da vida pública. Na casa paterna o lugar das filhas vem sempre depois dos filhos; a formação era limitada: aprendiam trabalhos domésticos, costura, fiação, cuidar dos irmãos mais novos, etc. Tinham a obrigação, para com o pai, de alimentá-lo, dar-lhe de beber, vesti-lo, cobri-lo, ajudá-lo a entrar e sair de casa; na velhice, lavar-lhe o rosto, as mãos e os pés. Não tinham os mesmos direitos que os irmãos. A família judaica era de tradição patriarcal. Tudo é centralizado na figura paterna que goza de total autoridade sobre todos da casa. “O marido é o senhor (ba’al) da mulher.”[9]

As filhas dependiam totalmente do pai, até chegarem à idade de se casar. Até aos doze anos a autoridade do pai é soberana. O pai escolhe o futuro cônjuge e a filha não pode recusá-lo; este tem, ainda, autoridade de vendê-la como escrava. Depois dos doze anos ela torna-se autónoma; pode casar-se sem o consentimento do pai; porém, o dote que o noivo pagava pertencia ao pai. Com o casamento, o pai transferia a autoridade dele para o cônjuge[10].

As mulheres estavam proibidas de servir à mesa quando tinham convidados, com medo de que pudessem exercer influência ao escutarem alguma conversa “reservada”. Esse era um dos motivos para que elas vivessem encerradas no interior da casa, principalmente as solteiras[11].

Os deveres de esposa consistiam em atender às necessidades do lar; cozinhar, lavar, moer, amamentar os filhos, fiar, tecer, arrumar a cama do marido, preparar o banho. Ela era obrigada a obedecer ao marido como seu senhor; essa obediência estava revestida de poder religioso. A falta de filhos era vista como desonra ou castigo divino. Já o facto de ter filhos, principalmente se fossem homens, dava importância à mulher. Sendo mãe, era valorizada[12].

Não participavam da vida pública; eram mães, esposas, donas de casa. Não podiam pronunciar-se publicamente. No templo, havia um lugar reservado para elas. Eram separadas por regras de impureza. Dependendo do lugar em que habitavam podiam ter outras possibilidades.

As regras de decoro proibiam a mulher de se encontrar sozinha com um homem. Não podia cumprimentar nem ser cumprimentada. Um homem não podia olhar para uma mulher casada. Aquela que conversasse com uma pessoa na rua ou fosse vista fora de sua casa podia ser repudiada. As filhas, antes do casamento, deveriam preferivelmente manter-se dentro de casa[13].

Algumas mulheres judias tinham posses financeiras. Podiam construir sinagogas, comprar e libertar escravos e, ainda, exercer a liderança na sinagoga. As mulheres asiáticas que se convertiam ao cristianismo “devem ter esperado ter a mesma influência na comunidade cristã”; principalmente as mulheres ricas. Contudo, também havia mulheres escravas que, dado o seu nível cultural, exerciam funções de “ministros”.

No judaísmo do tempo de Jesus, a mulher cuja família era fiel à lei, não participava da vida pública. Ao sair de casa ela trazia a cabeça coberta por um manto para que os traços do seu rosto não fossem reconhecidos. Portanto, em público elas passavam despercebidas.

Essas regras eram cumpridas mais no contexto urbano e nas classes abastadas. Nos meios mais populares, a mulher precisava de ajudar o marido na sua profissão, inclusive no comércio. Nas zonas rurais, as relações eram mais livres: a mulher ia à fonte, dedicava-se ao trabalho agrícola, comercializava azeitona e outros produtos do campo, servia à mesa. Nada indica que no campo ela mantivesse o hábito de cobrir a cabeça, como na cidade[14].

http://creionocaminho.blogspot.com.br/2013/06/a-relevancia-da-mulher-no-cristianismo-2.html

Em geral, na sociedade israelita a mulher trbalhava ajudando o marido na sua função, mas dizer que a mulher não podia trabalhar não é verdade.

Não se esqueça que a Biblia foi escrita, principalmente para a nação israelita, mas que alcançou outros países. As mulheres cristãs em outros países, que não eram israelitas trabalhavam. Não se justifica passar necessidade se surgir emprego para a mulher fazer. Vamos rever o machismo todo ai gente. O Evangelho deve trazer libertação e não prisão.

pslarios
Enviado por pslarios em 16/04/2014
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