Homilia Pe. Ângelo Busnardo XXV Domingo Comum (O Profeta Amós)

XXV DOMINGO COMUM

22 / 09 / 2013

Am.8,4-7 / 1Tm.2,1-8 / Lc.16,1-13

O profeta Amós critica os comerciantes do seu tempo porque alteravam as balanças para roubar no peso e vendiam produtos deteriorados como se fossem bons: 5 Vós que dizeis: “Quando passará a lua nova, para que possamos vender o grão, e o sábado, para que possamos oferecer o trigo, para diminuir a medida, aumentar o siclo e falsificar as balanças enganadoras, 6para comprar o indigente com prata e o pobre por um par de sandálias, para vender até os refugos do trigo?” (Am.8,5-6). Os comerciantes desonestos contemporâneos de Amós paravam de roubar no dia do Senhor e com a adulteração das balanças não podiam roubar muito. Os políticos e seus assessores de nosso tempo roubam muito mais através do superfaturamento de obras e adulteração de prestações de conta. Deus pediu um dia por semana para Ele. Hoje até Deus está sendo roubado, porque o dia que devia ser dedicado a Ele é usado para o esporte profissional e para o comércio. Os funcionários públicos roubam os salários que recebem no fim do mês, porque faltam ao trabalho e quando aparecem para trabalhar prestam um serviço de péssima qualidade.

Apesar do péssimo serviço que recebemos dos governantes e dos funcionários públicos, devemos rezar para eles esperando que se convertam e se salvem: 1 Acima de tudo, recomendo que se façam preces, orações, súplicas e ações de graça por todos os homens, 2 pelos reis e por todos os depositários de autoridade, a fim de gozarmos de vida sossegada e tranqüila em toda piedade e honestidade (1Tm.2,1-2).

Somos salvos pelos méritos de Jesus. Quanto à salvação temos um único mediador que Jesus: 5 Porque um é Deus, um também o mediador entre Deus e os homens, um homem: Cristo Jesus, 6 que se entregou para redenção de todos. Tal é o testemunho dado a seu tempo (1Tm.2,5-6). Em termos de salvação, pelo fato de sermos salvos por Jesus, temos um único mediador. Porém, São Paulo não diz que temos um só intercessor. Um só é o mediador Jesus Cristo, mas os intercessores são muitos. Cada um de nós pode se tornar um intercessor, pedindo a Deus pela própria salvação e pela salvação de outros: 8 Assim, pois, quero que os homens orem em todo lugar, levantando as mãos santas, sem ira nem discussões (1Tm.2,8).

Jesus falava em parábolas para confundir: 10 Os discípulos aproximaram-se e lhe perguntaram: “Por que lhes falas em parábolas?” 11 Jesus respondeu: “Porque a vós foi dado conhecer os mistérios do reino dos céus mas a eles não. 12 A quem tem será dado, e terá em abundância; mas de quem não tem será tirado até mesmo o que tem. 13 É por isso que lhes falo em parábolas: porque, olhando, não enxergam e, ouvindo, não ouvem nem compreendem (Mt.13,10-13). A parábola do administrador infiel deve ser analisada com atenção para evitar de tirar conclusões contrárias a aquelas que Jesus quis ensinar com esta parábola.

Os bens pertenciam ao patrão ao qual o administrador precisa prestar contas. Mas o administrador agia como se os bens lhe pertencessem e como se não tivesse que prestar contas. Ao explicar as parábolas Jesus substituía os personagens fictícios pelos personagens reais. Nesta parábola, substituamos:

1. O administrador por cada um de nos.

2. Os bens materiais do patrão pelo nosso corpo.

Todos nós temos um corpo mas não somos definitivamente donos do nosso corpo, porque, pela morte, o perdemos. Ao perder o corpo pela morte física, deveremos prestar contas a Deus do uso que fizemos de nosso corpo durante a vida na terra. O mundo incentiva as pessoas a trabalhar para acumular muitos bens materiais e usá-los em busca de conforto, prazer e poder sem se preocupar com a honestidade. Quanto mais sucesso um indivíduo tiver na busca de bens matérias e prazer, mais será prestigiado pelo mundo.

Aquele que concentrar todo o seu talento, tempo e esforço para ser bem sucedido durante esta vida, ao prestar contas a Deus logo após a morte, será considerado um administrador desonesto, porque agiu como se o corpo que recebeu de Deus lhe pertencesse definitivamente. Se, pelo contrário, o indivíduo, além de trabalhar para prover ao próprio sustento, usar o talento, o esforço e parte do tempo para cumprir suas obrigações para com Deus, quando for prestar contas a Deus após a morte será recompensado por Deus.

O mundo prestigia o sucesso na busca pelos bens materiais sem se preocupar se o método usado foi honesto ou fraudulento: 8 O patrão louvou o administrador desonesto por ter agido com esperteza, pois os filhos deste mundo são mais vivos no trato com sua gente do que os filhos da luz (Lc.16,8). Os filhos da luz, ou seja, aqueles que estão convencidos que o ser humano não termina com a morte física, no esforço para agradar a Deus, devem usar a mesma esperteza que os filhos das trevas usam em seus negócios.

Código : domin857

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 18/09/2013
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