AS TRÊS RELAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO COM O CRENTE

AS TRÊS RELAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO COM O CRENTE

A Bíblia ensina que, após Jesus Cristo, o homem passaria a ter um relacionamento mais íntimo com o Espírito Santo. Haveria, entre o ser humano e o Espírito santo, uma relação mais estreita e mais próxima daquela existente no antigo Testamento. Seriam em número de três essas relações.

A PRIMEIRA RELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO COM O CRENTE – SEU BATISMO

Esta é a primeira relação do Espírito divino com o crente, SEU BATISMO. Diz a Bíblia que Ele veio para ficar com os crentes para sempre.

O Batismo No Espírito Santo profetizado e prometido

1. Promessa feita no Velho Testamento (Isaías 44:3; Provérbios 1: 23; Joel 2:28-29; Zacarias 12:10).

2. Promessa profética feita por João, o batista. A primeira referência ao Espírito Santo é feita por João em forma profética e se encontra nos quatro evangelhos, como a seguir: Mateus 3: 11; Marcos 1:8; Lucas 3: 16; João 1: 33-34. João, o batista menciona, nos quatro evangelhos, o batismo simbólico na água em sinal de arrependimento e profetiza, também, nesses mesmos evangelhos, que Jesus administraria um batismo superior ao seu que não seria simbólico, porém real. Seria o batismo no Espírito Santo.

3. Promessa feita por Jesus Cristo. Jesus, em João 14: 16-17, já na véspera da sua morte, promete aos discípulos o Espírito Santo, usando as seguintes palavras: “Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre. O Espírito de verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê nem o conhece, mas vós o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós”. Segundo Jesus, nenhum incrédulo pode receber o Espírito Santo, porém crente nenhum pode deixar de recebê-lO, tampouco deixar de tê-lO permanentemente habitando em seu coração.

Após a sua ressurreição, Jesus manifestou-se aos discípulos por 40 dias. Durante esses dias determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem o cumprimento da promessa do Pai, que (disse Ele) de mim ouvistes. E continua: “Porque, na verdade, João batizou na água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo, não muito depois destes dias” (Atos 1:4-5). Esta ordem de Jesus confirma a promessa anterior de que Ele mesmo rogaria ao Pai para lhes enviar o Consolador. Ele define a natureza dessa vinda como sendo o batismo no Espírito Santo e determina o lugar (Jerusalém) e o tempo (dentro de poucos dias) em que esse batismo se realizaria.

O DERRAMAMENTO DO ESPÍRITO SANTO

Esse batismo inaugurou o ministério do Espírito Santo na igreja de Cristo. Foi uma confirmação de que Ele se encontrava agora entre os crentes, como Jesus havia falado. Por isso o derramamento foi acompanhado com os sinais que vemos registrados em Atos 2: 1-4. Caso não houvesse tais sinais, como se saberia que o Espírito Santo já se encontrava entre os irmãos que compunham a igreja, para cumprir seu ministério do qual Jesus já havia mencionado?

Mas, em que consiste o batismo no Espírito Santo? Vejamos o que a Bíblia nos diz a esse respeito. Paulo, em I Coríntios 12: 12-13, nos ensina, através de uma ilustração em que consiste este batismo. Prestem atenção: “Porque, assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos são um só corpo, assim é Cristo também. Pois todos nós FOMOS BATIZADOS em UM ESPÍRITO, formando UM CORPO”. Nesses dois versículos o apóstolo se refere à unidade de Cristo com seu corpo místico constituído de todos nós que nEle cremos. Ele usa o corpo humano para ilustrar o seu ensino. No corpo humano há muitos membros, porém todos esses membros constituem um só corpo. Diante disso entendemos que todos nós, como membros, fomos batizados no Espírito Santo, formando, então, um corpo, que é a igreja. Por assim dizer, Paulo, ao afirmar que fomos batizados no Espírito, formando um corpo, quer ele explicar em que consiste o batismo no Espírito Santo. Prestem, portanto, atenção: Batismo no Espírito Santo é o ato pelo qual o Espírito Santo nos UNE ao corpo místico de Cristo, a igreja, de modo que passamos a fazer parte dele, como o pé ou a mão fazem parte do corpo humano (I Coríntios 12:15). A ideia fundamental de batizar, na Bíblia, é UNIR, IDENTIFICAR (tornar igual), TORNAR UM. Vejamos outros textos que confirmam a definição acima, ou seja, que o batismo no Espírito Santo consiste em Ele nos unir ao corpo de Cristo, que é a sua igreja invisível. Podemos apresentar dois textos: Gálatas 3: 27-28 e Efésios 4:3-5. Deixamos, pois, claro, que o batismo no Espírito Santo de que nos fala a Bíblia é aquele ato da terceira Pessoa da Trindade, pelo qual,quando cremos em Jesus como Salvador, somos unidos ao seu corpo místico, tornando-nos participantes da sua vida ressurreta. Antes do dia de Pentecostes, os filhos de Deus estavam dispersos e não unidos em um corpo (João 11: 52). Naquele dia o Espírito veio e reuniu (batizou) em um corpo aqueles discípulos em Jerusalém, que eram todos judeus. Desde então Ele VEM UNINDO AO CORPO (igreja) todos quantos se convertem a Cristo, quer judeus, quer gentios.

