ÈBÓ (SACRIFÍCIO)

ÈBÓ (SACRIFÍCIO)

A vida diária de um ser humano esta cheia de "sacrifícios." Para obter algo

sempre exige levados sacrifícios, primeiro para receber a pessoa têm que dar algo em troca. A vida é uma troca. Você almeja, trabalha e recebe. Por exemplo: se uma pessoa precisa de dinheiro, ela terá que fazer um investimento, esse investimento será um pouco de dinheiro para obter algo mediante sua capacidade intelectual ou terá que estudar muito para ter uma carreira e ser bem remunerado, o que significa muita dedicação e tempo, que poderia ser utilizado em numa diversão, ou em outra coisa qualquer.

Se uma pessoa deseja uma casa própria ela terá que pagar uma soma considerável, muito mais que uma pessoa que aluga, por sua vez terá que cuidar da casa e fazer suas manutenções. Mas ao fim ela viverá numa propriedade a caso de emergência que lhe traria bastante dividas deixando de suprir outras necessidades, investir em algum negócio, enquanto no outro caso não terá as preocupações do primeiro. Mas terá lançado seu dinheiro na “lata de lixo”. A mesma coisa acontece no caso de ter um ou mais filhos. Já quem não os tem, não terá preocupações nenhuma com custos adicionais, mas não terá auxilio na sua velhice. Para ter um auxilio na velhice você terá que acrificar tempo e dinheiro, mas no final desfrutará do respaldo familiar...

Resumindo: para você obter terá que sacrificar, isso será tempo, algum dinheiro, saúde, tranqüilidade, etc.Como diz o ditado “O destino de uma pessoa é conclusivo”, seu Ori poderá evitar ou superar todos os obstáculos existentes, aumentando ou reduzindo os graus de conseqüências que lhe acompanha. Poderá variar o espaço de tempo em vitórias ou derrotas, e os fracassos poderiam ser suavizados se tivesse um bom Ori, através da harmonia e compreensão, entendimento e sabedoria, caso contrário levará uma vida de infelicidade e muita frustração.Para ter um bom Ori com prosperidade em seu destino, a este não somente deverá fazer sacrifícios que foram mencionados anteriormente, ainda teria que fazer sacrifícios espirituais, quando teria à sua própria escolha auxiliares repartindo seus sacrifícios com um Orisha e o Ancestral, assim como também apoiar-se na obediência dos tabus e proibições que eles determinam. Para realizar este tipo de sacrifício dependerá do grau de complexidade do destino indicado. Com os sacrifícios para as Divindades e Ancestrais, bem poderíamos evitar esses tipos de problemas que fiz referências, superando assim os obstáculos e obtendo assim maiores benefícios de mais durabilidade a curto prazo.

Esses sacrifícios religiosos basicamente são chamados de EBO. Existem vários tipos de Ebó, mas suas composições só são obtidas através do Oráculo-Ifa e considerável conhecimento. Na maioria das vezes todos os Ebo entregues a Eshù são dedicados exclusivamente à Olorun (Deus), exceto aqueles Ebò quotidianos executados diretamente para Èshù, Orisa’s e Ancestrais, mas Olorun é quem recebe a maior parte desses Ebò (sacrifícios). Já quando um Ebò é executado diretamente no Ori, este tem a função de conexão com Olorun sem qualquer necessidade de intercessor, assim propiciando naturalmente o alinhamento do Ori com seu próprio Destino, numa conexão direta com sua origem Olorun (Deus). Quando o Sacrifício é realizado, o nosso Criador libera uma força peculiar que é chamada de Orisha (um tipo de auxiliar), algumas vezes há necessidade de acionar os Antepassados da pessoa, a fim de propiciar ajuda no seu Destino de um individuo. Portanto tudo isso é feito exclusivamente através do seu próprio Ori, que nada mais é que uma personificação viva do próprio Olorun (Deus), dessa forma se faz culto direto ao próprio Olorun chamado também de Eleda (Deus o Criador...).

