RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
(João 11:17-45)
Pela distância entre as cidades de Betânia e Jerusalém (quase quinze estádios), Jesus calculou que Lázaro, seu amigo querido, estava há quatro dias na sepultura. Marta e Maria, irmãs do falecido, eram consoladas pelos judeus. Sofriam muito, pois era seu único irmão.
Infelizmente, a morte foi o mais alto preço que pagamos pelo pecado cometido no Jardim do Éden, quando nossos primeiros pais perderam a comunhão com Deus pela desobediência. A morte física é muito triste, transforma pessoas alegres em desconsoladas; um lar tranquilo, num vale de lágrimas. Mas ninguém escapa dela, não tem como evitar esse final doloroso na vida de todos os seres viventes. Mas, a pior e definitiva é a morte eterna.
Em Betânia, Marta e Maria sofriam terrivelmente a separação, até que Marta soube que Jesus vinha e foi ao Seu encontro; Maria, porém, ficou assentada em casa. Desta vez, foi Marta quem se aproximou primeiro de Jesus. Maria também O amava e confiava que, se estivesse presente, como de outras vezes, seu irmão não teria morrido. E acrescenta: “Mas agora sei que, tudo quanto pedires a Deus to concederá.”.
Os três irmãos eram amigos muito chegados de Jesus e Marta aprendera convivendo com a Misericórdia, que Deus tinha muito mais a oferecer do que poderia supor. Aprendeu também que, tudo incluía, inclusive, não deixar a seu irmão perecer. Jesus apreendeu o recado: “Teu irmão há de ressuscitar.”.
Era muito para aquele coração sofrido entender de pronto uma mensagem dessa dimensão, por isso retrucou: “Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição do último dia.”. Ao ouvir isso, compreendeu que ela não entendera profundamente o que poderia oferecer a ela naquele mesmo instante.
Infelizmente, nós mesmos, os que conhecemos a Jesus, ainda teimamos em colocar obstáculos à ação do Senhor em nossa vida. Não há impossível para Deus e, segundo a Sua santíssima vontade, tem para nos oferecer e realizar por nós e em nós, muito mais do que pedimos, pensamos ou sonhamos.
Jesus ousou um pouco mais e respondeu à Marta: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá. Crês tu nisso? Disse-lhe ela: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo.”.
Marta, porém, apesar de não ter entendido tudo, sabia o suficiente para crer. Reconhecia que Aquele era o Filho de Deus que havia sido anunciado pelos antigos profetas e que vinha com uma missão, a salvação do mundo.
Marta saiu de perto de Jesus e foi chamar secretamente sua irmã Maria, dizendo que Jesus a chamava. Apressou-se em encontrar com o seu Mestre. Até esse momento, Ele não havia chegado à aldeia, ainda estava no mesmo lugar onde Maria o encontrara.
Os judeus permaneceram com Maria, dentro de sua casa, consolando-a e viram que se levantou e saiu apressadamente, seguiram-na, julgando que iria até a sepultura do irmão para chorar. Estavam enganados, buscava por Jesus.
Maria chegou onde Jesus estava, lançando-se a seus pés, disse: “Se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.”. A exemplo de sua irmã, ela também conhecia o poder e a misericórdia do Mestre e, como Filho de Deus tinha condição de impedir a sua morte. Quem mais poderia fazer isso senão Ele?
Quando Jesus viu Maria chorando, juntamente com os judeus que a acompanhavam, moveu-se de compaixão e disse: “Onde o pusestes?”. Responderam: “Senhor, vem e vê.”. Jesus chorou.
O choro de Jesus diante da sepultura de Lázaro mostra com clareza a dualidade do caráter do Filho de Deus: podia ressuscitar o amigo morto, pelo poder emanado dos céus; como homem, na sua condição humana, se comoveu pela dor das irmãs e dos amigos de Lázaro, por isso, chorou. Lamentou-se diante da tristeza da morte e por toda a humanidade ali representada. Mas havia uma unidade no plano pessoal, sendo sensível às dores do povo e se propondo a aliviá-las.
Os judeus se dividiram diante da comoção de Jesus, pois, alguns se admiravam dizendo “Vede como o amava”. Outros preferiam ironizar dizendo que, “Não podia ele, que abriu os olhos aos cegos, fazer com que este não morresse?”.
Diante de tamanho desconhecimento dos planos de Deus para cada pessoa, o espírito se moveu fortemente no Senhor. Jesus foi até a sepultura e pediu que removessem a pedra que lacrava a caverna: “Tirai a pedra”. Como abrir a sepultura após quatro dias? Era a pergunta que Marta fazia, porque, logicamente, cheirava mal. Jesus, pacientemente respondeu: “Não te hei dito que, se creres, verás a glória de Deus?”.
Nessa passagem dá para avaliar como a fé dos seres humanos oscila entre altos e baixos. Ao mesmo tempo em que Marta parecia confiar plenamente no Senhor, duvida de sua palavra, quando questiona a sua atitude diante da sepultura. Assim colocamos obstáculos desnecessários à ação do Espírito de Deus em nossa vida.
Depois que retiraram a pedra, Jesus olhou para os céus e agradeceu ao Pai por lhe ter ouvido e completa: “Bem sei que sempre me ouves; mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creia que tu me enviaste.”. A confiança de Jesus no Pai celestial se revelou mais uma vez total e irrestrita, pois a intimidade e a sintonia entre ambos são perfeitas: “Eu e meu pai somos um.”. João 10:30.
Antes de Deus responder, Jesus sempre tinha a certeza de que sua oração seria atendida!
Louvado seja o Senhor para sempre!