A CRUZ DE CRISTO 1 – MOTIVOS DA SUA IMPOPULARIDADE
Paulo Sergio Larios
“O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.”
Oséias 4:6
1 – A CENTRALIDADE DA CRUZ DE CRISTO
John Stott, em A Cruz de Cristo, nos mostra como a Cruz estava no pensamento de Jesus, Em Atos e posteriormente em quase todas as cartas evangélicas:
“Quando nos voltamos dos primeiros sermões dos apóstolos, regis¬trados no livro de Atos, para as afirmativas mais maduras de suas cartas, a proeminência que dão à cruz se torna ainda mais marcante. É verdade que algumas das cartas mais curtas não a mencionam (como a carta de Paulo a Filemom, a carta de Judas, e a segunda e a terceira cartas de João), e, não é de surpreender que a homilia principalmente ética de Tiago não se refira a ela. Contudo, os três maiores escritores de cartas do Novo Testamento — Paulo, Pedro e João — são unânimes em testemunhar da sua centralidade, como também o faz a carta aos Hebreus e o Apocalipse.
Comecemos com Paulo. Ele não achou ser anomalia alguma definir o seu evangelho como "a mensagem da cruz", seu ministério como "a pregação de Cristo crucificado", o batismo como a iniciação "da sua morte", e a Ceia do Senhor como uma proclamação da morte do Senhor. Ele ousadamente declarou que, embora a cruz parecesse lou¬cura ou "pedra de tropeço" aos que confiam em si mesmos, era de fato a própria essência da sabedoria e do poder de Deus.39 Tão convicto estava desse fato que havia deliberadamente decidido, como disse aos coríntios, renunciar à sabedoria do mundo e, em vez dela, a nada conhecer entre eles senão "a Jesus Cristo e este crucificado" (1 Coríntios 2:1-2). Quando, mais tarde na mesma carta, ele desejou lembrá-los do seu evangelho, que ele próprio havia recebido e entre¬gado a eles, o qual se tornara o fundamento sobre o qual se firmavam, e as boas novas mediante as quais estavam sendo salvos, o "de pri¬meira importância" (disse ele) era que "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. E apareceu. . ." (1 Coríntios 15:1-5). E quando, alguns anos mais tarde, ele desenvolveu esse esboço, transformando-o em manifesto completo do evangelho, que é a sua carta aos Romanos, a ênfase que deu à cruz foi ainda maior. Pois havendo provado que toda a humanidade é pecadora e culpada pe¬rante Deus, ele explica que o modo justo de Deus de tornar os injustos corretos consigo mesmo opera "mediante a redenção que há em Cristo Jesus; a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, me¬diante a fé" (Romanos 3:21-25). Conseqüentemente, somos "justifi¬cados pelo seu sangue", e "reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho" (Romanos 5:9-10). Sem a morte sacrificial de Cristo por nós a salvação teria sido impossível. Não é de admirar que Paulo se vangloriasse em nada mais senão na cruz (Gálatas 6:14).
O testemunho do apóstolo Pedro é igualmente claro. Ele inicia sua primeira carta com a afirmativa admirável de que seus leitores foram aspergidos com o sangue de Jesus Cristo. E, alguns versículos mais tarde, ele os lembra de que o preço da redenção do seu antigo modo vazio de vida não foi "coisas corruptíveis, como prata ou ouro", mas antes, o "precioso sangue, como de cordeiro sem defeito e sem mácula, o sangue de Cristo" (1 Pedro 1:18-19). Embora as referências restantes de sua carta à morte de Jesus a relacionem com os sofri¬mentos injustos dos cristãos ("glória através do sofrimento", sendo o princípio que ele apresenta para os crentes), Pedro, entretanto, aproveita a oportunidade para dar profundas instruções acerca da morte do Salvador. "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" e "Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus" (2:24; 3:18), em cumprimento à profecia de Isaías 53. Visto que, no contexto, Pedro está dando ênfase à cruz como nosso exemplo, é ainda mais notável que ele tivesse escrito a respeito de Cristo como nosso substituto e portador de nosso pecado.
