FILOSOFIA ESPIRITA
Os filósofos da Antiguidade foram os precursores da filosofia espírita, portanto esta possui suas ramificações nas tradições do passado; situa-se dentro do conceito de seus grandes pensadores, teóricos que procuravam conceituar aquilo que significava a essência das coisas. Enfim, ambas buscam a aproximação com a verdade, através do uso da razão, do bom senso, da visão crítica, referendado por um método cientifico, reflexionando a respeito do problema do Ser. Como tudo segue a lei do progresso, o próprio caminhar da evolução do pensamento humano não fugiu a esta regra. Uma visão ampliada da história deste exercício nos dá, na linha do tempo, o desenrolar desta evolução. Os primeiros filósofos admitiam a dualidade essência(espírito)/matéria na representação humana, a preexistência e a imortalidade da alma. Seguindo esta linha de raciocínio outros ampliaram estes conceitos, formalizando teorias na tentativa de aproximação com esta realidade. Jesus, o filósofos dos filósofos, afirmava que muito ainda nos seria revelado bastando para isso as condições de suportarmos a profundidade destas revelações. Evoluíram as Ciências, as Artes, a Medicina, e tantos outros setores da vida material que seria o suporte, o anteparo para uma compreensão apropriada do mundo espiritual, e com a filosofia se deu o mesmo, inicialmente com a explicação teológica, chegando à modernidade com o empirismo e o racionalismo. O aspecto mais substancial da doutrina espírita encontra-se em sua ramificação filosófica, pois imprime à criatura humana sua presença no mundo sob a perspectiva espiritual. Encontra aquilo que todas as outras formas de pensar durante todos os tempos, por todas as correntes filosóficas não conseguiram: a comprovação da essência espiritual que perdura, prevalece, seguindo a evolução própria da lei. E é nisto que eu me apego prá fazer este contraponto comigo mesmo: Filosofar seria ampliar a visão, o raciocínio, a mente, num exercício constante de se chegar a àlgum lugar e partir dali retomar a caminhada ou melhor, dizendo buscar respostas prás infinitas inquietações existenciais, na ampliação e na aproximação com aquilo de total transcendência. A doutrina espírita em sua filosofia praticamente me oferece esta resposta definitivamente relacionada a esta essência, a esta busca, se bem que minha feliz insatisfação me proporciona ainda várias incursões junto às dúvidas, e deve ser assim o espírito questionador, insatisfeito com aquilo que lhe é colocado como verdade absoluta. Naturalmente que existem outras de grande monta, mas estudando toda a obra literária espírita, as respostas pretendidas são satisfeitas, e isto perde um pouco a conotação de uma prática filosófica tradicional em que o “ato de filosofar e o ato de viver são inseparáveis (Sócrates), o que me obriga a reconhecer que a minha atitude filosófica só passa a fazer sentido e iniciar-se quando eu admitir que como o próprio filósofo afirmava: “Só sei que nada sei”.
Um tema tão instigante como este, jamais poderá se esgotar a tentativa de investigá-lo sob várias perspectivas de análise, obviamente sem confrontos, defesas pragmáticas de verdades, enfim retomar reflexões quanto inclusive ao futuro do espiritismo pois, como é do conhecimento de todos aqueles que militam no movimento as influências sofridas por outras práticas que se amalgamam, como um verdadeiro sincretismo, alterando sua pureza doutrinária. Não se trata de criar uma couraça, uma blindagem nos postulados já sedimentados, mas discutir a descaracterização provocada por esta interferência, que vai aos poucos se "naturalizando" abrindo brechas para um total desinteresse pelo estudo sistemático daqueles que ainda não tiveram o primeiro contato com a Doutrina. E isto compromete inclusive um dos tripés de sustentação doutrinária que é a sua filosofia, esta sim deve ser levada em consideração como a sua vertente mais substancial, e ela esta intrìnsicamente relacionada com a tarefa de transformação da criatura humana, com seus erros históricos, com seus conceitos antigos, retrógrados, enfim a ponte que levará o Ser à perfeição relativa através da educação do Espírito. Imagino nesta altura da discussão a dificuldade de aceitação da filosofia espirita como parte integrante da filosofia tradicional pelo tanto de preconceito que ela ainda se vê submetida, (por total falta de conhecimento naturalmente)porem como devemos interpretar os fatos sempre como um processo evolutivo a solução é dar tempo ao tempo, razão esta que não inviabiliza à nossa responsabilidade enquanto militantes de realizar a sua divulgação, claro sem inconveniências, como agentes intermediários caridosamente colaborando, defendendo seus postulados e sua pureza doutrinária. Ao se perguntar ao Espírito quais os três entraves à evolução humana obteve Kardec como resposta: O egoismo, a vaidade, o orgulho....impecilhos que fomentam o desentendimento, a falta de caridade, os descaminhos, a desorientação, a deseducação, aquilo tudo que Jesus, O Mestre dos Mestres, com sua pregação divina, com a Luz de suas palavras, sua exemplificação, vem nos chamando a atenção por tantos séculos.