Homilia Pe. Ângelo Busnardo- II Domingo do Tempo Comum.
II DOMINGO DO TEMPO COMUM
19 / 01 / 2014
Is.49,3.5-6 / 1Cor.1,1-3 / Jo.1,29-34
Enquanto Jacó voltava com as esposas e filhos para Canaã um anjo lutou com ele. Ao clarear do dia, o anjo suspendeu a luta e mudou o nome de Jacó para Israel: 28 E o homem lhe perguntou: “Qual é o teu nome?”–“Jacó”, respondeu. 29 E ele lhe disse: “De ora em diante já não te chamarás Jacó mas Israel, pois lutaste com Deus e com homens e venceste” (Gn.32,28-29). Posteriormente o nome “Israel” foi usado para indicar todo o povo judeu.
Isaías usou o termo “Israel” para indicar o Messias: 3 Disse-me: “Tu és meu servo, um Israel, em ti manifestarei minha glória” (Is.49,3). Aparentemente, Isaías estava aplicando a si mesmo as palavras desta profecia. Na realidade, esta profecia as aplica ao Messias, porque o servo em questão, além de arrebanhar os descendentes de Jacó, é chamado também a anunciar a glória de Deus a todos os povos: 5 E agora fala o Senhor que me formou desde o ventre materno para ser o seu servo, para reconduzir a ele Jacó e reunir junto dele Israel, – a tal ponto o Senhor me estimava, e meu Deus era minha força. 6 Ele me disse: “Não basta seres meu servo, só para restabelecer as tribos de Jacó, e reconduzir os sobreviventes de Israel; eu te destinei para seres a luz das nações, para que minha salvação atue até os confins da terra” (Is.49,5-6).
O profeta fica decepcionado com o baixo resultado do árduo trabalho a serviço de Deus: 4 Enquanto eu pensava: “Em vão me afadiguei, inutilmente e por nada consumi meu vigor”. Contudo meu direito estava com o Senhor , minha recompensa junto de meu Deus (Is.49,4). Mas a recompensa é baseada na fidelidade do servo e não no número dos convertidos. Ao terminar a vida pública, Jesus tinha arrebanhado apenas um pequeno número de seguidores fiéis. Quando os apóstolos escolheram Matias para substituir Judas Escariote, havia apenas cento e vinte pessoas: 15 Naqueles dias, levantou-se Pedro no meio dos irmãos – estava reunida uma multidão de umas cento e vinte pessoas – e disse (At.1,15).
A redenção concretizada por Jesus precisa ser levada a todos os povos até o fim do mundo. Por isto, Deus escolhe seguidores que, com a oração e o trabalho, continuam a obra de Jesus: Paulo pela vontade de Deus chamado a ser apóstolo de Jesus Cristo, e o irmão Sóstenes, 2 à igreja de Deus em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados a ser santos, com todos os que invocam o nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, onde quer que estejam, cá ou lá: 3 a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo (1Cor.1,1-3).
Jesus se encarnou para libertar a humanidade do pecado. Pelo pecado, a humanidade se separou do seu criador, porque Deus não convive com o pecado. Antes do pecado, Deus aparecia regularmente a Adão e Eva. Após o pecado, Deus apareceu somente uma vez ao primeiro casal com o objetivo de perdoá-los, mas nenhum dos dois demonstrou arrependimento, Adão acusou e Eva e esta acusou a serpente. Não podendo perdoá-los por falta de arrependimento, Deus castigou toda a humanidade com a maldição da terra, criando o sofrimento e a morte: 17 Para o homem ele disse: “Porque ouviste a voz da mulher e comeste da árvore, cujo fruto te proibi comer, amaldiçoada será a terra por tua causa. Com fadiga tirarás dela o alimento durante toda a vida. 18 Produzirá para ti espinhos e abrolhos e tu comerás das ervas do campo. 19 Comerás o pão com o suor do rosto, até voltares à terra, donde foste tirado. Pois tu és pó e ao pó hás de voltar” (Gn.3,17-19). Após amaldiçoar a terra, Deus se separou da humanidade. O pecado separa o ser humano de Deus.
Assumindo um corpo feito de terra amaldiçoada, Jesus que é Deus uniu novamente a humanidade ao Criador, isto é eliminou a separação que havia entre a humanidade e Deus, ou seja tirou o pecado do mundo: 29 No dia seguinte, João viu Jesus aproximar-se e disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo.1,29).
O pecado, porém, continua sendo um fator de separação da criatura em relação ao seu Criador. Como Adão e Eva se separaram de Deus pelo pecado, todos os seus descendentes individualmente se separam do Criador quando cometem um pecado grave. Jesus que é Deus e homem ao mesmo tempo uniu a humanidade ao Criador. Mas todo indivíduo deve restaurar a sua união com Deus, eliminando o pecado original por um batismo válido que só pode ser conferido pela Igreja fundada por Jesus. E se, posteriormente, cometer algum pecado mortal deve restaurar a união com Deus através do sacramento da penitência.
Jesus tem poder para retirar todos os pecados do mundo e eliminar toda a separação entre a criatura e o Criador, mas não obriga ninguém a aceitar a proposta dele. Quem permanecer em pecado ou procurar o perdão dos pecados fora da Igreja Católica, a única fundada por Jesus, se condenará. Os sacramentos que são os meios instituídos por Jesus para restaurar a união entre Deus e a sua criatura, foram confiados por Jesus exclusivamente à Igreja Católica fundada por Ele. Quem procurar a salvação fora da Igreja fundada por Jesus não a encontrará.
Código : domin871
Ângelo José Busnardo
e-mail : ajbusnardo@gmail.com