A ênfase das cartas de João é sobre a encarnação. Por estar o após¬tolo combatendo uma heresia primitiva que tentava separar a Cristo de Jesus, o Filho divino do ser humano, ele insistiu em que "Cristo veio em carne" e quem negasse esse fato era o anticristo.40 Entretanto, ele viu a encarnação como possuindo uma vista para a expiação. Pois o singular amor de Deus não foi visto tanto na vinda como na morte do seu Filho, a quem ele "enviou. . . como propiciação pelos nossos pecados" e cujo "sangue. . . nos purifica de todo o pecado".41
A epístola aos Hebreus, mais um tratado teológico do que uma carta, foi escrita para os cristãos judeus que, sob a pressão da per¬seguição, estavam sendo tentados a renunciar a Cristo e voltar ao judaísmo. A tática do autor foi demonstrar a supremacia de Jesus Cristo, não somente como Filho sobre os anjos, e como Profeta sobre Moisés, mas também em particular como Sacerdote sobre o agora obsoleto sacerdócio levítico. Pois o ministério sacrificial de Jesus, nosso "grande sumo sacerdote" (4:14), é incomparavelmente superior ao deles. Ele não tinha pecados pelos quais fazer sacrifício; o sangue que ele derramou não foi de bodes, nem de bezerros, mas o seu próprio; ele não tinha necessidade alguma de oferecer os mesmos sacrifícios repetidamente, os quais jamais poderiam tirar os pecados, porque ele fez "um sacrifício eterno pelos pecados", e assim obteve uma "redenção eterna" e estabeleceu uma "aliança eterna" que con¬tém a promessa: "Perdoarei a sua maldade e dos seus pecados jamais me lembrarei".42
Ainda mais notável, porém, é a maneira pela qual o último livro da Bíblia, o Apocalipse, retrata a Jesus. O primeiro capítulo nos apre¬senta o Mestre como "o primogênito dos mortos" (v. 5) e "aquele que vive", que foi morto mas agora vive para sempre, e que tem as chaves da morte e do inferno (v. 18). Acrescenta-se uma doxologia apropriada: "Aquele que nos ama, e pelo sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos!" (vv.5-6).
A designação mais comum que João dá a Jesus, consoante com sua imagem simbólica do Apocalipse, é simplesmente "o Cordeiro". O motivo deste título, que lhe é aplicado vinte e oito vezes através do livro, pouco tem que ver com a mansidão do seu caráter (embora uma vez suas qualidades tanto de "leão" como de "cordeiro" são delibe¬radamente contrastadas (5:5-6); é antes porque ele foi morto como uma vítima sacrificial e, mediante o seu sangue, libertou o seu povo. A fim de compreender a perspectiva mais ampla da qual João vê a influência do Cordeiro, pode ser útil dividi-la em quatro esferas — salvação, história, adoração e eternidade.”
2 - SIMBOLO VISUAL, EMBLEMA CRISTÃO
“O Cristianismo, portanto, não é exceção quanto a possuir um sím¬bolo visual. Todavia, a cruz não foi o primeiro. Por causa das selvagens acusações dirigidas contra os cristãos, e da perseguição a que estes foram submetidos, eles tiveram de "ser muito circunspectos e evitar ostentar sua religião. Assim a cruz, agora símbolo universal do Cris¬tianismo, a princípio foi evitada, não somente por causa da sua as¬sociação direta com Cristo, mas também em virtude de sua associação vergonhosa com a execução de um criminoso comum."1 De modo que nas paredes e tetos das catacumbas (sepulcros subterrâneos na periferia de Roma, onde os cristãos perseguidos provavelmente se esconderam), os primeiros motivos cristãos parecem ter sido ou pin¬turas evasivas de um pavão (que se dizia simbolizar a imortalidade), uma pomba, o louro dos atletas ou, em particular, de um peixe. Somente os iniciados saberiam, e ninguém mais poderia adivinhar que ichthys ("peixe") era o acrônimo de Iesus Christos Theou Huios Soter ("Jesus Cristo Filho de Deus Salvador"). Mas o peixe não permaneceu como símbolo cristão, sem dúvida porque a associação entre Jesus e o peixe era meramente acronímica (uma disposição fortuita de letras) e não possuía nenhuma importância visual.
