O que realmente importa!

Em breve, chegará o momento em que a atmosfera cristã colocará diante de nós a reflexão do que devemos uns aos outros como irmãos de humanidade.

Pelos vários acontecimentos e comemorações que, certamente, marcarão no Mundo o principal momento cristão, bem como o salutar evento reverenciado pelo povo judeu, que é a Pessach ou a “Festa da Libertação”, será natural que cada um de nós, independente da crença ou religião, seja – ao menos – inspirado a refletir sobre o que há de verdadeiro nos mais variados ensinamentos das diversas tradições quando nos dizem da importância de amarmos uns aos outros. Sobretudo, quando, algumas delas, nos traduzem o mais profundo princípio da Ética que é o respeito e, a consideração que o homem deve à Vida, ao ser humano que precisa, sempre, ser visto como irmão.

O momento, com certeza, nos fará perceber o outro – ainda que seja por poucos instantes - e buscar em nós a razão da própria existência, nos levando a pensar sobre o amor. E, também, nos incentivando a descobrir que as virtudes, em verdade, são as simples expressões desse mais puro sentimento que a nossa Alma deveria ornar e que em todas as nossas ações elas deveriam realmente estar.

Serão nas vivências que as comemorações e as lembranças, de uma ou de outra tradição, nos conduzirão sutilmente pelos caminhos do reencontro dos verdadeiros valores, dos mais puros talentos que a Alma herdou, por nua natureza divina, desde o princípio da Criação.

E, assim - no silêncio de nossos corações - nossos pensamentos se reportarão aos atos dignos daqueles que, por atitudes simples, revelaram ao Mundo que a única coisa que realmente importa é o Amor.

Nesses salutares momentos, poderemos até mesmo nos perder nesse imenso caminho de conscientização, entre devaneios, culpas, justificativas e especulações. Mas, com certeza, diante das lembranças da própria crucificação e do movimento da libertação, viveremos uma intensa comoção e, como expressão do Amor que ainda existe em nós, à humanidade, chorando, pediremos perdão!

José Paulo Ferrari – final da quarta semana da Quaresma, 2014.