Homilia de Pe. Ângelo Busnardo VIII Dom. Comum (Os Méritos de Jesus)
VIII DOMINGO COMUM
02 / 03 / 2014
Is.49,14-15 / 1Cor.3,1-5 / Mt,6,24-34
Deus ama com amor infinito todos aqueles que estão no céu, aqueles que estão na terra e todos aqueles que estão no purgatório: 14 Mas Sião reclama: “O Senhor me abandonou, meu Deus me esqueceu!” 15 Pode uma mulher esquecer seu bebê, deixar de querer bem ao filho de suas entranhas? Mesmo que alguma esquecesse, eu não te esqueceria! (Is.49,14-15). O fato de sermos amados por Deus não garante que seremos salvos. Os demônios, antes de se rebelarem contra o Criador, eram amados por Deus com amor infinito. Os seres humanos que estão no inferno, enquanto estavam na terra, eram amados por Deus com amor infinito.
Em troca do amor infinito que Deus dedica a cada um de nós, Ele ordena que o amemos com um amor maior do que aquele que dedicamos a nós mesmos e que amemos o próximo como amamos a nós mesmos: 36 “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37 Jesus lhe respondeu: “Amarás o Senhor teu Deus, de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente. 38 Este é o maior e o primeiro mandamento. 39 Mas o segundo é semelhante a este: Amarás o próximo como a ti mesmo. 40 Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt.22,36-40). Logo após a morte seremos julgados por Deus. No julgamento, Deus não usará como critério o amor que dedicou a nós antes da morte, mas o amor que nós lhe dedicamos durante a vida na terra. Quem não tiver retribuído ao amor que Deus lhe dedicou durante estas vida será condenado por Deus.
Muitos afirmam que serão salvos porque não estão prejudicando ninguém e, na medida do possível, ajudam as pessoas necessitadas. Aquele que não prejudica o próximo e até distribui algumas migalhas aos pobres, mas não tem tempo para louvar a Deus e prestar-lhe devido culto na Igreja fundada por Jesus pode até estar cumprindo o segundo mandamento mas não está cumprindo o primeiro mandamento e se condenará.
Jesus fundou a Igreja Católica e a entregou aos apóstolos e instituiu os sacramentos e os confiou exclusivamente à Igreja Católica por Ele fundada. Os apóstolos e seus sucessores são os ministros da Igreja de Jesus encarregados de distribuir os sacramentos: 1 Assim os homens vejam em nós ministros de Cristo e administradores dos mistérios de Deus (1Cor.4,1). Os mistérios que os ministros de Cristo devem distribuir são os sacramentos.
Somos salvos pelos méritos de Jesus. Ao morrer na cruz, Jesus produziu os méritos infinitos com os quais toda a humanidade pode se salvar. Quem quiser salvar-se precisa apoderar-se dos méritos de Jesus através dos sacramentos, especialmente a Eucaristia. Consumindo o corpo e sangue de Jesus na Eucaristia, o católico traz para dentro de si o sangue que Jesus derramou na terra ao morrer na cruz.
O dono da Igreja Católica é Jesus. O administrador que está a serviço de Jesus deve seguir com fidelidade os ensinamentos do dono da Igreja Católica: 2 Quanto ao mais, o que dos administradores se exige é que sejam fiéis (1Cor.4,2). Para que os sacramentos instituídos por Jesus sejam eficazes para a salvação é necessário que sejam observadas as condições estabelecidas para cada sacramento. Há ministros desonestos que distribuem os sacramentos para pessoas que não preenchem os requisitos necessários para tornar o sacramento eficaz para a salvação. Por exemplo, ministros que distribuem a Eucaristia, o sacramento do matrimônio e o sacramento do crisma a pessoas que vivem em pecado mortal, distribuem a condenação e transformam Jesus num instrumento de condenação. Quando isto acontece se condena tanto a pessoa que recebe os sacramentos sacrílegos como o ministro que os distribui.
A alma é infinitamente superior ao corpo. A maioria das pessoas, por não ser convertidas, dedicam mais atenção ao corpo do que a alma. Para abrigar, vestir, alimentar e transportar o corpo é necessário dinheiro. Por isto, muitos concentram todo o tempo e esforços a acumular dinheiro e deixam pouco espaço para a santificação da alma. Assim, o Criador não recebe o culto que lhe é devido e a riqueza que é útil somente para esta vida toma o lugar de Deus: 24 Ninguém pode servir a dois senhores. Pois ou odiará um e amará o outro, ou será fiel a um e abandonará o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas (Mt.6,24).
Não se pode deixar de prover as necessidades do corpo. Mas se deve sempre lembrar que o corpo é perecível e a alma é imortal. Quando o corpo morre, a alma prestará contas ao Criador e a riqueza material acumulada já não servirá para nada.
Código : domin877
Ângelo José Busnardo
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