Um pouco mais tarde, provavelmente durante o segundo século, os cristãos perseguidos parecem ter preferido pintar temas bíblicos como a arca de Noé, Abraão matando o cordeiro no lugar de Isaque, Daniel na cova dos leões, seus três amigos na fornalha de fogo, Jonas sendo vomitado pelo peixe, alguns batismos, um pastor carregando uma ovelha, a cura do paralítico e a ressurreição de Lázaro. Tudo isso simbolizava a redenção de Cristo e não era incriminador, uma vez que somente os entendidos teriam sido capazes de interpretar o seu significado. Além disso, o monograma Chi-Rho (as duas primeiras letras da palavra grega Christos) era um criptograma popular, muitas vezes representado em forma de cruz. Esse criptograma às vezes continha uma ovelha em pé na sua frente, ou uma pomba.
Um emblema cristão universalmente aceito teria, obviamente, de falar a respeito de Jesus Cristo, mas as possibilidades eram enormes. Os cristãos podiam ter escolhido a manjedoura em que o menino Jesus foi colocado, ou o banco de carpinteiro em que ele trabalhou durante sua juventude em Nazaré, dignificando o trabalho manual, ou o barco do qual ele ensinava as multidões na Galiléia, ou a toalha que ele usou ao lavar os pés dos apóstolos, a qual teria falado de seu espírito de humilde serviço. Também havia a pedra que, tendo sido removida da entrada do túmulo de José, teria proclamado a ressur¬reição. Outras possibilidades eram o trono, símbolo de soberania di¬vina, o qual João, em sua visão, viu que Jesus partilhava, ou a pomba, símbolo do Espírito Santo enviado do céu no dia do Pentecoste. Qual¬quer destes sete símbolos teria sido apropriado para indicar um as¬pecto do ministério do Senhor. Mas, pelo contrário, o símbolo escolhido foi uma simples cruz. Seus dois braços já simbolizavam, desde a remota antigüidade, os eixos entre o céu e a terra. Mas a escolha dos cristãos possuía uma explicação mais específica. Deseja¬vam comemorar, como centro da compreensão que tinham de Jesus, não o seu nascimento nem a sua juventude, nem o seu ensino nem o seu serviço, nem a sua ressurreição nem o seu reino, nem a sua dádiva do Espírito, mas a sua morte e a sua crucificação. Parece que o crucifixo (isto é, uma cruz contendo uma figura de Cristo) não foi usado até o sexto século.”
A Cruz de Cristo, John Stott.
3 – A IMPOPULARIDADE DA CRUZ
Chega a ser impressionante, por outro lado, notar a impopularidade que a Cruz de Cristo tem. Apesar de ser um símbolo visual cristão, um marco evangélico que demonstra uma parte cucial do ministério de Jesus, ainda assim a doutrina da Cruz é preterida por outros ensinos. De longe o ensino numero um, hors concours - (pronuncia-se: ór concur) significa: fora da competição, fora do concurso – é o ensino sobre os dizimos e ofertas. Ainda assim o ensino carece de maiores esclarecimentos, pois é ensinado a maneira de dizimar do Antigo Testamento e não do Novo, no qual cada um contribuiria conforme o seu coração.
Já disse alguém e eu fico replicando, que a cada geração a Igreja precisa redescobrir como fazer Igreja, quais são e como funcionam as doutrinas bíblicas, e quem é a Trindade? Quem é Deus e sua obra; Quem é Jesus e sua obra; Quem é o Espírito Santo e sua obra? Eu acredito que a Teologia Sistemática nos ajuda bastante nisso.
Explica-se a impopularidade da Cruz, hoje em dia, de algumas maneiras:
A – PREGADORES DESCONHECEDORES DA BÍBLIA
Não gosto nem comentar isso, pois acho ridículo demais. É vergonhoso um pregador que nunca tenha lido a Bíblia ao menos uma única vez na vida, inteira, de capa a capa. Isso, a simples leitura, é um sinal do descaso com o assunto. Quando alguém me diz que é pregador e fica se gabando, eu pergunto pra ele quantas vezes já leu a Bíblia. Em geral a resposta é a mesma: eu leio textos sorteados, um aqui e outro ali. Pregador que não conhece a sua “ferramenta”, fica devendo.
Mas conhecer a Bíblia é mais do que só ler: é estudar e compreender o livro como um todo, livro por livro, quais são as mensagens principais, quais são os livros principais, é saber diferenciar suas divisões e estruturas e acredito que entender que se existe um Antigo Testamento e um Novo Testamento, por si só, o Novo deve ser mais importante. A Igreja atual carece de descobrir o Novo Testamento, pois ela ainda não o conhece - o que me impressiona demais!
