CURA DA MULHER ENFERMA
Mateus 9.20-22; Marcos 5.25-34; Lucas 8.43-48.
Uma mulher se aproximou e tocou a orla do vestido de Jesus. Era uma mulher sofredora, que há doze anos padecia de um fluxo de sangue que não lhe dava trégua. Uma hemorragia tão prolongada, numa época em que a medicina era bem atrasada, representava em sua vida uma completa falta de esperança. Quantos médicos visitados! Quanto dinheiro gasto em vão! Quanta desilusão! Fraca, desnutrida pela perda constante do sangue, complexada entre as pessoas, quase nada lhe restaria fazer. Vivia numa época em que à mulher não era dado o devido valor, muito menos no seu caso em que se sentia e se mostrava ainda mais inferiorizada.
Mas ela creu e foi o bastante. Ouviu falar de Jesus e das maravilhas que operava e, assim, resolveu buscá-Lo. Pensava consigo que, se apenas tocasse na orla de sua roupa, bastaria. Vencendo todas as dificuldades e driblando sua própria fraqueza, lá se foi atrás daquele que traria de volta a sua vida. Quanto pensamento atribulado passava pela sua mente e quanta inquietude em seu coração até que viu a Jesus!
Quantos de nós, depois de padecermos, enfrentarmos lutas vãs, inclusive contra as culpas e os pecados, ouvindo falar de Jesus, O buscamos e O encontramos. Assim nos libertamos de nossos males interiores, do peso do pecado que escraviza, da fraqueza espiritual que nos coloca fácil e constantemente nas mãos de Satanás que decide nos cirandar, com muito gosto e prontidão. Sozinhos, jamais nos libertaríamos, somos incapazes de encontrar dentro de nós mesmos algo assim, porque com o coração vazio de Jesus, pouco ou nada sobra de bom em nós.
Tocando em Jesus, o fluxo parou imediatamente e, neste mesmo instante sentiu que seu corpo estava liberto do mal. Jesus, ao sentir que de si saíra virtude, perguntou aos discípulos: “Quem me tocou?”. Nenhum deles sabia, mas, Pedro e os seus companheiros questionaram sua indagação, pois a multidão O apertava e O oprimia. Jesus não perguntou por que não soubesse, mas porque esse fato deveria se perpetuar através dos tempos, na caminhada de Jesus, entre seus grandiosos feitos, para que chegasse até nós e nos transmitisse esperança.
A mulher não conseguiria ocultar-se. Estava a felicidade estampada no seu rosto e seu corpo falava por si mesmo. Impossível quem é agraciado com as virtudes de Jesus e tocado pelas bem-aventuranças divinas se manter quieto e calado. A luz se reflete nele e se esparge alcançando outros. Esse é o mistério e o ministério da fé que é desafiadora e viva e nos leva a transpor limites que desconhecemos, porque capacita o homem e o impele a agir com confiança em Deus e nas promessas eternas com que o motiva!
Os discípulos estranharam aquela pergunta por que era muito grande a multidão que apertava o Mestre, quem sabe até empurrando-O de um lado para outro. Mas Jesus olhava para os lados para verificar sobre quem recaíra aquela grande bênção. Mas aquela mulher, em estado de graça, feliz, mas atemorizada; apaziguada, mas, tremendo de emoção, aproximou-se, prostrou-se diante dEle e contou toda a verdade. E Jesus lhe disse: “Tenha bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz, e sê curada deste mal.”.
Quando curados de algum mal, quando libertos de opressão ou de qualquer outro problema, devemos ter bom ânimo. Basta crer, para que a glória de Deus seja manifesta em nós e seremos instrumentos para ir e levar a outros a esperança. Par a ir e ensinar o Caminho da redenção aos demais que ainda não foram ou não se sentiram afortunados pelo misericordioso amor de Deus em sua vida. Louvado seja Deus!