A PREGAÇÃO NO NIVEL BÁSICO

A PREGAÇÃO NO NIVEL BÁSICO

Paulo Sergio Larios

Pra iniciar o assunto:

Todo texto tem minimamente dois níveis de leitura: o nível básico e o nível abstrato.

Inferência é o entendimento do significado do texto, segundo o próprio texto.

Em geral qualquer texto tem três níveis: o básico, o intermediário e o abstrato.

O primeiro nível de leitura nos mostra uma leitura superficial, horizontal, histórica, concreta, imediatista do texto. Um exemplo é a passagem em que Jesus estava dormindo no barco enquanto esse passava por uma tempestade. No primeiro nível podemos pensar que a tempestade para eles significa a chuva, o vento, o momento em que estão vivendo ou passando.

Para entender o segundo nível eu entendo primeiro o terceiro nível, o mais abstrato, mais profundo, o significado ultimo. No terceiro nível do texto sobre a tempestade podemos dizer que o mundo está passando por uma crise enorme e Jesus é a única solução.

Podemos então deduzir qual é o segundo nível a partir da concretude do primeiro nível e da abstração do terceiro, que é o intermediário desses dois: como o texto fala comigo? O que é uma aplicação também. Se estou passando por uma tempestade devo acordar Jesus para o meu problema – pode ser uma interpretação.

Eu não quero me alongar sobre o assunto, pois o teor desse post não é a teoria literária, mas sim a pregação evangélica.

Observo o quanto se prega num nível puramente primário, na imensa maioria das vezes, no que acabamos dizendo que a pregação não tem profundidade. Profundidade aqui é um nível mais profundo do texto, um significado não alcançado pela imensa maioria das pessoas.

Já disse muitas e muitas vezes que se é pra pregar exatamente o que estamos lendo, então nem precisa pregar, eu leio a Bíblia e pronto. Quando ouvimos uma pregação desejamos saber quem é Deus e o que Deus requer de nós e o que ele pode fazer por nós. A pregação básica não está alcançando isso.

A pregação do Novo Testamento é mais intrusiva, mais profunda, mais pessoal do que a pregação do Antigo Testamento, porque o Novo Testamento é mais interiorizado em seus amplos textos e contextos do que o Antigo Testamento.

Observe a estrutura da Bíblia: parte do Eterno, caminha pela criação do Universo, pela conquista da Terra, pela formação da nação de Israel, passando pela Igreja e culminando no individuo, o cristão. A Bíblia parte do macro e caminha para o micro. Do universo, até chegar ao individuo e ao coração de carne.

Está faltando para os pregadores uma maior e melhor compreensão do texto. A Palavra da Igreja está muito básica, imediatista, o que dá a má impressão de que o pregador não está gastando tempo com Deus.

Pregar na horizontal, historicamente, explicar o que podemos concluir lendo a nossa Bíblia, sem pensar muito, é ser primário, básico e desnecessário.

Resumindo o pensamento de muita gente, por mais grosseiro que possa parecer é: Pra que vou pra Igreja ouvir uma pregação se o pregador interpreta a Bíblia pior do que eu?

Por isso acredito firmemente que o mesmo pregador não pode pregar em todos os cultos, se ele assim o fizer, não consigo imaginar que ele terá tempo viável com Deus, de assimilar interioridades que vem com o tempo e não de um dia pro outro.

Quantidade não quer dizer qualidade.

Para entender melhor:

1 - http://www.lerecompreendertextos.com.br/2012/09/a-leitura-e-os-diferentes-niveis-de.html

2 - http://www.prazerdapalavra.com.br/recursos/lingua-portuguesa/4428-niveis-de-leitura-de-um-texto-adalberto-alves-de-sousa.html

3 - http://gestaranajuralice.blogspot.com.br/2009/08/niveis-de-leitura-de-um-texto.html

4 - http://pensandoemalgumacoisa.blogspot.com.br/2009/11/os-niveis-de-leitura-de-um-texto.html

pslarios
Enviado por pslarios em 20/01/2014
Código do texto: T4657909
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