Homilia Pe. Ângelo Busnardo- XXII Dom. Comum (A Soberba)

XXII DOMINGO COMUM

01 / 09 / 2013

Eclo.3,19-21.30-31 / Hb.12,18-19.22-24ª / Lc.14,1.7-14

A soberba é um dos sete vícios capitais e é considerada um vício capital porque dá origem a outros pecados. Em geral, o soberbo é arrogante e prepotente sempre predisposto a submeter os demais ao seu modo de pensar e agir. Deus rejeita o soberbo e revela seus planos aos pequeninos: 19Muitos são altaneiros e ilustres, mas é aos humildes que ele revela seus mistérios (Eclo.3,19). Jesus agradeceu ao Pai por ter rejeitado os soberbos e arrogantes e ter revelado seus planos aos pequeninos: 21 Naquela mesma hora Jesus sentiu-se inundado de alegria no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado (Lc.10,21). Deus é infinitamente superior ao ser humano e, perante Ele, todos devem reconhecer a própria pequenez.

Enquanto o povo estava acampado no deserto do Sinai, Deus se manifestou com sinais apavorantes: 16 Ao terceiro dia pela manhã houve trovões e relâmpagos, e nuvens carregadas cobrindo a montanha, e um fortíssimo som de trombetas. No acampamento todo o povo se pôs a tremer. 17 Moisés fez sair o povo do acampamento ao encontro de Deus, e eles pararam ao pé da montanha. 18 Todo o monte Sinai fumegava, pois o Senhor descera sobre ele em meio ao fogo. A fumaça subia, como de uma fornalha, e todo o monte tremia violentamente. 19 O som da trombeta ia aumentando cada vez mais. Moisés falava, e o Senhor lhe respondia mediante o trovão (Ex.19,16-19). Quando Jesus foi crucificado houve trevas sobre a terra: 45 Desde o meio-dia até às três da tarde toda a região ficou coberta de escuridão (Mt.27,45).

Jesus é Deus e uma hóstia consagrada é Jesus. Nós nos aproximamos de Jesus eucarístico e até ingerimos o próprio Jesus e nenhum sinal apavorante nos revela a grandeza daquele que recebemos: 18 Em verdade não vos aproximastes de um fogo sensível e ardente, de nuvens, trevas, tempestades, 19 som de trombeta e daquela voz tão terrível que os ouvintes suplicaram que já não lhes falasse (Hb.12,18-19). Apesar de não sermos avisados por sinais sensíveis, devemos ter consciência da superioridade de Jesus em relação a nós e aproximar-nos da Eucaristia em estado de graça e com uma postura reverente. A Eucaristia deve ser recebida com amor e temor: com amor porque é Deus quem está escondido sob a aparência de pão e com temor porque seremos julgados por Ele.

Ao ser convidado para um banquete, Jesus indicou qual deve ser a atitude de quem participa de um banquete e também como deveria agir quem oferece um banquete:

1. O convidado humilde não procura sentar-se no lugar de maior destaque: 8 “Quando fores convidado por alguém para uma festa de casamento, não te sentes no primeiro lugar. Talvez tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9 e aquele que convidou os dois, venha e te diga: ‘Cede teu lugar para este’. Então tu, cheio de vergonha, irás ocupar o último lugar (Lc.14,8-9). O convidado soberbo que gosta de aparecer, ao ocupar um lugar já reservado para outro, cria um constrangimento para o dono do banquete que deverá pedir que ceda o lugar para outro convidado e para si mesmo que deverá descer para um lugar de menor destaque.

O dono da casa que estiver preocupado com o lugar que ele mesmo ocupará no grande banquete que Deus oferecerá a aqueles que se salvarão, ao oferecer um banquete, convidará pessoas que não podem retribuir durante esta vida em vista da retribuição que receberá de Deus: 13 Quando deres um jantar, chama os pobres, os aleijados, os coxos e cegos. 14 Então serás feliz, pois estes não têm com que pagar. Receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc.14,13-14). O fariseu que convidou Jesus e os apóstolos certamente não esperava nenhuma retribuição por parte deles. Portanto, em parte, ele tinha méritos por ter convidado alguns dos quais não esperava nenhuma retribuição.

Por outro lado, ao nos solidarizarmos com os necessitados, devemos sempre lembrar que os pobres têm alma. Ao ajudar uma pessoa, exceto em caso de emergência, quando a falta de socorro imediato pode levar a vítima à morte, devemos priorizar a salvação da alma. De nada adianta tirar uma pessoa da pobreza e deixá-la ir para o inferno. As pessoas ajudadas por nós que se salvarem estarão conosco no céu por toda a eternidade. Aqueles que, apesar de beneficiados pela nossa ajuda, se condenarem nos odiarão durante toda a eternidade. É muito mais importante transformar um bode ou uma cabra magros em um cordeiro ou uma ovelha magros do que engordar um bode ou uma cabra e deixá-los ir para o inferno. O sofrimento, durante esta vida, por mais intenso que for, é infinitamente inferior ao sofrimento que padecem os condenados no inferno.

Código : domin854

Ângelo José Busnardo

e-mail : ajbusnardo@gmail.com

Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 28/08/2013
Código do texto: T4455815
Classificação de conteúdo: seguro