DIA DOS FINADOS

RESPEITO AOS MORTOS

Existem notícias que desde os tempos mais longínquos os mortos são respeitados pelos seus entes queridos e pelos demais próximos a ele. Neste contexto, o respeito é aquele de cunho reverencial, religioso, abarcando os dogmas que foram se edificando através dos tempos e das mais diversas culturas.

Cemitério, palavra de origem grega que significa dormitório da paz; pátria para os memoriais familiares que sustentam a fonte de conforto da vida face à morte. Um dos parâmetros para avaliar a cultura dos povos e a sua evolução é sem dúvida a forma de lidar com a morte principalmente com os seus mortos. O Cemitério é parte da história de um povo. Uma perpétua gravação do ontem, um santuário de paz e descanso do hoje, fonte de conforto e alivio para a dor da saudade no amanhã...

Os Cemitérios são por isso, reflexos das civilizações em que estão inseridos, oferecendo ao olhar mais atento, registros da sua evolução. O rei Davi, ao lamentar a morte de seu filho recém nascido, expressou bem o sentimento para com a perda da criança e o sentido de um Túmulo: “Eu irei a ele, porém ele não voltará para mim.” Visitar um túmulo é reverenciar o seu morto.

Hoje não é efetivamente o dia dos mortos, mas sim, o dia consagrado a imortalidade da alma, da celebração da vida eterna das pessoas que partiram antes de nós. Desde o século 5º, a Igreja dedica esse dia do ano para rezar por todos os mortos. Hoje, todos buscam as sepulturas dos seus mortos para florir, velar e homenagear os que conheceram o fim da guerra. Eles estão invisíveis, mas não ausentes.

É a cinza dos mortos que cria a pátria!. E, na esteira dessas considerações, Ernest Renan ajusta-me o sentido com esta exuberante afirmação: A pátria compõe-se dos mortos que a fundaram assim como os vivos que a continuam.

Estar vivo não nos distingue radicalmente dos mortos; a longo prazo, todos estaremos mortos!.

“Quando morre um homem, morremos todos, pois somos parte da humanidade. E por isso, nunca procuremos saber por quem os sinos dobram, eles dobram por nós...”

A todos os nossos mortos, um réquiem de saudade; uma permanente floração póstuma!!

Manoel Rocha Lobo
Enviado por Manoel Rocha Lobo em 19/10/2013
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