Homilia Pe. Ângelo Busnardo (Batismo de Jesus)
BATISMO DE JESUS
12 / 01 / 2014
Is.42,1-4.6-7 / At.10,34-38 / Mt.3,13-17
João Batista diz que ele sim precisava do batismo e não Jesus e estava certo: 13 Jesus veio da Galiléia ao rio Jordão até João, para ser batizado por ele. 14 João, porém, se opunha, dizendo: “Eu é que devo ser batizado por ti e tu vens a mim?” (Mt.3,13-14). Efetivamente, quem precisava do batismo que posteriormente Jesus instituiu era João Batista e nós. Como João Batista morreu antes de Jesus instituir o sacramento do batismo, precisou esperar na mansão dos mortos até à morte e ressurreição de Jesus para entrar no céu.
Jesus respondeu que era necessário cumprir toda a justiça: 15 Jesus respondeu: “Deixa agora, pois convém que assim cumpramos toda a justiça”. Então João concordou (Mt.3,15). Somente Jesus tem poder para cumprir toda a justiça. Com sua fidelidade no cumprimento da missão recebida do Pai e sua penitência, João pôde evitar a condenação, mas não pode se justificar plenamente e entrar no céu logo após a morte. Somente Jesus pode cumprir toda a justiça porque somente ele com sua encarnação, morte na cruz e ressurreição pôde produzir os méritos infinitos com os quais toda a humanidade pode se salvar. O ser humano pode produzir ofensas de gravidade infinita, mas não tem capacidade para produzir méritos de valor infinito. A gravidade da ofensa é calculada pelo lado do ser ofendido. O pecado ofende a Deus. Deus é infinito. Portanto, uma ofensa a Deus assume gravidade infinita. Como o ser humano não produz méritos de valor infinito, foi necessário que a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade se encarnasse para que com os seus méritos infinitos colocados à disposição da humanidade, todos nós tivéssemos acesso à salvação.
O batismo de João era um apelo à conversão em preparação para receber o Messias. Mas o próprio João havia declarado que, depois dele, o Messias instituiria o batismo definitivo no Espírito Santo e no fogo: 11 Eu vos batizo com água em sinal de conversão. Depois de mim, porém, virá outro mais forte do que eu, de quem não sou digno de carregar as sandálias. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo (Mt.3,11). Os apóstolos tinham uma ideia clara sobre a distinção do batismo de João e o batismo instituído por Jesus. Mas, após Pentecostes, houve casos em que o batismo de João foi usado indevidamente e corrigido por São Paulo: 24 Chegou a Éfeso um judeu, de nome Apolo. Era natural de Alexandria, homem eloquente e muito versado nas Escrituras. 25 Fora instruído no caminho do Senhor, falava com fervor de espírito e ensinava com precisão sobre Jesus, embora conhecesse apenas o batismo de João (At.18,24-25); 1 Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões montanhosas e chegou a Éfeso, onde encontrou alguns discípulos. 2 Perguntou-lhes: “Recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé?” Responderam eles: “Não, nem sequer ouvimos falar que há um Espírito Santo”. 3 “Que batismo recebestes então?” Eles disseram: “O batismo de João”. 4 E Paulo explicou: “João batizou com o batismo de conversão, dizendo ao povo que cresse naquele que havia de vir depois dele, isto é, em Jesus”. 5 Ouvindo isso, foram batizados em nome do Senhor Jesus (At.19,1-5).
Pedro foi o primeiro apóstolo a batizar estrangeiros. Cornélio era um cidadão romano que se tinha convertido à religião de Israel. Costumava reunir os soldados sob o seu comando e judeus em sua casa para fazer orações conforme o rito judaico. Numa visão, Deus lhe ordenou que mandasse chamar Pedro que estava em Jope: 3 Um dia, pelas três horas da tarde, viu claramente em visão um anjo de Deus entrar e lhe dizer: “Cornélio”. 4 Ele olhou e, cheio de medo, disse: “O que queres, Senhor?” O anjo lhe disse: “Tuas orações e esmolas foram lembradas diante de Deus. 5 Manda agora uns homens a Jope e faze com que venha um certo Simão, chamado Pedro, 6 que se hospeda com Simão, o curtidor, cuja casa está junto ao mar” (At.10,3-6). O mesmo anjo que apareceu a Cornélio apareceu também a Pedro, ordenando que seguisse os homens enviados por Cornélio: 17 Desconcertado, Pedro refletia sobre o que significava a visão que acabara de ter, quando os homens enviados por Cornélio chegaram à porta, perguntando pela casa de Simão. 18 Chamaram e indagaram se ali estava hospedado um certo Simão, chamado Pedro. 19 Enquanto Pedro meditava sobre a visão, disse-lhe o Espírito: “Aqui estão três homens procurando por ti. 20 Levanta-te, desce e vai com eles sem hesitar, porque fui eu quem os enviou” (At.10,17-20).
Isto demonstra que somente através da Igreja fundada por Jesus é possível salvar-se. Se houvesse possibilidade de salvação fora da Igreja Católica fundada por Jesus, Cornélio e o grupo que rezava em sua casa não teriam precisado chamar Pedro e serem introduzidos na Igreja Católica através do batismo conferido pelo apóstolo.
No batismo de Jesus, a Trindade é revelada: 16 Depois de batizado, Jesus saiu logo da água. Nisso, os céus se abriram, e ele viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre ele. 17 E do céu veio uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado, de quem eu me agrado” (Mt.3,16-17). Nesta circunstância, Jesus está presente recebendo o batismo. O Espírito Santo se manifesta, descendo sobre Jesus em forma de pomba. O Pai ser revela, declarando que Jesus é o Filho único gerado por Ele.
Código : domin870
Ângelo José Busnardo
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