VIVENDO DA PROVIDÊNCIA DIVINA...
Caríssimos, aprendi que nada tenho, pois tudo o que sou e tenho só a Deus pertence. Nasci sem nada, dependente de tudo, e quanto tempo ainda aqui estiver, continuarei dependendo de tudo, a começar dos bens naturais, ar, água, comida, sono... E quando partir daqui também nada levarei deste mundo, a não ser os bens eternos que aqui cultivei: amor, caridade, bondade, justiça, fidelidade, misericórdia, castidade, paz, alegria, etc., como bem ensinou nosso Senhor, Jesus Cristo: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus (...); pois onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mt 6,19-20a.21).
Então, como é que o Senhor revela sua Providência em nossa vida? Todo Pai amoroso, atencioso e bondoso cuida de sua prole com desvelo. Deus, nosso Pai, é amor infinito e nos ama perfeitamente, por isso, nos dedica plena atenção e carinho; é Ele o nosso Supremo Bem e o Perfeito realizador de nossa vida... Ocorre que raramente deixamos que Ele exerça sua providência para conosco; isto se dá porque, no mais das vezes, deixamos que os apegos, os medos, as inquietações e as preocupações exageradas ocupem nossos pensamentos e nossas ações, arrefecendo nossa fé Nele; ou ainda, quando pomos nossa confiança nos bens materiais, no poder temporal, no dinheiro, e com isto nos tornamos egoístas, avarentos, corruptos, incrédulos, e por consequência, inimigos de nós mesmos e do Senhor. “E disse, então, Jesus ao povo: guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”. (Lc 12,15).
Ora, a providência divina nunca falha, sobretudo com aqueles que buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça; porque esses não põem os interesses pessoais acima da vontade de Deus, mas procuram seguir a Cristo Jesus, pobre e obediente até a morte e morte de cruz. Nessas almas a providência divina se revela pela obediência à lei do trabalho: “ganharás o teu pão com o suor do teu rosto”, e ainda por uma vida de renúncia, generosidade e busca de santidade. Como nos ensina o salmista: “Fui jovem e já sou velho, mas jamais vi o justo abandonado, nem seus filhos a mendigar o pão. Todos os dias empresta misericordiosamente, e abençoada é a sua posteridade”. (Sl 36,25-26).
Com efeito, o nosso seráfico pai São Francisco de Assis, por sua vida de renúncia e por seu amor à pobreza, nos ensinou como viver da Providência Divina: “Quando os irmãos lhe perguntaram um dia qual era a virtude que nos torna mais amigos de Cristo ele respondeu abrindo-lhes, por assim dizer, o segredo do seu coração: “Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o caminho privilegiado para a Salvação (cf. Mt 5,5), visto que é a seiva da humildade e a raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis, embora escondidos. Ela é esse «tesouro escondido num campo», do qual nos fala o Evangelho, pelo qual é necessário vender tudo o resto e cujo valor deve impelir-nos a desprezar todas as outras coisas”. E ainda: “Filhos meus, grandes coisas prometemos a Deus: mas muito maiores Deus nos prometeu. Observemos o que prometemos; e esperemos com certeza as que nos foram prometidas. Breve é o deleite do mundo, mas a pena que se lhe segue é perpétua. Pequeno é o sofrimento desta vida, mas a glória da outra vida é infinita”. (I Fioretti de S. Francisco).
Também Santa Teresa de Jesus, certa feita, disse:
Nada te perturbe, nada te espante,
Tudo passa, Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem, nada lhe falta:
Só Deus basta.
Eleva o pensamento, ao céu sobe,
Por nada te angusties, nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue, com grande entrega,
E, venha o que vier, nada te espante.
Vês a glória do mundo? É glória vã;
Nada tem de estável, tudo passa.
Deseje às coisas celestes, que sempre duram;
Fiel e rico em promessas, Deus não muda.
Ama-o como merece, Bondade Imensa;
Quem a Deus tem, mesmo que passe por momentos difíceis;
Sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta.
Só Deus basta...
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria, OFMConv.
