"AGORA VOU MORAR EM MIM MESMO"                                      - Um corolário Teológico -
 

Eu não sei se já lhes falei sobre esta história de Mário Quintana. Mas, se falei, fiquem tranquílos porque não é uma simples repetição e sim uma recordação do fato, para poder ter a base, para falar de outro assunto que virá a seguir.
Como dizia, lembrei-me de uma história que me contaram do Mário Quintana. Dizem que o poeta gaúcho morava em hotéis. Não há detalhes comentados da razão disso.
Mas dizem que morava durante anos, até que o hotel se fechava por algum motivo, ou ele próprio resolvia mudar-se. Por último, um hotel, que ele julgava dada sua idade avançada, que seria sua derradeira moradia, teve que fechar as portas, faliu ou coisa parecida. Quintana se viu forçado a fazer as malas e ir-se embora.
Mediante isso Quintana disse: - "Agora moro em mim mesmo."

Faço tal introdução, para dizer que antigas, venerandas e veneradas Instituições, que não fazem parte de saudade nem nostalgia de ninguém, de nenhuma idade, por serem perpétuas, eternas, - ou deveriam ser - vêm se fazendo contrárias aos ventos que alentavam minha crença maior; formação e caráter: o introspectivo intelecto gerador das emoções, opiniões e sentimentos mais caros, não só à minha pessoa, mas ao espectro de ações e relações que norteam a vida circundante e todo o edifício de meus relacionamentos anteriores. De muitos que pensam da mesma forma que minha pessoa.
Sei que pouco se importam com essa minha opinião! Devem pensar, que no mundo existem quatrilhões de pessoas, e por uma lógica de assertivas, é bem possível que mísero milhão também não aprovem essa corrida "ao Santo Graal", tão acirrada quanto nos tempos medievais.
Na Parte oriental do planeta há tanto derramamento de sangue quanto na Idade Média e pelo mesmo motivo: a Igreja; ou a busca do sagrado, para prendê-lo em suas gaiolas de ouro particulares.
Deus é passáro livre. Não é pássaro de gaiola, nem de ouro nem de prata diamantes ou ostentação grandiloquente. Não precisa de tanto dinheiro como se comesse tanto que precissasse as contas das igrejas que o pregam terem que enviar dinheiro para paraizos fiscais, ou terem banco próprio. Se transformam em multinacionais da exploração da "Boa-Fé" pública. Isto, se não fizerem ouvido mouco ou colocarem venda, desde a Era Medieval. Essas instituições-igrejas, não são gaiolas, são arapucas, são laços de passarinheiros -"armadilhas".

A mais crônica das mudanças, no ímpeto de um pós-modernismo desassombrado das competições da busca ao sagrado, da fé (ou da boa-fé) numa desbragada ganância material, as igrejas vem se multiplicando como nuvem de gafanhotos, com as denominações mais bizarras, que se tornam por vezes ridículas e risíveis, denotando o nível mental de seus fundadores nas reformadas; nas romanas uma para cada santo, e estas estão incluídas na corrida competitiva com os "evangélicos" na caça a fiéis. Vale a quantidade, o céu é o limite.

São como disse, arapucas, caça-níqueis, que aceitam cheque, cartão de crédito, pré datados e prestações no cartão, como contribuição (compulsória) e a mais: coletas e envelopes para doações especiais de uma gama variadíssima.
Sou um crente, protestante, do ramo calvinista há 67 anos, mas hoje um descrente (não de Deus e Nosso Senhor Jesus Cristo) mas das "Instituições dos homens". Da administração religiosa que só visa a venda de cada palavra falada, cada letra escrita, cada benção impetrada, e cobram caro por isso!
A parte central desta exposição de motivos é : A igreja já não é mais minha "oykos"- do grego casa -; dela estou desabrigado como o poeta Mário Quintana: "estou morando em mim mesmo"; mas, assistido pela minha Fé, isto ninguém rouba, nem a ferrugem consome. Faço cada vez mais minhas orações na "Catedral" de meu quarto, usando o próprio meio doado por Deus - seu "templo" que é meu corpo -, (Sagradas Escrituras).