Através do Ebò (sacrifício = meio de sobrevivência) podemos alterar os estágios de tempo do Destino. Como? Peguemos este exemplo:

Uma mulher X teria um destino composto assim; após nascer, sua vida transcorre sem nenhum tipo de problemas até que aos 18 anos ela quebra sua perna, casa-se aos 25, se divorcia, se casa novamente aos 40 e se divorcia três anos mais tarde, se resolve a casar novamente aos 50 anos. Mas tarde aos 80 anos ganha na loteria. Ela resolveu ir até um sacerdote para consultar o Oráculo e perguntou o que fazer? Os Odu disseram; deveria fazer sacrifícios. Se fizesse seus sacrifícios prescritos, tudo seria diferente adiando os problemas e antecipando os benefícios. Ou seja, aos 18 anos sua perna não se quebraria, isso seria adiado para mais, inclusive poderia ser suavizado até mesmo a um simples deslocamento, mas de qualquer forma isso aconteceria de qualquer maneira,até porque um destino pode ser adiado ou amenizado consideravelmente, mas jamais apagado (lembrem-se do material sobre ori e a escolha dele feita por nós no orun!). Então a mulher X não ganharia na loteria aos 80, o que aconteceria aos 30 anos, claro, se isso não estivesse em seu destino ela não ganharia nada. Veja bem, que é só por meio de Ebo que a pessoa pode apressar (adiantar) para obter alguma coisa boa na vida. A primeira coisa seria procurar um Sacerdote, pois é para isso que eles existem.

Têm coisas que não pode ser forçosamente integradas ao Destino, e isso é uma coisa que devia ser explicado de forma bem clara aos adeptos da religião, a fim de evitarfrustrações de desejos e caprichos em questões e ainda aquelas coisas que não se encontram inclusas em seu Destino.Neste caso citado acima, a mulher teve em seu destino três casamentos, que em parte seria inalterável, se ela pudesse diminuir o espaço e perda de tempo; ela se casaria aos 25, e se divorciaria no mesmo ano, ela se casaria aos 26, e se divorciaria aos 27 e alcançaria a felicidade conferida no terceiro matrimônio aos 27 anos, uma boa diferença, ou talvez pudesse ainda diminuir as duas fases de fracasso a dois simples namoros bem rápidos antes de chegar ao terceiro casamento sério e permanente. Então, valeria a pena executar os sacrifícios ao seu Ori/Orisa e Ancestrais em vez de suportar os sofrimentos, frustrações e lamentações. A forma de diferenciar os sacrifícios rituais, estes se definem em termo Yoruba como Ebó, Adimu e Oogun. Ebó são os sacrifícios que incluem animais e outros apetrechos, enquanto que Adimu são oferendas adicionais após Irubò (sacrifício animal), ou primeira oferenda de forma única, como uma simples ofenda, já Etutu é um tipo de Sacrifício com finalidade de apaziguar as forças primitivas ou espíritos dos antepassados. Sacrifício nos Tempos Remotos Dentre os vários assuntos já muito discutidos, temos os ritos que envolvem os sacrifícios animais praticados habitualmente em nossos Rituais. Inicialmente gostaríamos de relatar que presenciamos regularmente em uma avícola o absurdo que é praticado para matar as "galinhas" que são consumidas com a maior naturalidade e desrespeito pelos clientes assíduos daquele comércio. Existem naquele local alguns cones de aço inox, posicionados em fila indiana, sobre um aparador também de aço inox. No pescoço das aves, próximo à cabeça, é feito um corte com faca e o animal é enfiado de cabeça para baixo no cone, onde se debaterá por vários minutos até que todo o seu sangue tenha escorrido para dentro do "aparador", provocando-lhe a morte. A população não vê esse método de abate como "aterrorizante", provocando extremo sofrimento aos animais até que cheguem à morte. Excluídas as vezes em que a grande clientela não deseja esperar muito tempo e os animais são colocados, ainda vivos, em um caldeirão com água fervente a fim de que lhe sejam extraídas as penas mais rapidamente. Este é um aspecto "comercial" onde poucos sentem dó ou reclamam desta forma ainda medieval, portanto cruel, de abate em avícolas. Os Cristãos, Católicos e Protestantes, são os que mais repudiam o nosso sacrifício animal. Eles deveriam estudar mais o seu Antigo Testamento, em específico o "Levítico", onde os sacrifícios, não só de animais, são relatados.

O Livro "The Lion Handbook to the Bible", Lion Publishing – England Herts – 1973 de autoria de David e Pat Alexander, relata que o Levítico é o código das leis dadas por Deus a seu povo através de Moisés no Sinai. "As cerimônias e outros ritos e normas não eram um fim em si mesmas. A oferta do sacrifício dia após dia, ano após ano, a recordação anual do dia da expiação recordavam constantemente a Israel o pecado que o separava da presença de Deus. Os israelitas infringiam a aliança com ele desobedecendo as suas leis e estavam condenados à morte. Mas Deus, na sua misericórdia, mostrou-lhes que haveria de aceitar um sucedâneo, a saber, a morte de um animal perfeito e inocente, em lugar da vida do pecador. Suas leis mostram que Deus age em harmonia com as leis naturais para o bem do povo.", escreve o autor.

