ORAÇÃO DO PAI NOSSO - COMENTÁRIO DEVOCIONAL

Mauro Martins Santos 

Pesquisas Bíblia v. Pe Almeida, João Ferreira de
Bíblia de Estudos de Genebra Bíblia Almeida, Séc. XXI – Vida Nova – Ed. Hagnos, 2010
Devocionais Rev. Hernandes Dias Lopes
Cury, Augusto, O Mestre dos Mestres, Sextante – Rio de Janeiro, 206



*PAI NOSSO, que estais no céu, santificado seja o vosso nome

**Esta parte inicial deixa claro que toda oração deve ser dirigida exclusivamente ao Deus Criador, (ao Pai), que está no céu. Segundo a Bíblia, e mesmo pelos dicionaristas, a palavra santificado significa: separado, abençoado, diferenciado, exemplar, irrepreensível aos olhos do Pai, o que vive conforme à lei do Eterno. Toda oração deve ser encaminhada diretamente ao nosso Criador, por intermédio de nosso bastante advogado e intercessor Jesus, o Cristo de Deus. Conforme Ele próprio nos disse: - “Quando orardes assim dizei: Pai Nosso, que estais nos Céus,  Santificado seja Vosso
Nome (...)

Venha a nós o vosso reino

Jesus Cristo usou a palavra “reino” porque, naquela época, os povos só conheciam os sistemas de governo do regime: “reinado” (um rei e seus súditos), ou imperador (rei) caso de César.
Jesus em outro lugar das Escrituras, - Nas Parábolas, por exemplo -, explica que ele falava na linguagem do povo. “Se eu vos falar na língua dos Anjos, vós não me entendereis, por isso vos falo em parábolas”; (ou seja, didaticamente, pedagogicamente usando os elementos conhecidos do povo que habitava aquela região). E, Ele iria transmitir sua peroração impressa pelo Pai em seu coração. Tanto que, aos que o ouviam disse: “Quando orardes assim dizei”, portanto falava ao povo.
Hoje são mais comuns (governantes presidentes e cidadãos). No caso a expressão “Reino de Deus” quer dizer povo administrado por Deus.
Jesus Cristo está nos ensinando a não inventar, nem descumprir as leis por nós mesmos. “A Cesar o que é de César”, quando dos tributos aos pedágios romanos, - a origem de pedágio, vem exatamente de quem tinha que pagar, andando pé para passar de uma fronteira ou divisa a outra -, mas se queremos viver na sociedade governada por Deus precisamos praticar Suas Leis (Seus mandamentos) para sermos cidadãos do seu reinado e termos direito a petições ao Santíssimo Eterno. Se Jesus nos instou a cumprirmos as leis terrenas, “A Cesar o que é de Cesar”, ou seja, paguem-se os tributos do Império a que nos subjuga, a Cesar, o imperador Romano. Hoje são os impostos, os quais se não pagarmos sofremos o tacão do Fisco. Os homens sempre serão subjugados ao poder dos próprios homens, ad aeternum.

Jesus em sua incalculável sabedoria via que não precisamos viver alienados do mundo. “Podemos viver neste mundo, mas nosso reino não ser deste mundo”. Racionalmente, sem absorver as partes negativas, as que não podemos com forças humanas mudar. Viver com elas, mas não passar a vida vivendo para elas. Jesus, veio ao mundo para nos dizer essas coisas. Não nos disse também para sermos gado de corte ou um bando inerte de ovelhinhas, “Sede manso como as pombas, mas astuto como a serpente”; ou quando viu os cambistas -“mercadores” - transformando o templo de Deus em mercado, feirão ao ar livre, tomando toda a frente do sacrário, que fez Jesus? Tomou-se de ira santa. Derrubou barracas, revirou bancada de cambistas (cambiavam moedas de uma região ou de outro país). Chicoteou-os com o cinto de se cingir. Expulsou-os dizendo; “raça de víboras, vendilhões do templo de meu pai”.
Orgulho-me desta ação de Jesus, Ele não era pusilânime nem covarde, enfrentou sozinho uma multidão. E, não usou de poderes que não fossem estritamente humanos. Até no sentimento foi humano. Como eu, você, nós seríamos.
Jesus, não nos pediu para sermos alienados do mundo. Pois nos disse: “Ide por todo o mundo e falai do Evangelho a toda criatura”. Não disse falai a toda estrela, a toda nuvem, à Lua, ao Sol. “Senão seríamos uns lunáticos”, e os que creem em Deus devem ser os mais racionais, os mais ponderados, para que sejam “uma lâmpada para nossos pés”, e a fuga “ao laço do caçador (do passarinheiro)”. Aos que precisam de nós não podemos ser “cegos conduzindo outros cegos”. Ou “mortos carregando seus mortos”.

Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu

Nesta parte Jesus deixa claro que: mesmo nos tornando cidadãos do reino de Deus, não podemos fazer projetos à revelia. Temos que nos adaptar aos critérios de Deus e nos conformarmos com o que Ele nos permitir. Somos criaturas, não o Criador. Só assim seremos de fato, bem-aventurados – bem sucedidos - em tudo o que fizermos.
O pão nosso de cada dia nos dai hoje
Aqui, a palavra pão significa suprimento, alimento, vestimentas, etc. o que o homem humanamente necessita. Nesta parte Jesus ensina para não pedirmos para o futuro, se não sabemos nosso amanhã – ninguém pode, tem o poder, de acrescentar um segundo que seja à sua vida. Devemos aplacar a ansiedade do “mais valer quanto mais ter” preocuparmos com “ser”, não com o "ter": o único intuito de estocar. E, aos outros virem a faltar. Deus com graça e benção sempre concede o que necessitamos de imediato, o amanhã é um outro dia e não adianta pedir pelo ato de pedir, com antecedência, gula e ganância. Deus proverá. Isso trás a paz para dentro de nós. Provavelmente, a petição é para não desperdiçarmos com o que já temos nem suprimirmos a outro aquilo que ele necessita. Até na justiça secular, ao peticionarmos há que haver o mérito, o pano de fundo da ação. Quanto mais ao Sumo Juíz da Perfeição e Justiça Eterna!

Perdoai-nos as nossas ¹ofensas - ²dívidas - assim como nós perdoamos aos que nos ¹ofenderam - ²aos nossos devedores -

¹Deus é Amor integral – Se não o obedecemos, não o ouvimos como Pai, nós certamente o ofendemos
Deus é nosso Magnânimo e Justíssimo Credor, merecedor digno de todo nosso empenho no Bem e louvor, nossas dívidas são nossos atos relapsos em louvar o Doador e Criador de nossas vidas, da mesma forma comparado a quem toma emprestado na hora difícil e vira as costas ao seu credor. E por outro lado lembra-nos como queremos perdão se não perdoamos a quem nos deve desculpas ou algo material? “É perdoando que sereis perdoados”.

Nesta parte fica evidente que, se estamos em débito com Deus, precisamos pedir o perdão destas dívidas - destas ofensas - para que, estando sem débitos, Deus nos perdoe as nossas imensas falhas. Note, entretanto, que existe uma precondição para que Deus nos perdoe e, consequentemente, nos atenda. A pré-condição é sermos capazes de perdoar os que estão em débito conosco também - aos que tenham nos ofendido -, de modo a alcançarmos o perdão de Deus para nossa vida fluir com a alma em paz. Com a alma em paz, as bênçãos virão junto ao Espírito Santo através de Jesus. Ou a Paz não é uma benção!?

