O ÚTERO DE MARIA

João 1,14

Todas as vezes que o meu pensamento se volta para Maria, ecoam as palavras de João: “E o verbo se fez carne...” E a Palavra de Deus encarnou-se exatamente no momento da Anunciação quando ao anúncio do anjo Maria exclamou: “Eis a escrava do Senhor!” À primeira vista nos parece um grande paradoxo; porém, é fazendo-se escrava que ela se torna livre, absolutamente livre para gerar o Redentor. Palavras que mudaram a História do mundo e dos homens.

Deus poderia ter concretizado o seu desígnio de outra forma, enviando diretamente o seu Filho para armar sua tenda no meio de nós; mas se assim fosse a nossa carne jamais poderia ser redimida, porque Deus é espírito e o espírito não redime a carne. Deus encarnou-se. Fez-se carne no útero de Maria. Tomou a nossa carne e o nosso sangue pela ação do Espírito Santo. E aí se vislumbra uma coisa linda! Maria, por ter sido fecundada pelo Espírito que gera a Vida, oferece o seu corpo a Deus e a carne de Jesus passa a ser a carne de Maria, o sangue de Jesus passa a ser o sangue de Maria, o genoma (constituição genética) de Jesus passa a ser o genoma de Maria. E o útero da Mãe acolhe, abriga, protege o Criador das estrelas e dos mundos, porque é chegada a plenitude dos tempos.

Os nove meses normais são decorridos e na noite de Natal, na cidade de Belém de Judá, cidade do Rei Davi, Maria dá à luz o Rei dos Reis.

Certa vez ouvi uma pregação da Madre Kelly Patrícia, onde ela acentuava algo novo, algo que nunca havia passado pela minha alma nem pelo meu coração, mas que caiu como semente, germinou e está produzindo frutos. Naquela ocasião foram estas as suas palavras: “Durante cada Celebração Eucarística o Verbo de Deus se FAZ carne”. Cada partícula consagrada pelo sacerdote durante a missa é a Carne de Jesus. Sendo assim, em Maria, o Verbo se FEZ carne; em cada missa o verbo se FAZ carne. Por isso é que a Missa torna-se a Oração Perfeita. Visto que nela está contido todo o mistério da nossa redenção: Encarnação, Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.

Um pouco acima eu dizia e repito agora, que em Maria o Verbo se fez carne e foi acolhido “no regaço acolhedor de sua Mãe”. E na missa quando o Verbo se faz carne?

O útero de Maria se perpetua pelos séculos e adentra pela eternidade como Sacrário da Vida. Quando o Verbo se faz carne necessita também de um útero; não mais o útero da Mãe que se encontra de corpo e alma no céu, como Rainha dos anjos e dos santos. Existe um.

Quando você entra em qualquer igreja católica, lá ele está. Dourado, prateado, às vezes velado, todavia um sinal visível da presença de Nossa Senhora no meio do seu povo, no meio da Igreja da qual é a Mãe por excelência.

O Sacrário das igrejas de todo o mundo e de todos os tempos é o útero que dá abrigo à carne de Jesus, a Jesus na sua corporeidade e divindade. E quando no momento da Comunhão o sacerdote dirige-se até ele e abre a sua pequena porta

na presença daquela luzinha vermelha, é a Mãe que dá à luz o seu Filho, por inteiro, a cada um de nós, agora num parto incruento, num parto sem dor. Luzinha acesa dia e noite que na linguagem de sua cor nos diz: “Pare! Contemple este útero. Jesus está aqui. Prisioneiro dos Sacrários do mundo, por causa de você”. Bendito útero! Bendito ostensório - útero exposto de Maria nos momentos de Adoração Eucarística – que se despe no amor para nos revelar “o Fruto Bendito do seu ventre”.

Aos pés de Jesus e pelas mãos de Maria, aprendamos a ser verdadeiros adoradores da Sagrada Face!

ALMacêdo

Antonio Luiz Macêdo
Enviado por Antonio Luiz Macêdo em 17/07/2013
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