Levítico 1-7 – Os Sacrifícios

1 - O Holocausto (capítulo 1 e 6,1-6) único sacrifício em que se queima o animal todo,um sinal de consagração.

2 - Oferta de cereais ou de farinhas (capítulo 2 e 6, 7-11) acompanhava muitas vezes o holocausto e o sacrifício de comunhão (item 1 acima).

3 - O sacrifício da comunhão (capítulo 3 e 7, 11-36)

4 - O sacrifício do pecado (4,1-5,13 e 6, 17-23)

5 – O sacrifício da reparação ( 5,14-26 e 7, 1-10)

O Fiel trazia sua oferta (um animal sem defeito físico tirado da própria manada ou rebanho ou, no caso do povo pobre, rolas ou pombos) até o pátio diante do tabernáculo. Colocava a mão sobre ele para significar que o animal o representava e depois o imolava (sacrificava). Se o sacrifício era público o Sacerdote era quem realizava essa operação. O Sacerdote tomava a bacia com o sangue e com ele espargia no altar, queimando a seguir algumas partes específicas do animal que continham determinadas

porções de gordura. O que restava era consumido pelos Sacerdotes e suas famílias ou ainda pelo Sacerdote junto com os ofertantes.

Os sacrifícios exprimiam a gratidão do indivíduo pela bondade de Deus, ou eram simplesmente manifestações espontâneas de devoção e homenagem. O sacrifício pelo pecado e o sacrifício da reparação (Levítico 4-5, 26) referem-se às transgressões contra a lei de Deus ou situação em que foi cometida uma falta contra o próximo, porém ambos demonstram a exigência de enfrentar o pecado pelo uso do sangue.

O Sacerdote como representante de Deus tinha a função de declarar se o fiel e sua oferta eram aceitos ou rejeitados por Deus. A prática do sacrifício animal remonta ao início das relações entre Deus e os homens (Gênesis 4,4) e no Novo Testamento explica a morte de Jesus (Hebreus 9,11). O Levítico 17,11 diz que o sacrifício é algo dado por Deus ao Homem. A pessoa que leva a oferta apodera-se da vida do sangue animal sacrificado e pode doá-la a Deus, injetando nova vida nas suas relações com Deus, revitalizando o seu dia a dia.Por que devemos ficar aqui citando longamente as Escrituras Sagradas Judaicas e Cristãs se nosso objetivo é a Religião Ifá/Òrìsà? Este é um pequeno espaço para a dignificação da Religião Ifá/Òrìsà, tão agredida pelas Doutrinas Cristãs, principalmente pelos Protestantes. Então, cabe-nos o direito de mostrar quão hipócritas são aqueles que nos agridem e nos repudiam com bases em seus Livros Sagrados, que mostram largamente a pratica de ritos idênticos aos nossos e com a mesma simbologia.

Então dirão os Umbandistas assim como os Cristãos:

_ Nós abolimos esses ritos!

_E respondemos à altura:

_ A Religião de Òrìsà é extremamente tradicionalista e não muda sua liturgia com fins

hipócritas, somente para agradar a visão leiga dos fiéis na tentativa de obter fins lucrativos. O que era feito há 10.000 anos é mantido até hoje por nós,

mas não com uma conotação diabólica como desejam nos impor usando uma mídia já desgastada. Hoje o Homem é culto, busca se informar e encontrará a verdade relativa ao nosso mundo religioso.O culto de Òrìsà nunca esteve envolto ao mundo da Magia Negra, ao baixo astral, ao Satanismo ou muito menos ligado aos demônios somente porque realizamos em nossos ritos o sacrifício animal. Nós pregamos os ensinamentos de Ifá que são puros em

sua essência, não ficamos pregando mais os atos dos demônios do que a palavra de Deus tirada de livros sagrados de autoria duvidosa. Nossa doutrina religiosa foi mantida pela boa vontade do Homem fiel e temente a Deus, mantendo todos os nossos conhecimentos na memória e transmitindo-os pela oralidade através dos Ésè e Ítòn-Ifá.

