Luz antes das estrelas, a luz dos 7 dias e Bíblia Oral
 
“Disse Deus: haja luz. E houve luz.Viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. E Deus chamou à luz dia, e às trevas noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro”. (Gên. 1: 3-6) - 1°Dia da Criação
“E disse Deus: haja luminares no firmamento do céu, para fazerem separação entre o dia e a noite; sejam eles para sinais e para estações, e para dias e anos;e sirvam de luminares no firmamento do céu, para alumiar a terra. E assim foi. Deus, pois, fez os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; fez também as estrelas”. (Gên. 1: 14-16) - 4°Dia da Criação
 “E a luz da lua será como a luz do sol, e a luz do sol sete vezes maior, como a luz de sete dias, no dia em que o Senhor atar a contusão do seu povo, e curar a chaga da sua ferida” (Isa. 30:26).
“E agora o homem não pode olhar para o sol, que resplandece no céu quando o vento, tendo passado, o deixa limpo” (Jó 37:21).
“A cidade não necessita nem do sol, nem da lua, para que nela resplandeçam, porém a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada”. (Apo. 21:23)
    
Quando nos lembramos do Verbo Criador de Deus, sabemos que a Palavra descrita na Bíblia nos leva a grandes mistérios. Assim se trata da passagem que se refere a luz antes de existirem luminares, estrelas, Sol e Lua. Em certos escritos essa luz se identifica muito com o próprio Senhor Deus, e ainda com seus servidores ou anjos, que por isso justifica a palavra Elohim, termo no plural. Para tanto, ainda há autores sábios que falam que no céu não há linguagem, e assim se operou a obra dos Profetas, por uma luz inspirada. Também há um livro judaico muito importante, referente à cabala, que se intitula Sepher ha Bahir, ou o “Livro da iluminação”, onde a luz cumpre um papel especial. Também lá se descreve a Criação como feita por dez (10) ordens ou pronunciamentos, que é confirmada em Ética dos Pais, um escrito de Mishna. São tradições orais, ou melhor, a Torá (ou Bíblia) oral, que foi uma das duas recebidas por Moisés no Monte Sinai. Sem a Lei oral, não se pode entender a escrita, apesar de a escrita ser mais importante.
       O primeiro domínio é da luz, e o segundo é inclui as ordens de anjos. “A luz é a vida das águas” (O Bahir). E a luz é a Palavra, a Torá (Bíblia), e é a força oculta de Deus (Sal. 31:20) e Torá é luz (Prov. 6:23). E essa luz é a Torá oral, ou melhor, aquela tradição que acabou resultando nos Talmudes, Mishnas e comentários dos sábios. Por isso que Ieheshua (Jesus), que era judeu, ser aceito por muitos judeus sábios da Lei, e até por fariseus (nem todo fariseu era hipócrita...). Jesus citava a Palavra, seja ela escrita, seja ela oral. As tradições talmúdicas eram conhecidas por Jesus, e assim ele estava com a luz.
       Essa luz antes das estrelas nos leva muito a uma concepção metafísica da luz, e mesmo simbólica. Isaias fala da “luz dos 7 dias”, que seria maior que a do Sol e da Lua, e, diferente destas, uma vez que possivelmente se refere a própria obra de Deus antes do quarto dia da Criação. Já no primeiro dia vemos essa luz metafísica, e os 7 dias referidos parecem uma forma de se falar nos auxiliares (Elohim), nos anjos, que se subdividem em diversas espécies. Apesar de que é Deus mesmo quem faz, e essa luz está reservada aos Justos e ao Mundo Vindouro.
       Essa luz antes das estrelas também era muito intensa, e assim ninguém pode olhar para ela. Assim parece que está só pode ser vista pelos justos, e por isso da separação das trevas, ou da distância que se guarda para o último futuro. O justo é assim a pedra preciosa (desprezada por Isaac e Abraão, “arquitetos” do mundo), que se tornou pedra angular. E em Jó se fala que a luz é brilhante (bahir) nos céus (37:21). E Ele falou “Haja luz”, porque a luz já existia. A luz então é metafísica e já existia no próprio Criador. E os dias que trata Isaias são os 7 dias da Criação, sendo o sétimo do descanso. Esse “descanso” com a Alma, se refere a que o sábado sustenta todas as almas. Uma referência a Aliança também. Por fim, Cristo é a lâmpada, e não se precisa de luzes, mas a Glória de Deus ilumina a cidade santa no Mundo Vindouro.
 
 
Fontes:
-Bahir
-Pirke Avot
-Bíblia (João Ferreira)
-Torá
-Jumash