B – A DIFICULDADE DE COMPREENDER, ASSIMILAR E REPASSAR OS ENSINOS DOUTRINÁRIOS CONCERNENTES À CRUZ.
Não parece ser fácil falar de forma compreensível e simples sobre as doutrinas da Bíblia, para a Igreja, diriam alguns. Acredito piamente que o fato de não saber pregar certas coisas, é devido à falta de meditação no assunto. Se a pessoa não aprendeu o assunto, como é que ela vai falar sobre isso? Ai é que justifica-se a pregação maciça do Antigo Testamento em nossas Igrejas. É absolutamente mais fácil pregar o Antigo Testamento do que o Novo. E é interessante que a maioria dos pregadores evitam os textos mais difíceis e ficamos ouvindo pregações até os livros históricos e quase nada mais além. Novo Testamento, nesse contexto, então, nem pensar.
Temos muito material hoje em dia que nos poderá ajudar a sanar essa falta de conhecimento. Como diz Oséias: “O meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento.” Oséias 4:6
Não gosto de Seminários e nem da Escola Dominical, não do jeito que são feitos hoje em dia. O irmão que está se destacando no Ministério, em geral é mandado para algum Seminário que não é da Igreja e aprende assuntos que divergem demais, irreconciliáveis, das doutrinas de sua Igreja e volta causando confusão. Pode observar que a maioria dos que fizeram Seminário não permanecem muito tempo em suas congregações.
Cada Igreja tem o dever de ensinar os seus liderados a sua maneira de fazer Igreja – compreende isso? Pra isso precisa pregar doutrinas, o que o povo não faz. Pra isso os pregadores, com forte apoio dos pastores lideres, precisam ler a Bíblia inteira e começar a pregar toda Bíblia e não só as Promessas que são específicas para Israel. Na enorme maioria do tempo, pregam-se as Promessas para Israel e que não são nossas, talvez possamos forçar um pouco e dizer que são emprestadas, abro essa concessão, mas o melhor para a Igreja são os ensinos para a Igreja.
O melhor para a Igreja são os ensinos para a Igreja. Temos na Bíblia o nosso Apóstolo. Paulo é o Apóstolo dos Gentios, que somos nós, a Igreja. Paulo escreveu nove cartas para sete Igrejas – tai o reflexo das sete cartas de Apocalipse. A totalidade do que a Igreja precisa saber e fazer estão contidas nessas cartas. O restante da Bíblia apesar de que podemos aprender, usar e ser, não é pra nós, o “nosso” são as Cartas para a Igreja, escritas pelo Apóstolo dos Gentios, Paulo. Compreende isso?
Não resisto, me perdoe. Sendo assim, diria alguém, eu estou pregando o quê? É... eu também queria saber. E digo mais, Jesus também.
Vamos imaginar que você tenha um parente rico que morreu e descobriu-se que tinha dois testamentos em seu nome, um deles, o testamento mais velho, lhe daria algum dinheiro e você viveria bem o resto da vida, não rico, mas bem. Vamos supor que descobriu-se que esse parente refez o testamento e o outro, mais atual, que é o que está valendo, lhe faria ser um dos homens mais ricos do mundo. Qual dos dois testamentos é o que vale e qual deles você escolheria? Se existem dois testamentos, o que vale é sempre o ultimo. E é interessante que a Igreja vive assim, escolhendo o Testamento errado, aquele que a própria Bíblia diz que é sombra.
A Igreja, que é fruto do Novo Testamento, pois não existe Igreja no Antigo Testamento, vive fora das promessas... da Igreja. Você consegue compreender o que disse?
C – SATANÁS NÃO QUER QUE VOCÊ CONHEÇA A BÍBLIA E NEM A DEUS
Não imaginemos que o total desconhecimento que ocorre em nossas igrejas seja só o desleixo de maus pregadores, não é toda a verdade, existe um grande plano diabólico para que ninguém entenda a Bíblia.
A impopularidade da Cruz não é exclusiva dela. Desconhecemos porções inteiras das Escrituras.