Não temos livros sagrados adaptados a cada momento da história em decorrência das necessidades das instituições religiosas. Não expulsamos demônios em forma de "teatro" para enganar pobres coitados crédulos dizimistas que acreditam nas encenações de atores bem pagos para se contorcerem em público ou darem testemunhos suspeitos, sempre idênticos, sem provas. Não "amarramos" espíritos ruins em nome de Deus.

O que desejamos é somente poder expor que nossa Religião, a Religião de Òrìsà, tem como objetivo Re-ligar o Homem a Deus através da manutenção de ritos tradicionalistas; através de uma hierarquia rígida mantida entre os seguidores e Iniciados; através da exigência de uma conduta honrada e moral dentro das verdadeiras

Awon-Ègbé (Sociedades de Culto). Desejamos mostrar com clareza que nossos verdadeiros Sacerdotes são homens sábios, estudiosos e perseverantes na suareligiosidade, tudo isso com base em uma filosofia mitológica milenar. Qualquer outra versão não tem sustentação real, tratando-se de invencionismo de muitos que pretendem impressionar ou lucrar em benefício próprio usando o nome dos Òrìsà Yorùbá. Se fazemos sacrifícios é porque somos autorizados por Deus, conforme também era praticado em Israel. Não podemos esquecer que nas mesquitas, anualmente,até os nossos dias, é sacrificado um cordeiro para Alláh (Deus). Mas ninguém gosta deagredir o Islã. E sabemos muito bem o porquê ! Èjè (sangue) é vida, todos nós aprendemos isso nos templos verdadeiramente

consagrados aos Òrìsà. Tiradas as partes sagradas dos animais que são ofertadas às Divindades, o restante é consumido pelos ofertantes. Não há desperdício nas Ilé Òrìsà, em respeito à natureza, conforme nos determinam as Divindades. Os animais ofertados não podem sofrer ao serem imolados, conforme nos determina o Òrìsà Ògún Olóòbe, a Força proprietária da Faca.

O ritual é cercado do máximo respeito seguido de procedimentos de abstinência, onde a pureza e a limpeza espiritual e orgânica dos presentes é exigida com rigor para que eles possam participar desse tipo de oferenda e só aos Iniciados devidamente preparados por anos, cabe exercer o ato de imolar o animal. Isso não cabe a qualquer pessoa despreparada. Há uma liturgia a ser seguida a risca em detalhes, onde o omi (a água), epo pupa (azeite de dendê), wuara (o leite), oyin (o mel), iyò (o sal), otí (a aguardente), ataare (a pimenta) são orados e encantados recebendo pela palavra propriedades mágicas, para poderem ser ofertados às Divindades como símbolos de doçura, progresso, prosperidade, fartura, fertilidade, alegrias e paz afim de que essas bênçãos sejam retribuídas a todos em troca da oferta. Sem que nunca se esqueça de ofertar para Onílè (a terra) sua parte, pois é ela quem sustenta os nossos pés. Esta frase metafórica Yorùbá nos ensina que é a Mãe Natureza quem nos permite mais uma reencarnação na Àiyé (na Terra) e por isso devemos mostrar nossa gratidão a ela durante os ritos de oferendas.

Só pode ver maldade em uma ritualística dessa quem é mal no mais profundo de sua essência intima, no próprio caráter ou pelo desconhecimento, acabando por julgar sem saber o que verdadeiramente está sendo realizado num ritual em nome de Deus.Pois graças a esse Deus universal, Elédùmarè, nós não fazemos apologia aos demônios, pois os desconhecemos na nossa cultura religiosa. Para a Cultura Religiosa Yorùbá Deus não "permitiria que os Anjos Caíssem". Quem faz mal aos homens é o próprio Homem! A Religião Animista Ifá/Òrìsà não deseja ser melhor que as outras Religiões. Deseja somente ser respeitada, assim como sabe respeitar. Desejamos somente que as pessoas possam cumprir seu papel em mais uma passagem pela Vida no Àiyé com auxílio dos ensinamentos de Ifá. Desejamos somente crescer nas experiências de viver. Desejamos poder aprender a conviver num mesmo espaço físico com os outros homens, porque o nosso espírito não tem para onde evoluir já que o Homem é um deus-finito. Evoluir o espírito do Homem seria tentar superar a Deus, pois o nosso espírito foi criado de Deus, portanto somos partículas divinas. Já fomos criados sendo deuses. Tudo o que necessitamos já recebemos de Deus no momento da Criação, só temos que aprender a usar o que nos foi dado por Ele.