O DOM DO ESPÍRITO SANTO

Após a experiência do batismo no Espírito Santo, vivida pelos cristãos, esta experiência passa a ser chamada DOM DO ESPÍRITO SANTO (Atos 2: 38; 8: 20; 10:45; 11:17). Tal experiência acontece no momento em que a pessoa se converte, visto que é o próprio Espírito quem convence o homem do pecado. O Espírito Santo, dados aos crentes, está com eles e vive neles. É realmente um dom de Deus, um presente precioso. Isso sucede quando, convencidos do pecado por Ele mesmo, aceitamos a Cristo como Salvador, uma vez que o mesmo Espírito nos persuade que Jesus é a única solução para nós. Convence-nos que Jesus é a melhor coisa para o homem. Daí em diante Ele passa a fazer residência em nós. Não é, portanto, o caso do crente orar para ser batizado no Espírito Santo, para recebê-lo, uma vez que já O tem a partir da sua conversão. Ora, não haveria possibilidade de alguém ser um crente transformado, se não tivesse o Espírito Santo. Paulo afirma que “se alguém não tem o Espírito Santo, esse tal não é dEle” (Romanos 8:9b). Se você, que se diz servo de Cristo e redimido pelo seu sangue, vive orando e implorando a Deus para receber o batismo no Espírito Santo, isso indica que você AINDA NÃO É CRENTE.

A SEGUNDA RELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO COM O CRENTE – SUA PLENITUDE

A plenitude do Espírito Santo, sem sombra de dúvida, é uma consequência do batismo no Espírito Santo. A partir do momento que Ele já se encontra habitando em cada crente, sua intenção é controlar a vida desse crente. Porém, tal controle não é compulsório (obrigatório) e sim facultativo. Por assim dizer, todos os salvos são batizados no Espírito, mas nem todos são cheios deste mesmo Espírito.

Significado da Plenitude do Espírito Santo

Você já ouviu, por inúmeras vezes, sobre o enchimento ou plenitude do Espírito Santo e já leu na Bíblia os vários textos alusivos ao assunto. Todavia, você sabe o que significa ser cheio do Espírito? Ser cheio do Espírito Santo significa que você é controlado e dominado por Ele. Quer dizer dar a Ele plena liberdade para agir através de você. O Espírito Santo precisa ter toda a direção da sua vida para que possa atuar por seu intermédio. Ele só usa o crente com a sua devida permissão. Ele só se apodera totalmente do crente e só o usará quando ele lhe entregar por completo a sua vida. Ser cheio do Espírito, portanto, entende-se que cada um de nós deve se entregar exclusivamente a Ele. Significa nos rendermos total e definitivamente a Ele (Lucas 9:23). O Espírito Santo quer exclusividade em nosso ser. Entretanto, para que tenhamos a sua plenitude é necessário que confessemos nossos pecados a Deus e os abandonemos (Provérbios 28:3). Só o Espírito Santo pode nos controlar, nunca o pecado. Se o pecado ainda domina o crente, não há possibilidade para o Espírito Santo dominar e controlar tal crente. Então não é o Espírito Santo que tem que encher o crente. Ele só o faz caso o crente aceite tal coisa. O crente é quem deve encher-se do Espírito (Efésios 5:18). Ouço muita gente falar da necessidade de orar pedindo a plenitude. Isso não é verdade, pois é pela anuência do crente que o Espírito o controla, o domina. Devemos, sim, confessar nossos pecados e pedir a Deus perdão por eles para que em consequência o Espírito Santo passe a controlar-nos e usar-nos. Ser cheio do Espírito quer dizer que o homem transformado não é maledicente, não fala mal do próximo, é sempre amável e bondoso, não se irrita facilmente, não é invejoso e não é melindroso. Paulo mostra aos crentes de Éfeso como deve ser o procedimento daquele que é cheio do Espírito. Prestem atenção nas palavras do apóstolo: “E não vos embriaguês com vinho, em que há contenda, mas ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO, falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de Jesus, sujeitando-vos aos outros no temor de Deus” (Efésios 5:18-21).

