Lobo em pele de conrdeiro

A expressão “lobo em pele de cordeiro” tem origem numa frase de uma parábola de Jesus, proferida no Novo Testamento: “Cuidado com os falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores”(Mateus 7:15-20), nada mais atual que a Bíblia e seus ensinamentos quase nunca levados a sério.

O texto, ou parábola proferida por Jesus me trouxe um momento de reflexão sobre mais uma morte nas ruas brasileiras. A vítima da hora, um cinegrafista, pai, marido, filho, que enquanto cobria uma manifestação de mascarados raivosos, acabou atingido por um rojão e teve sua morte cerebral anunciada nesta terça-feira (10). Mais uma vítima desses lobos em pele de cordeiro que insistem em pregar a paz a qualquer custo, e sempre em nome do povo.

Quando as manifestações populares tomaram as ruas do país, em 2013, quatro categorias específicas se reuniram, pensaram, e montaram um plano nada inteligente para tomar proveito da situação. A primeira foi a “imprensa”, tomada por lideranças comprometidas, ligadas a grupos ou políticos corruptos, e, infelizmente, até a criminosos, tratou de usar a “voz” da rua para criticar o governo. “Eles querem mudança, a voz da rua pede mudança”, mas qual mudança?

Em seguida vieram movimentos sociais e suas bandeiras. Sempre contra tudo e contra todos, e é claro, contra o governo que aí está, se infiltraram as multidões e trataram de arregimentar soldados para suas causas. “Eles querem ser ouvidos, as minorias estão no controle, vocês precisam aceitar e acatar o que eles querem, isso é o certo”, será que o que eles queriam era exatamente o que o grupo escrevia em seus cartazes?

O terceiro grupo a se aproveitar do momento foi o crime organizado. A onda do “V de Vigança” deu pano para as mangas sempre largas da criminalidade, que com o rosto coberto, tratou de legitimar sua violência. No meio da multidão de jovens, eles roubaram, apedrejaram, atacaram suas vítimas preferidas, e inimigo declarado, a polícia, e é claro, fizeram várias vítimas inocentes.

Por último e não menos “cordeiros”, vieram os grupos ideológicos, uniformizados com palavras antigas de ordem, “abaixo a burguesia” (incrível que ainda se use ele jargão), “não queremos esse governo ditador”, e com suas bandeiras vermelhas, amarelas, verdes, e azuis, trataram de legitimar sua causa e usar a insatisfação popular contra o governo que aí está. Contra tudo o que não é sua opinião eles foram para as ruas arregimentar assinaturas para projetos mirabolantes.

O que ninguém disse a esse quarteto fantástico de lobos é que eles não eram bem vindos, não foram convidados, não faziam parte do momento e acabaram hostilizados. O momento era da população, a hora e a vez do povo mostrar que o caminho tomado não estava agradando. O Brasil não é mais uma ditadura, e que o povo brasileiro sabe disso e entende perfeitamente sua posição no meio. Dado o recado, todos voltaram para casa, suas famílias, seus trabalhos, suas vidas. Afinal, a vida continua para quem paga impostos.

O problema é que a festa estava só começando para os lobos, sem a massa, eles ainda estavam no palco, com os holofotes mirados em sua direção. Ingênuos, seguiram com o mirabolante plano de arranhar a imagem do governo. A partir daí o que se seguiu e predomina até hoje, são manifestações políticas, contra governos específicos, focadas em um só momento histórico, as eleições. É tão óbvio que chega a ser patético.

Sem conseguir o resultado esperado, o quarteto fantástico de lobos em pele de cordeiros perdeu mais uma vez a força, o foco, e o apoio popular que já teve no passado. Como sempre, o que mais uma vez eles conseguiram, foi um palanque montado com as mesmas intenções, ferir o governo que aí está. Mas, novamente, o que conseguiram foi ferir inocentes e apedrejar a democracia que muitos que aí estão, ajudaram a construir.