Para mim, oykos e eclésia, não são mais sinônimos de casa, de acolhimento recursal da fé e do amor cristão e de Deus.
Mudam-se dogmas, doutrinas e conceitos milenares em favor da administração templaria, adaptações modernas e pós-modernas em busca de quantidade de pessoas, o maior número de contribuintes possíveis, vendem quimeras, como se vendiam as indulgências a que Frei Martinho Lutero se rebelou, originando pelo cisma a doutrina Protestante, de que os pós-modernistas se apossaram como o chupim faz com o ninho da pobre fêmea do tico-tico. Botam lá seu ovo, e a coitada choca e cria aquele enorme filhote do chupim, duas vezes maior que ela. Uma vez, quando cursava a Academia de Oficiais PM cercada de área verde observei esse fato: o filhotão esfameado, corre com o bico aberto atrás da tico-tico e a coitadinha tem que dar conta de alimentá-lo, já emplumado e sabendo voar.

Há casos de "invasão" (pacífica e paulatina), de uma igreja evangélica histórica, por outra doutrina "envangélica", de "pentecostais" que se cognominaram "evangélicos" por conta própria. Aos poucos o pastor começa nos sermões, a dar ares de "pentecostalismo", de repente pregam o "falar outras línguas" o "levantar clamor" que é aquele falatório em que ninguem se entende. O "Grupo de Louvor", na verdade uma Banda de Rock toca tão alto quanto metaleiros alucinados.
Neste caso, os antigos membros da originária doutrina saem da igreja, e vão procurar outra coerente com sua antiga dogmática e doutrina.
As pós-modernizações são concorrentes, como já disse.
Conforme uma igreja vai aumentando o número de fiéis, vão os dirigentes procurando prédios maiores, e a Banda de Rock vai aumentando de tamanho e de decibéis.

Contra o calor, existe ar-condicionado nas mais ricas e/ou ventiladores na demais, fora disso há o recurso do leque ou folha de papel para se abanar... E contra os altíssimos decibéis das Bandas, gritos e vozes agudas? Fazer o que? - Usar tapa-ouvidos industriais, aqueles de espuma de borracha, ou tapas-ouvidos profissionais, tipo conchas, os melhores! - Mas isso não dá para usar, causará espécie entre os demais apreciadores que curtem o som, o mais alto possível!
Quando os membros dançam então, em pé em seus lugares? As mulheres rebolam e requebram de braços ao ar, os homens se balançam, marcam o compasso com braços e pernas e todos batem palmas. Um verdadeiro show.
Ponho-me a pensar, "e no céu o que pensa Deus, Jesus, os Anjos os Santos e as Santas? Será que rebolam e dançam todos também? Será que há Bandas de Rock Metaleiros, auto-denominados Gospel acabando com o sossego do silêncio e da paz celestial. Eu quero ir para lá para meditar, louvar ao Criador e Nosso Senhor, em Espírito e Verdade, gozando da Paz e do Silêncio Celestial tão almejado.
Para ser atormentado por Rock da Pesada, Hip-Hop, Rap, Pagodão e Chachado, não quero, já basta meu vizinho que de 2ª a 2ª feira, de Janeiro a Dezembro, das 06;00h às 23;00h toca seu aparelho de som; e os sons graves parecem que estão dentro de minha cabeça. Não dá nem para concatenar pensamentos. Assim está sendo nas igrejas... Como orar em siêncio?
Vai aparecer quem me censure. Como diz o Zé Simão: " Eu tenho a foto"; melhor, os vídeos, os Cds comprados lá na igreja. Não adianta, é essa a verdade! Se, disserem que, quem não acompanha o progresso é candidato ao fracasso, à falência, devem alertar-se de que Jesus não veio ao mundo implantar um "negócio" um sistema de franquia como os usados pelas multinacionais.
E isso tudo que foi dito dos "protestantes históricos" e os "neo-agregados", vale para toda e quaisquer Igrejas, de qualquer denominação, orientação, dogma, filosofia ou doutrina. Não excetuo nenhuma, nem a romana nem as reformadas por Frei Martinho Lutero e conseguintes seguidores.
Então o jeito é este: Fazer as malas e ir embora. "Morar em mim mesmo"!
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 13/01/2014
Reeditado em 13/01/2014
Código do texto: T4647315
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