Caríssimos, aprendi que nada tenho, pois tudo o que sou e tenho só a Deus pertence. Nasci sem nada, dependente de tudo, e quanto tempo ainda aqui estiver, continuarei dependendo de tudo, a começar dos bens naturais, ar, água, comida, sono... E quando partir daqui também nada levarei deste mundo, a não ser os bens eternos que aqui cultivei: amor, caridade, bondade, justiça, fidelidade, misericórdia, castidade, paz, alegria, etc., como bem ensinou nosso Senhor, Jesus Cristo: “Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e o caruncho os corroem e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós tesouros nos céus (...); pois onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.” (Mt 6,19-20a.21).
Então, como é que o Senhor revela sua Providência em nossa vida? Todo Pai amoroso, atencioso e bondoso cuida de sua prole com desvelo. Deus, nosso Pai, é amor infinito e nos ama perfeitamente, por isso, nos dedica plena atenção e carinho; é Ele o nosso Supremo Bem e o Perfeito realizador de nossa vida... Ocorre que raramente deixamos que Ele exerça sua providência para conosco; isto se dá porque, no mais das vezes, deixamos que os apegos, os medos, as inquietações e as preocupações exageradas ocupem nossos pensamentos e nossas ações, arrefecendo nossa fé Nele; ou ainda, quando pomos nossa confiança nos bens materiais, no poder temporal, no dinheiro, e com isto nos tornamos egoístas, avarentos, corruptos, incrédulos, e por consequência, inimigos de nós mesmos e do Senhor. “E disse, então, Jesus ao povo: guardai-vos escrupulosamente de toda a avareza, porque a vida de um homem, ainda que ele esteja na abundância, não depende de suas riquezas”. (Lc 12,15).
Ora, a providência divina nunca falha, sobretudo com aqueles que buscam em primeiro lugar o Reino de Deus e sua justiça; porque esses não põem os interesses pessoais acima da vontade de Deus, mas procuram seguir a Cristo Jesus, pobre e obediente até a morte e morte de cruz. Nessas almas a providência divina se revela pela obediência à lei do trabalho: “ganharás o teu pão com o suor do teu rosto”, e ainda por uma vida de renúncia, generosidade e busca de santidade. Como nos ensina o salmista: “Fui jovem e já sou velho, mas jamais vi o justo abandonado, nem seus filhos a mendigar o pão. Todos os dias empresta misericordiosamente, e abençoada é a sua posteridade”. (Sl 36,25-26).
Com efeito, o nosso seráfico pai São Francisco de Assis, por sua vida de renúncia e por seu amor à pobreza, nos ensinou como viver da Providência Divina: “Quando os irmãos lhe perguntaram um dia qual era a virtude que nos torna mais amigos de Cristo ele respondeu abrindo-lhes, por assim dizer, o segredo do seu coração: “Sabei, irmãos, que a pobreza espiritual é o caminho privilegiado para a Salvação (cf. Mt 5,5), visto que é a seiva da humildade e a raiz da perfeição; os seus frutos são incontáveis, embora escondidos. Ela é esse «tesouro escondido num campo», do qual nos fala o Evangelho, pelo qual é necessário vender tudo o resto e cujo valor deve impelir-nos a desprezar todas as outras coisas”. E ainda: “Filhos meus, grandes coisas prometemos a Deus: mas muito maiores Deus nos prometeu. Observemos o que prometemos; e esperemos com certeza as que nos foram prometidas. Breve é o deleite do mundo, mas a pena que se lhe segue é perpétua. Pequeno é o sofrimento desta vida, mas a glória da outra vida é infinita”. (I Fioretti de S. Francisco).
Também Santa Teresa de Jesus, certa feita, disse:
Nada te perturbe, nada te espante,
Tudo passa, Deus não muda,
A paciência tudo alcança;
Quem a Deus tem, nada lhe falta:
Só Deus basta.
Eleva o pensamento, ao céu sobe,
Por nada te angusties, nada te perturbe.
A Jesus Cristo segue, com grande entrega,
E, venha o que vier, nada te espante.
Vês a glória do mundo? É glória vã;
Nada tem de estável, tudo passa.
Deseje às coisas celestes, que sempre duram;
Fiel e rico em promessas, Deus não muda.
Ama-o como merece, Bondade Imensa;
Quem a Deus tem, mesmo que passe por momentos difíceis;
Sendo Deus o seu tesouro, nada lhe falta.
Só Deus basta...
Paz e Bem!
Frei Fernando Maria, OFMConv.