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Aqui, Jesus Cristo comenta que o mal e as tentações existem de verdade: personificadas em várias formas o “mistificador” pode surgir em forma de um belo rapaz que desgraçará a vida de uma jovem e toda uma família, repentinamente se transforma num monstro psicopata sedento de sangue, ou numa jovem linda que leva um rapaz simplório, por exemplo, ao suicídio por ela.
A Bíblia nos dá exemplo disso com o rapaz que esperava o marido se ausentar e a mulher o seduzia. O marido regressa, a mulher inverte a história, e o marido se vinga tirando a vida do jovem.
Uma criança, que enredando e mentindo algo de sua cabeça, faz seus pais brigarem com outros pais e até se matarem, por um enredo. Em uma cidade próxima da minha presidi um inquérito, em que uma menina de 12 anos construiu uma história tão malévola, sem mínimos sinais de mentira, de uma forma tão lúcida e coerente, com detalhes que pareciam filigranas da verdade mais cristalina, contra pessoas da cidade. Pessoas honradas e de posição social, as quais odiava por a terem retirado das ruas e entregue a Instituição de Menores. (Comissários, Assistente Social, Juiz, Delegados, Policiais etc.) Foi exaustivo o trabalho de achar pontas no emaranhado. Foram necessários o uso de múltiplos métodos e variados meios de investigação até descobrir, que a menina era mitomaníaca, ou sofria de pseudologia fantástica e por esse meio já havia sido mandante de assassinato de uma colega de rua, induzindo um amante ocasional a executá-la. Seus pais não a queriam por perto nem “pintada de ouro” e a expulsaram de casa. Como a menina agia e fazia tudo de forma normal, aliás, mas que normal, o pessoal do bairro a achavam o próprio demônio. Solucionado o caso a menina ficou às expensas da assistência social jurídica.
As brigas entre as crianças vizinhas, por uma invenção, por um mito. As desavenças e desarmonias no lares, nas ruas, nos bares boates e clubes com mortes. O trânsito e sua desvairada loucura. (Naum, 2:4 – “Os carros correm furiosamente pelas ruas e se cruzam velozes e cruzam as praças em todas as direções ; parecem tochas e correm como relâmpagos , os nobres tropeçam na sua marcha e correm contra o muro da cidade (...) Século VII – 663 a.C. O incrível é a loucura das correrias dos carros (hoje as tochas são os faróis, correm furiosamente como relâmpagos - o relâmpago é a velocidade que imprimem às máquinas, pelas ruas e avenidas e cruzam as praças, nos rachas noturnos, e só param contra o obstáculo dos muros da cidade, ou contra outro carro, descritos pelo profeta Naum , e as ruas de Nínive ficam tomadas de cadáveres, cujos pés tropeçam. E esta profecia provém desde séculos antes de Cristo.
O “príncipe das trevas” é o pai da mitomania e da mistificação. Ele usa os mitômanos, sociopatas dissimulados no poder. Olhemos em volta , circundemos o mundo, onde não existe como diz Naum , quantidade tal de cadáveres a ponto de se tropeçar neles? Todos insepultos. O mal está minando o mundo e constantemente assentados no poder. No tráfico, nos assassinatos, nos roubos, crimes e suas consequências gerais. A melhor maneira de nos proteger é seguir os ensinamentos de Deus pedindo a Ele frequentemente que nos proteja e nos salve do "grande mistificador da humanidade” , a personificação do Mal, a “tentação demoníaca”.
Negue Um e confirmará o Outro. Ou, negando O Bem estará afirmando o Mal. É a lei da Dualidade. O inverso também é válido!

Nosso modelo de oração:

Jesus ensina todos os aspectos que devemos considerar para nos relacionar corretamente com Deus. As pessoas encaminham suas rezas e orações não diretamente como disse Jesus: Orai assim: PAI NOSSO QUE ESTAIS NO CÉU(...)! Infelizmente, a dor, o desconhecimento e a falta de atenção ao ler as Sagradas Escrituras continuam predominando. Portanto, os cristãos mais solícitos e prontos a esclarecimentos, precisam ajudar as pessoas que já têm fé, a entender esta oração e usá-la de forma eficiente de acordo com o ensinamento de nosso Mestre, com sabedoria.
O propósito destas palavras escritas é pautado nessa ideia e ensinamento de Jesus.
                                            AMÉM POR ISSO!


* Pai-Nosso - Oração extraída da Bíblia Sagrada em Mateus, capítulo. 6, ver. 9 a 13, pesquisa citado no cabeçalho

**DEVOCIONAL - Aquele período do dia em que separamos um tempo significativo para estar em comunhão com Deus de forma mais íntima: Adorando, louvando, cultuando, lendo a Bíblia e orando. O Devocional será de extrema importância para o crescimento espiritual, pois acrescentará o conhecimento bíblico e desenvolverá a intimidade e familiaridade com a Palavra de Deus.

MAURO MARTINS SANTOS
 
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 04/01/2014
Reeditado em 05/01/2014
Código do texto: T4635894
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