CONSTRUINDO UM NOVO AMANHÃ

“Não desperdice uma boa oportunidade. Você pode estar jogando fora uma vida inteira.” – Manoel O. Guimarães Jr.

A frase deste amigo de trajetória evolutiva remeteu-me a profundos questionamentos. Quantas vezes queixamo-nos conosco mesmo: “Quantas oportunidades jogadas fora.”

Depende do que encaramos como oportunidades. Pode ser uma oportunidade de renúncia, que muitas vezes confundimos com um imenso sacrifício e aparentemente, numa avaliação intempestiva, a própria personificação da infelicidade. Quando a renúncia exige de nós o abandono do egoísmo, está aí uma bela oportunidade de transformação de nosso personalismo, em fraternismo, coletivismo, impessoalismo. A felicidade traduzida em ação individualista, não é oportunidade que beneficia a todos os envolvidos na questão.

Oportunidade é uma palavra que precisa ser racionalizada, interpretada. Há casos em que a suposta conquista está relacionada a uma disputa honesta, limpa, na qual apenas um indivíduo, ou grupo de indivíduos pode ser contemplado. Podemos citar como exemplos, uma partida esportiva, ou a constante busca de ascensão profissional no mercado trabalho, nos quais, as regras de competitividade deixam claras as cláusulas do contrato social, subjetivamente aceito pela coletividade.

Quando o móvel de nossas ações não depender destas regras, juridicamente aceitas pela sociedade, a decisão deve ser tomada com muito cuidado e sabedoria, levando-se em consideração as regras morais, as da consciência.

Se a oportunidade que se me apresenta, dá-me a opção da escolha, entre ser feliz às expensas da infelicidade alheia, ou recuar por caridade, por bondade, não devo desperdiçar a chance de fazer o outro feliz, ou não interferir na sua felicidade. A satisfação de termos escolhido o caminho, que sabemos certo, é intraduzível e também pode ser configurada em felicidade própria. O contentamento de saber amar, de ser fraterno, solidário, de estar do lado bom da vida, o lado do bem.

Para muitas pessoas, a interpretação seria de uma oportunidade jogada fora por sentimentalismo barato, para outras, uma oportunidade de amadurecimento do espírito, uma vez que o aqui e o agora são a chave do depois e, do amanhã. Porque o amanhã existe, ele não é mera invenção fantasiosa de gente lunática. Não podemos trancar as portas da verdadeira felicidade, atirando para “bem longe”, as chaves que nos foram entregues, confiantemente pelas mãos do Pai. Elas abrem as novas moradas que Ele nos prometeu: “Há muitas moradas na casa de meu Pai, vou primeiro para preparar-vos lugar.” – Jesus

Não desperdicemos uma “boa” oportunidade, como nos orienta o irmão Manoel. A “boa” oportunidade é a de fazer o bem. O contrário seria a “má” oportunidade, a de fazer o “mal”.

"Será suficiente não se fazer o mal, para ser agradável a Deus e assegurar uma situação futura? 'Não: é preciso fazer o bem, no limite das próprias forças, pois cada um responderá por todo o mal que tiver ocorrido por causa do bem que deixou de fazer.' (Questão 642, de O Livro dos Espíritos – Allan Kardec.)"

Não joguemos fora uma vida inteira de reconstrução do nosso eu verdadeiro, que é divino, que é luz, que é eterno. Uma nova oportunidade sempre existirá, porque Deus é misericórdia, mas também é justiça. E a justiça de Deus não é falha.

Se o plantio é opcional e a colheita obrigatória, fatalmente teremos maiores e mais extenuantes dificuldades, o caminho estará mais tortuoso, e as expectativas pelo recomeço traduzir-se-ão numa espera interminável, no quadro das reencarnações. Mas é certo, também, que contaremos com amigos devotados e incansáveis, que estarão sempre ao nosso lado, nos nossos esforços hercúleos de vencermos a nós mesmos, estrada a fora.

Muita Paz!

Cristiane Souza

Cris Sozza
Enviado por Cris Sozza em 29/01/2014
Reeditado em 30/09/2016
Código do texto: T4669643
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