Saindo da Matrix
 
            A interessante franquia cinematográfica ¨Matrix¨ nos apresenta um notável paradigma do ponto de vista transcendental. De acordo com seu roteiro, o ser humano não passa de pequenas células de energia, ou baterias, simplesmente destinado a servir à manutenção do computador que tudo controla, a Matrix. Esta é tão poderosa que pode escolher quem enriquece, quem terá sucesso, quem não a serve podendo ser eliminado a qualquer tempo e momento. Seu poder é absoluto tendo a capacidade, inclusive, de coromper e modificar a seu bel prazer as leis da física, do tempo e do espaço, indo até o extremo de ¨reiniciar¨ a história ¨resetando¨ todo o universo projetado na mente dos homens quando os eventos não a contentam.
            A Matrix apresenta alguma semelhança com a ideia que podemos fazer do Criador? A resposta é evidente. Em seu domínios, no entanto, ocorrem alguns ¨eventos¨ que fogem do seu controle surgindo as ¨anomalias¨ ou indivíduos que ousaram ¨despertar¨ sendo chamados de ¨iluminados¨ ou, conforme a lógica da película, os ¨escolhidos¨. Esses são, evidentemente, muito poucos. Conseguem transpor a realidade imposta pela Matrix e ver o que de fato são: meros objetos servis.
            E quanto a nós, vivemos em uma Matrix acreditando que somos, de fato, livres para desencadear nossas escolhas?
            Qual o Sistema Socio-econômico-político que estimula ao ser humano à transcendência visando à libertação da sua essência profunda, o espírito, em detrimento da sua sobrevivência pessoal e à do próprio sistema? A quem, de fato, servimos? Servimos a um hipotético ¨Deus¨ sendo-nos permitido adorá-lo em templos, também dentro do sistema, ou podemos abandonar o sistema e buscar a Verdade Essencial dentro de nós mesmos?
            Nenhum dos sistemas existentes no mundo atualmente prega a essência da liberdade ao ser humano, pois isto redundaria na extinção dos mesmos. Alguns dos ¨iluminados¨ que tivemos, como Buda ou Jesus, servia aos sistemas dominantes? A mensagem de Jesus, por exemplo, foi tão libertadora e profunda que os sistemas dominantes da época, político e religioso, resolveram crucificá-lo. Depois, trataram de corromper a essência do que disse adaptando-o ao sistema.
            A questão não é se vivemos ou não presos a um poderoso sistema mundial que nos utiliza a seu contento. A resposta é óbvia. A questão é: você quer, de fato, conhecer a verdade e se libertar? Eis o nosso desafio. Namastê!

(Jurandir Araguaia é escritor, palestrante motivacional existencialista, ex-fiscal-ambiental/Goiânia, auditor-fiscal/Go, formado em Ed. Física e Adm. de Empresas, site: www.jurandiraraguaia.com)