Homilia Pe. Ângelo Busnardo - Domingo de Ramos.

DOMINGO DE RAMOS

13 /04 /2014

Is.50,4-7 / 04 / Fl.2,6-11 / Mt.26,14-27,11-54

Deus deve ser obedecido e amado, porque nos criou e nos conserva vivos. Não esqueçamos, porém, que um dos dons do Espírito Santo é o temor de Deus. Portanto, Deus deve também ser temido. Deus é misericordioso porque perdoa os pecadores arrependidos e decididos a rejeitar o pecado. Mas quando Deus não encontra arrependimento sincero, o castigo usado por Ele para punir é extremamente severo. Adão e Eva pecaram. Deus os procurou para perdoá-los, mas nenhum dos dois se arrependeu: Adão acusou Eva e esta acusou a serpente (cf.Gn.3,9-13). Não podendo usar a misericórdia por falta de arrependimento, Deus aplicou a sua justiça divina, amaldiçoou a terra e submeteu toda a humanidade, inclusive seu Filho Jesus inocente, ao sofrimento e à morte (cf.Gn.3,17-19).

Entre a prisão de Jesus e sua morte na cruz passaram aproximadamente dezoito horas. Foram horas de extremo sofrimento físico e psíquico. Porém, se compararmos o sofrimento de Jesus com o sofrimento de uma alma que está sendo purificada no purgatório, constataremos que a purificação após a morte é muito mais penosa do que o próprio sofrimento de Jesus. Por isto, Jesus nos adverte que, para entrar no céu, se não nos purificarmos totalmente durante esta vida, deveremos passar por um sofrimento maior do que o dele: 26 Enquanto o conduziam, agarraram um certo Simão de Cirene, que vinha da lavoura, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. 27 Seguia-o grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e o lamentavam. 28 Voltando-se para elas, Jesus disse: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim! Chorai por vós mesmas e por vossos filhos. 29 Pois dias virão em que se dirá: Felizes as mulheres estéreis, os ventres que não geraram filhos e os seios que não amamentaram. 30 Então começarão a pedir aos montes: caí sobre nós, e às colinas: cobri-nos! 31 Pois se isso fazem com a árvore verde, o que não acontecerá com a seca?” (Lc.23,26-31). Jesus morreu na cruz para nos salvar e não para suscitar em nós um sentimento de pena. Se quisermos que a morte dele seja eficaz para a nossa salvação, devemos estudar e colocar em prática a doutrina que Ele ensinou, mesmo que, para isto, precisemos renunciar a muita coisa que nos agrada e nos submeter a grandes sacrifícios.

A proposta de Jesus dividiu o povo hebreu:

1. As lideranças eclesiásticas, com medo de perder as mordomias, decidiram matá-lo.

2. Um pequeno grupo se uniu a Ele disposto a seguir seus ensinamentos.

3. A maioria permaneceu indiferente.

As lideranças eclesiásticas, apesar de pouco numerosas, detinham o poder e conseguiram colocá-lo na cruz. O pequeno grupo que se uniu a Jesus, além de reduzido numericamente, não possuía nenhum poder religioso ou político. A maioria que permaneceu indiferente aguardou o desfecho para decidir a quem apoiar.

Hoje a história se repete. As lideranças eclesiásticas se tornaram prestadoras de serviços religiosos, sem compromisso com a salvação das pessoas que as procuram: Alguém pede um sacramento, o serviço é prestado, sem se preocupar com a possibilidade de o sacramento ser conferido para a condenação. Assim são distribuídos sacramentos sacrílegos, transformando Jesus num instrumento de condenação. O grupo que observa rigorosamente os ensinamentos de Jesus para se salvar se torna cada vez menor. A maioria vive na indiferença, pensando que poderá contar com a misericórdia de Deus, mesmo não sendo fiel.

Na entrada triunfal em Jerusalém também constatamos atitudes que dividem a população em três grupos:

As lideranças religiosas presentes se opuseram a Jesus: 15 Os sumos sacerdotes e os escribas, ao verem as maravilhas que fazia e as crianças que gritavam no Templo “Hosana ao Filho de Davi”, indignados, 16 perguntaram a Jesus: “Estás ouvindo o que elas dizem?”Jesus lhes respondeu: “Sim. Nunca lestes: Da boca das crianças e dos que mamam, tiraste um louvor ” (Mt.21,15-16).

Os apóstolos seguiram as instruções de Jesus. Parte dos peregrinos e habitantes de Jerusalém seguiu Jesus com aclamações.

A maioria ficou indiferente.

Nesta semana em comemoração da prisão, paixão e morte de Jesus na cruz, a Igreja fornecerá serviços religiosos;

Os eclesiásticos fornecerão cerimônias e distribuirão sacramentos sem se preocupar se tais sacramentos são recebidos para a salvação ou para a condenação.

Um pequeno grupo se liberta dos pecados cometidos e agrada a Deus.

A maioria, permanecendo indiferente, ignora a morte de Jesus e aproveita os feriados para descansar e se divertir.

Código : domin883

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo
Enviado por Joanne em 09/04/2014
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