GENTE BOA

GENTE BOA

“Gente boa” é uma expressão corriqueiramente usada pelo vulgo. Mas é bem relativa esta expressão. Pode ser boa para mim, não para outro, com quem não se dá bem. Ou vice-versa.

Talvez o conceito que se tem de “gente boa” seja por motivos políticos, interesseiros ou tática da empatia, para se conseguir tudo ou livre acesso em relação a alguém, e, então, por isso, passa-se a “carimbar” alguém de “gente boa”. Bastou um simples gesto desse alguém, para torná-la “gente boa” nos parâmetros da bondade populista.

Aos olhos de Deus, porém, o ser humano não é bom. É mau. Não executa sempre o bem e nem consegue fazê-lo a contento. O homem apenas se esforça e consegue algumas vezes. Alguém já se pronunciou e disse que “Não somos pecadores porque cometemos pecado, mas cometemos pecados porque somos pecadores”, por natureza. Em pecado, fomos concebidos, logo somos pecadores. E daí, passamos a cometer pecados, tanto por comissão, quanto por omissão.

Então, a expressão “gente boa”, na realidade, é “só para inglês ver”.

Mas, por quê carimbar alguém como “gente boa” e outro como mau, marginal, mau caráter e tudo o mais de ruim se todos somos maus? Por quê bajular alguns e desprezar a outros? Pode significar desconhecimento da Palavra de Deus! Pode ser desvio dos verdadeiros conceitos da vontade de Deus ou nítida desobediência ao seu evangelho. (Lc 18.9)

Em sua Soberania Deus escolhe Jacó em detrimento de outro (Ezaú). Ficamos sem entender e até custamos a aceitar. Mas é assim a concepção de Deus. Por quê? Porque ele, em sua Onisciência, vê o íntimo de cada um, não a aparência. (1 Sm 16.7). E, por isso sabe quem, verdadeiramente, é bom para os seus planos e quem é mau para os seus pré-traçados desígnios.

Certo jovem comerciante, benquisto na sociedade onde vivia, sempre foi tido na cidade de interior, de onde é natural, sempre se esforçou para “melhorar” e caprichar na vida, abrindo comércios, lanchonetes, cabanas etc. De repente se vê em dificuldades financeiras e foge com uma “bolada” sem saldar os compromissos, deixando até os pequenos créditos para trás. É o caráter de “gente boa” que não é, não foi e nem será o suficiente para ninguém!

Em suma, aplicando-se a experiência do comerciante suso referido, concluímos que é possível ser “gente boa”, só de casca, só de aparência e provisoriamente, mas quando o mau caráter vem à lume, rui por terra a expressão “gente boa” de quem deseja somente agradar com palavras, mas no fundo, sabe que não se trata de pessoa de boa índole !

Bom mesmo é só Deus, foi o que disse Jesus ao jovem rico, em Marcos 10.18.

Muniz Freire, 30 de março de 1.993

Fernandinho do forum