STELLA MATUTINA
ESTRELA DA MANHÃ
Pensar em tal título pra nomear Maria é visualizar não só uma expressão bíblica-teológica, como também poética e pedagógica, para homenagear a mãe de Jesus, o Cristo de Deus.
Observa-se de início uma fundamental bíblica no que se refere ao texto de Apocalipse 22,16: “Estrela radiosa da manhã”. Mas este trecho se remete a Jesus e não a Maria. Tão logo, como explicar biblicamente este título mariano?
O Salmo 129, 7 traz uma luz para o debate, fazendo uma analogia com a figura de guardas que esperam pela manhã ou amanhecer, assim também o povo de Israel deveria esperar com maior esmero pelo Senhor. Neste aspecto surge a presença da jovem Maria com total confiabilidade depositada de forma singular nas promessas de Deus: “Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” (LC 1, 38).
Com o assentimento de Maria, o seu ‘sim’ incondicional e com total liberdade, ela abre as portas para o verdadeiro sol que é Cristo, a luz que “é capaz de iluminar o nosso caminho no tempo, recordando os benefícios divinos e mostrando como se cumprem as suas promessas.” (Lumem Fidei § 12).
Nesta linha de raciocínio que a partir deste ponto se fixa sem maiores dificuldades um paralelo com elementos e objetos da natureza, criações do próprio Deus, que não cansam de inspirar tais paralelos em reflexões poéticas, filosóficas e pedagógicas. Sendo assim, a estrela matutina que precede a total firmação do sol no céu, e que com sua intensidade e brilho fulgurante, excede as demais, mostrando tenacidade ao passo que aponta o anúncio natural e sem hesitações do raiar imponente e majestoso do sol. Para os cristãos católicos Maria é esta estrela que aponta para o verdadeiro sol: Jesus Cristo.
De uma bela forma, também explica o padre Joãozinho: “Maria surge na história como uma estrela de luz muito forte. Mas sua luz não é suficiente para iluminar o dia. Ela não é o sol. Maria não salva, mas aponta para rumo da salvação.”
Portanto, o Magistério da Igreja atribui além do título de ‘estrela da manhã’ que precede o sol, mas que não causa nenhuma opacidade a luz deste sol, e afirma com dimensão singular na Igreja: “Maria nos precede a todos na santidade que é o mistério da Igreja como ‘a Esposa sem mancha nem ruga’. Por isso, ‘a dimensão marial da Igreja antecede sua dimensão petrina’.” (CIC §773).
Dessa forma a Lumem Gentium também afirma: “A mãe de Jesus, assim como, glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há de consumar no século futuro, assim também, na terá, brilha como esperança segura de consolação, para o Povo de Deus ainda perigrinante, até que chegue o dia do Senhor.” (LG §68).