E ainda sobre "gaiolas"...
E ainda sobre "gaiolas"...
Os pássaros se acostuma as suas "gaiolas", eles acham bom o alimento, a água fresca, a sombra. Pássaros de "gaiolas" não aprendem a voar muito alto, seu vôo é instintivo, é repetitivo e condicionado.
Acostumamos com nossas "gaiolas" e sempre repetimos o mesmo cântico ( mesma ideia), há uma unidade na diversidade ( ideológica)dos pássaros; estes não conseguem ter uma individualidade reflexiva, sempre o coletivo vai pensar mais alto e falar tudo o que temos que repetir.
Quando aceitamos a fé cristã, nós não temos uma fé teológica, doutrinária, mas uma fé emotiva, uma fé que busca uma resposta, uma que fé direcionada a uma pessoa, mas logo somos "doutrinados" a crer, somos ensinados como crê, e como expressar essa fé.
Somos perdoados por pecar moralmente, mas jamais seremos tolerados por pecar em pensar diferente, ou crê fora das grades teológicas que abraçamos ( ou que nos foram impostas?).
As vezes penso por que a fé primeira era mais intensa? Porque ela nos contagiava mais? Será porque ela era espontânea, novidade, e/ou porque ainda não havia sido colocada dentro de um involucro?
A gaiola é uma ideia muito poderosa, se não cuidarmos ela acaba substituindo o próprio alvo de nossa fé, ela acaba se tornando um fim em si mesma. Cuidemos para que não venhamos a acreditar que o Criador olha lá do alto e vê apenas gaiolas, que não são os pássaros que são mais relevantes. E mais as gaiolas vieram a existir por causa dos pássaros e não o contrário.
Quando valorizamos demais as "gaiolas" acabamos perdendo a noção, de que nessa concepção (que falo): somos todos pássaros!! Uns mais livres, outros mais presos, outros sem saber onde devem estar e permanecer, alguns muito conscientes de que o que importa e a sua "gaiola", outros que a gaiola é só o lugar onde os pássaros se alimentam e são "criados"!
Luciano Costa