Logo no inicio do meu ministério, novo convertido, me deparei com um problema, entendi que orava e não era respondido, pois estava orando errado. O que é que eu fazia, ou deixava de fazer, que atrapalhava eu receber as bênçãos que Deus queria me dar? Naquele meu principio, pois quanto mais formos avançando em direção a atravessar o véu, mais seremos cobrados, o que me faltava estava escrito num livro chamado O Nome de Jesus, de Kenneth Hagin. O irmão Mauro me emprestou esse livro quando eu já estava com quase um ano de crente, mas eu não conseguia ler o livro de jeito nenhum. Não havia maneira no mundo de compreender aquele livro escrito quase de uma maneira infantil. Eu não conseguia passar da metade da primeira pagina. Me forcei a ler sem compreender mesmo e li até a metade do primeiro capítulo. Eu não consegui entender absolutamente nada. Pra mim isso era um mistério, pois já lia livros clássicos desde catorze anos. O meu primeiro livro: O Conde de Monte Cristo, foi-me dado por uma tia. Me lembro que jovem ainda, uma gerente veio me pedir uma sinopse sobre Madame Bovary. Eu tive muita sorte nessa área, pois entrei numa gráfica de livros de Matemática, onde o filho da mesma gerente era assinante do antigo Círculo do Livro, que era um catálogo de livros para comprar. O rapaz que tinha a minha idade, descobriu numa visita à gráfica, que eu gostava de ler e me propôs um acordo, eu pediria qualquer livro do catálogo, pois a sua mãe mandava ele ler um ou mais por mês, leria o livro e faria um resumo do livro pra ele, detalhado. Quer dizer, eu acabava estudando os livros. Isso durou uns quatro anos. Até eu fazer vinte anos, mais ou menos. Eu lia um ou dois livros clássicos, ou não, por mês e devolvia o livro pra ele, com seu respectivo resumo.
Mas eu não conseguia ler, agora com a idade de 28 anos, quando me converti, o livro O Nome de Jesus, pra mim escrito de uma forma infantil, para crianças do primeiro grau de nossas escolas, pois estava acostumado a ler o teatro de Shakespeare, a Odisséia de Homero, 1984 de George Orwell, Dom Casmurro, de Machado de Assis (aliás, eu acho que ela era inocente), Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa, Paraíso Perdido, de John Milton, como exemplo. É lógico que eu li muita bobeirada também, faz parte do aprendizado. Eu sempre fui fã de quadrinhos. Eu fiquei impressionado de não compreender aquele livro, mas tinha que devolver e os dias estavam passando. Eu cheguei a falar com o dono, que insistiu para que eu o lesse e me dei um prazo de mais uns três dias, se não o devolveria. Num desses dias estava jejuando e a única reposta que Deus me deu daquele jejum – eu fui ensinado desde cedo que quando jejuamos, independente de outros fatos, Deus precisa falar com você, afinal você está fazendo um jejum pra Ele, você quer ouvir o teu Deus falar – era para que eu lesse o livro O Nome de Jesus. Eu falei: É brincadeira, gasto um jejum, um tempo de total separação, sem beber nem água – depois aprendi em Daniel que existem os jejuns parciais -, um tempo de fome, pra Deus responder só isso. A contragosto, meio revoltado pela resposta do meu jejum – o Espírito Santo está pisando na bola, pensei eu – peguei o livro e não entendia nada. Na metade da metade da primeira página Deus abriu o meu entendimento. O que me faltava para ser respondido em minhas orações, que é o que o livro ensina, é que devemos orar em Nome de Jesus. Jesus mesmo disse para orarmos ao Pai no Nome dele. O Nome de Jesus não é só o seu nome, que o identifica como pessoa, mas é um título, como Paulo explicou em Efésios. É um título, o Nome acima de todo nome, assim como o Rei dos reis.
Aprendi que quando não consigo entender alguma porção da Bíblia devemos orar para o Espírito Santo nos dar entendimento espiritual. Existem livros que eu não entendia com o meu conhecimento de maneira alguma, como Romanos, ou Gálatas, por exemplo. Algumas vezes tive que jejuar para entender certa porção da Bíblia, muito se aprende lendo, mas nem tudo.
Existe um plano de Satanás para que não compreendamos a Bíblia e seus ensinos e nem saibamos quem é Deus, de uma forma pessoal. Quem é Deus pra mim.
Amém!