As variedades de Ebó:

Ebo Etutu: sacrifício propiciatório de purificação para os falecidos ou um Orisa no período de iniciação. (carregado de elementos)

Ebo Iyònu: Sacrifício para transformar a Raiva, Ódio em Afeição ou obter os favores de um Orisa ou Ancestral.

Ebó-Ipinodu: Sacrifício de alinhamento do Ori com o Odu pessoal.

Ebori; Sacrifício para Ori.

Ebó-Eledá: Sacrificio de alinha mento e conexão direta com Deus (criador).

Ebo Alafia: Oferecimento de tranqüilidade.

Ebo Omisi: Banho de Expurgação com elementos adequados.

Ebó Omi-Eró: Banho propiciatório de apaziguamento.

Ebo Idamewa: Oferecimento de dízimos ou beneficência (voluntaria), também inclui comidas e banquetes.

Ebo Itasile: Oferecimentos com petições e libações cerimoniais para os Orisa ou Eegun

Epo Ópé: Oferecimento de Ações de Graças ou Agradecimento com toques de Ilú (tambores), oferendas de Adimu’s e festividade para Ori/Orisha.

Ebo Oresisun ou Sisun: Sacrifício ao fogo. A destruição do sacrifício por fogo

constitui a separação de um estado passado para uma dimensão futura.

Ebo-Fifí: Sacrifício às ondas. Situação semelhante ao prévio com o elemento Água.

Ebo Ese: Sacrifício para quem cometeu um pecado, quer dizer desobediências, quebra de tabu.

Ebo Eni: Sacrifício de esteira.

Ebo Ate, Ebo katerun ou Ebo Atepon: Ebo realizado somente pelo Awo de orunmila.

Ebo Epile: Sacrifício de fundação, na finalidade de estruturar um Ile Ifá/Orisa, umacasa residencial ou comercio.

Ebo Todara; Sacrifício bem elaborado de forma bem arrumada e ornamentada, muitobonito e agradável aos olhos, para fins de abundancia e sucesso.

Ebó P’ajé: Sacrifício específico para neutralizar Bruxaria agressiva, Feitiços de

amarração feitos por mulher feiticeira.

Ebò Epepa: Sacrifício para neutralizar pragas (maldições).

Ebó nifé; Sacrifício para união e harmonia no matrimonio, geralmente é executado com micro incisões no Ori de ambos interessados.

Ebo Awedo; Sacrifício de purificação nas águas de um rio bem limpo.

Ebo Ikuda: Sacrifício para tirar uma pessoa das mãos da Morte (Iku).

Ebo Agberepota: Sacrifício de proteção contra perversidades de Inimigos físicos ou sobrenaturais.

Ebo Aségbe; Sacrifício de proteção pessoal.

Ebo Itá; Sacrifício executado para Ogun e Osanyin no terceiro dia após uma iniciação de Yawo.

Ebò Ìrán; Sacrifício de defesa e ataque.

Ebò Èró Elegun; Sacrifício para acalmar alguém possuído por Orisa.

Ebo Dìde Abiku; Sacrifício para manter um Abiku na Terra (vivo)

Ebò Tabi Ajé; Sacrifício para se tornar uma Iyami.

Ebò Nidosù; Sacrifício pra tornar pessoa um iniciado em Orisa.

Ebò Àwúre; Sacrifício para benefícios.

Ebo Ajeru; Sacrifício para conseguir melhorar as finanças.

Ebo Owonini; Sacrifício para atrair dinheiro.

Ebo Arimolé owo; Sacrifício enterrado para atrair dinheiro.

Ebo Afòran; Sacrifício pra escapar de processos na justiça.

Ebò Isègun Òta; Sacrifício pra vencer Inimigos.

Ebò Ìféran; Sacrifício para conquistar Amizade, atrair Amor, Afeição.

Ebò Irogun; Sacrifício para evitar Confusão, Guerras, Desordem.

Ebò Ayekuro; Sacrifício pra acabar com Azar.

Ebo Awórò; Sacrifício para chamar fregueses.

Ebò Ìfa Ènìyàn; Sacrifício para atrair clientes.

Ebo Ìtaja; Sacrifício para ter sucesso nas vendas em comercio.

Ebo Omobi; Sacrifício para obter fertilidade e filho.

Ebò Ipélaye; Sacrifício para longevidade.

Ebò Ajodarà; Sacrifício para ter Boa viagem.

Ebó-Gbéré; Sacrifício de Incisões para penetração do Ashé ou para proteção.

