Homilia Pe. Ângelo Busnardo XXX Dom. Comum( A cada um segundo suas obras.)

XXX DOMINGO COMUM

27 / 10 / 2013

Eclo. 35,15b-17.20-22ª / 2Tm.4,6-8.16-18 / Lc.18,9-14

Deus é perfeito e aquele que é perfeito é sempre justo. Por isto, Deus usa o mesmo critério para julgar ricos e pobres: 15 E não confies em sacrifícios injustos, pois o Senhor é juiz e não faz distinção de pessoas. 16 Não tem preferência por ninguém em detrimento do pobre mas escuta, sim, os rogos do injustiçado (Eclo.35,15-16). Como Deus não se deixa corromper pelo dinheiro do rico também não cede aos apelos dos pobres que vivem em pecado mortal. Se os parentes de um morto rico queimarem muitas velas no velório e contratarem bispos ou padres famosos para rezar a missa de corpo presente, de sétimo dia e de trigésimo dia, de nada adiantará se o defunto rico não cumpriu suas obrigações para com Deus durante a vida e estiver no inferno. Nota-se que, quando morre uma pessoa que se tornou famosa através da política, da arte ou do dinheiro aparecem eclesiásticos também conhecidos popularmente para rezar a missa e aspergir o defunto com água benta. Se aquele que está no caixão, durante a vida, foi um cordeiro ou uma ovelha do rebanho de Jesus, o aparato eclesiástico adiantará pouco porque Deus retribuirá de acordo com as obras boas praticadas durante a vida: 27 Porque o Filho do homem há de vir na glória do Pai, com os anjos, e então dará a cada um conforme as suas obras (Mt.16,27). Se aquele que está no caixão, durante a vida, tiver sido um bode ou uma cabra no rebanho de satanás de nada servirá o aparato eclesiástico porque de nada servem as orações para a alma que está no inferno.

Quem quiser ser atendido por Deus deve fazer na terra a vontade dele: 20 Quem serve a Deus como ele o quer, será bem acolhido e suas súplicas subirão até às nuvens (Eclo.35,20). Deus acolhe e atende todos aqueles que vivem em estado de graça, independentemente de serem pobres ou ricos e castiga com o fogo do inferno todos aqueles que morrem em pecado mortal independentemente de terem eclesiásticos famosos e um numeroso cortejo fúnebre em volta do caixão.

Deus é infinitamente grande e nós somos pequenos. Precisamos reconhecer nossa pequenez ao nos dirigirmos a Deus para que, independentemente da nossa posição perante o mundo, nos submetamos a Deus com humildade: 21 A prece do humilde atravessa as nuvens: enquanto não chegar, não terá repouso; e não descansará até que o Altíssimo intervenha, 22 faça justiça aos justos e execute o julgamento (Eclo.35,21-22ª).

Durante a vida dedicada a Deus, São Paulo foi açoitado diversas vezes, naufragou e até foi mordido por uma cobra venenosa na ilha de Malta. Ao saber que condenação à morte estava próxima estava feliz porque, com a morte imposta pelos homens, receberia a recompensa de Deus que é sempre superior a qualquer sofrimento na terra: 6 Quanto a mim, estou a ponto de ser imolado, sendo já iminente o tempo de minha partida. 7 Combati o bom combate, terminei minha carreira, guardei a fé. 8 Já me está preparada a coroa da justiça que naquele dia me entregará o Senhor, justo juiz. E não só a mim mas a todos os que amam sua vinda (2Tm.4,6-8).

A salvação vem dos méritos de Jesus e a retribuição vem dos nossos méritos. Com sua encarnação, morte e ressurreição, Jesus produziu os méritos infinitos com os quais todos podem se salvar. Os méritos infinitos de Jesus estão gratuitamente à disposição de todos. Apesar de gratuitos, os méritos de Jesus estão condicionados ao cumprimento dos mandamentos e à recepção digna dos sacramentos instituídos por Jesus e confiados exclusivamente à Igreja Católica por Ele fundada. Os pecados são perdoados através do sacramento de penitência que deve ser presidido pelo arrependimento e por um firme propósito de evitar a repetição dos pecados. Para se arrepender é necessário antes admitir que foram cometidos pecados. Aquele que não admite que cometeu pecados não se arrepende e conseqüentemente não recebe o perdão de Deus.

O fariseu e o cobrador de impostos eram pecadores e ambos precisavam do perdão de Deus. Mas o fariseu não admitiu que tinha pecados, não se arrependeu e saiu do templo com um pecado a mais. O cobrador de impostos certamente tinha mais pecados que o fariseu mas admitiu que era pecador, se arrependeu e saiu do templo livre de todos os pecados cometidos até aquele momento: 14 Eu vos digo: Este voltou justificado para casa e não aquele. Porque todo aquele que se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado” (Lc.18,14).

Em nosso tempo, o farisaísmo está na moda. A maioria das pessoas que vivem na indiferença e não cumpre suas obrigações para com Deus acha que não está em pecado porque, segundo elas, não estão fazendo mal a ninguém. Mas o dono do céu não são as pessoas que nunca prejudicamos. Deus é o dono do céu e o primeiro mandamento pede que amemos a Deus acima do amor que dedicamos a nós mesmos. Quem não ama a Deus mais do que ama a si mesmo não entra na casa dele, mesmo que nunca tenha prejudicado alguém.

A salvação vem dos méritos de Jesus, mas a retribuição no céu ou no inferno vem das obras que cada um fez durante a vida na terra. Aquele que se salva receberá no céu uma coroa compatível com as obras boas que fez durante a vida neste mundo: 8 Já me está preparada a coroa da justiça que naquele dia me entregará o Senhor, justo juiz. E não só a mim mas a todos os que amam sua vinda (2Tm.4,8). Aquele que se condena, no inferno, será colocado numa temperatura compatível com as obras más que praticou antes de morrer.

Código : domin862

Ângelo José Busnardo

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Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 24/10/2013
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