A Necessidade Dessa Plenitude

Precisamos com urgência da plenitude do Espírito Santo em nossas vidas. Fazemos um esforço enorme para ganharmos as pessoas para Cristo; Fazemos tudo para produzirmos frutos e vivermos uma real vida cristã e não conseguimos. Por que? Qual a razão do nosso fracasso? A resposta é uma só. Não permitimos que o Espírito Santo domine nossas vidas e atue através de nós. Dificilmente os crentes de hoje se preocupam com isso e muitos até nem sabem o que é ser PLENO DO ESPÍRITO. Por que os irmãos da igreja primitiva realizavam maravilhas? Faziam proezas tais que muitos dos leitores não acreditam. Não é isso mesmo? Eu sei que há crentes que descreem que, quando a igreja orava, movia-se o lugar em que estavam reunidos (Atos 4:31). A resposta é a mesma: eram CHEIOS do Espírito de Deus (Atos 14:3; Hebreus 2:4). Diz a Bíblia que Deus, pelas mãos de Paulo, fazia maravilhas extraordinárias (Atos 19:11). Se o crente está cheio do Espírito, ele dá testemunho de Cristo em todo o momento e em qualquer lugar. Não importa que as pessoas zombem e o chamem de fanático. O importante é que “não podemos deixar de falar” das verdades do evangelho às pessoas. A plenitude do Espírito acontece a partir do instante em que o crente passa a dar a Ele plena liberdade para agir através da sua vida.

A TERCEIRA RELAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO COM O CRENTE – SEU PODER

Que poder é este referido por Jesus em Lucas 24: 49 e Atos 1:8? Sem dúvida está falando sobre o Espírito Santo, poder que seria investido nos crentes logo após a sua ascensão aos céus, sobre o qual profetiza Joel 2:28-29, Isaías 44:3 e Zacarias 12:10. A partir do momento em que o crente recebe o Espírito Santo por ocasião do novo nascimento, passa a ter este poder. Este poder, que é o próprio Espírito Santo, é a unção espiritual de que precisamos. É o poder que a nós foi dado. Ele não se adquire, pois já foi adquirido. Faz parte da nossa vida. É a unção que não se aprende nos Seminários, nem nas salas da EBD, ou nas páginas de algum livro. É algo que já se encontra em cada pessoa transformada pelo poder do evangelho. Só é preciso que cada crente aceite liberá-la. Sim, o crente tem o poder, mas não utiliza, não o libera. Que é unção para você? Não sabe? Nem todos sabem, porque nem todos estão interessados na sua importância! Unção é o esvaziamento do EU e descontentamento com o pecado. É um total quebrantamento diante de Deus e dos homens. É ainda uma condição para persuadir o pecador a se entregar nas mãos de Deus por intermédio de Jesus. Este poder precisa ser liberado. O crente não o libera porque é muito difícil o esvaziamento do EU e o abandono de certos pecados, ainda que ele seja um excelente pregador, seguindo todas as normas estabelecidas pela homilética. Ainda que ele tenha todos os conhecimentos adquiridos nos Seminários e Faculdades, se ele não liberar o poder que já existe nele e pode torná-lo uma bênção sua pregação será fria, estéril e sem nenhum sentido. Via de regra, certos crentes buscam tanto este poder através de orações insistentes e no entanto ele se encontra no seu interior,ao seu inteiro dispor, bastando somente que seja liberado! É este poder que possibilita ao crente ganhar almas. Sem ele é impossível aos crentes ganhar almas para Cristo, como também ter condição para ensinar na Escola Bíblica Dominical. Não é possível alcançar êxito na pregação sem a liberação dessa unção na vida do crente. Este poder só será liberado na vida do salvo quando cinco fatores se tornarem realidades em sua vida: purificação do pecado, confissão desses pecados, plenitude do Espírito, vida de oração e quebrantamento.

David Mattos
Enviado por David Mattos em 13/02/2014
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