E ainda há muitos outros...

IFÀ diz:

“O JEKI YIGBI OTA LO OMI, JEKI YIGBI OTA LO OMI, O JEKI JEKI AGBADO OGUN MAA A DIFA FUN AJALO OLOFIN”;

“Permita-me, ser forte como a pedra, permita-me ser necessário como a água, permita-me crescer e ser resistente como o milho, permita-me! Foi o enigma profetizado para Olofin”.

Ifá diz que Olofin pôs uma pedra, um pouco D’água e milho diante de diferentes Sacerdotes como enigma do seu desejo e único sacerdote que desvendou este enigma foi Orunmila, dizendo que a pedra significava a força, a água a necessidade que todos nós temos dela (vida) e o milho é a rapidez de vê a colheita em três meses (rapidamente).

E por isso que para realizar um Ebo é preciso de certos elementos a modo

imaginativo que identificam o problema do indivíduo. Realizando a consulta, Ifá mostra o destino (Odu) da pessoa e o sacrifício (Èbó) para ser realizado a fim de melhorar a situação ou evitar o perigo.

Abaixo tem um Ebo Iyónu (descrito em linhas gerais, não é uma formula para ser usada) habitual contra Ódio, Raiva, Ira e Vingança, compõem-se de:

Ewe-Afere (Folha do amor e bondade)

Ewe Rinrin (Folha intensamente úmida)

Ewe Odunkun (Folha cheia de intensamente doçura)

Ewe-Ódundun (Folha de muita doçura)

Osun-dudu (carvão em Pó para transformação e conservação)

Eiyele (Ave da amizade, ternura e tranqüilidade)

Ovelha (animal de placidez e submissão)

Igbin (Molusco de atenuação, passividade, consolação, resfriamento e união)

Oka Baba (canjica bem cozida símbolo de desenvolvimento com alegria e rapidez sem dificuldade)

Epo (Óleo que propicia o abrandamento, suavidade e placidez)

Oyin (Mel que atrai doçura intensamente, consideração, paciência), elementos que formam o sistema sutil ou de semelhança ao que se deseja.

Esta Raiva, através de seguidas orações específicas e modificações orais

ocasionaram uma energia que formam a alquimia para alcançar e transformar essa energia um total afeto.

No momento da realização de um Ebo são necessários os 4 elementos: Omi-tutu (água fresca), o Abela ou Itaná (lamparina ou fogueira como elemento fogo), Oberò ou Awogida (vasilhame de terra), Pó de Efun ou outros elementos brancos que simbolizam o Ar, apesar dos elementos Terra e Ar, já estarem sempre presentes através da própria natureza.

Nós já tínhamos observado dentro da articulação de Èsu que cada Orisha está

intrinsecamente ligado pelo próprio Esù. No Odu Ogbewanle (Ogbe-Owonrin), Eshù faz um pacto com Orunmila em que um Okuta especifico deve ser lavado com uma folha especifica que determina o desejo de Èshù para conceder a petição. O Ebo então estaria definindo o três Reinos: Vegetal (com as folhas), Animal (com aves, quadrúpedes e molusco) e Mineral (com a pedra sagrada).

No odu Ofun, Ifá constitui e classifica de um modo geral o uso das Ewe para as situações diferentes e nós podemos entender isso deste modo:

• As Folhas de Tonalidades brancas ou verde claro, como também flores

brancas eles são para obter benefícios monetários.

• As Folhas Trepadeiras por se alastrarem e escalarem os obstáculos são para obter produtividade e abundância em várias áreas.

• As Folhas Pegajosas ou que agarram nas roupas ou na pele são para atração de melhoria financeira e magia de união.

• As Folhas Espinhosas são para vencer dificuldades, conflitos e evitar perdas em qualquer situação.

• As árvores produtivas Centenárias, por durarem muitos anos: É para a saúde e resistência e longevidade.

No caso dos sacrifícios maiores como por exemplo, o Irubò para alinhamento do Ori com Olorun e conexão com o Orisa guardião da pessoa, as Ewe serão diversificadas seguindo a estrutura dos 4 elementos:

Ewe Iná (fogo) folhas urticantes.

Ewe Oye (ar) plantas de troncos bem altos ou parasitas no alto das copas.

Ewe Omi (água), plantas com grande quantidade de água.

Ewe Ilé (terrestres) plantas rasteiras, crespas, resistentes e lustrosas.

Gamo de Sangô