MARCOS 1:9-13

Paulo Sergio Larios

9-E aconteceu naqueles dias que Jesus, tendo ido de Nazaré da Galiléia, foi batizado por João, no Jordão.

10-E, logo que saiu da água, viu os céus abertos, e o Espírito, que como pomba descia sobre ele.

11-E ouviu-se uma voz dos céus, que dizia: Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo.

12-E logo o Espírito o impeliu para o deserto.

13-E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.

INTRODUÇÃO

Essa passagem de Marcos 1 nos mostra 4 situações:

1. O APARECIMENTO DO MESSIAS (verso 9)

2. A UNÇÃO DO MESSIAS (verso 10)

3. A CONFIRMAÇÃO DIVINA DO MESSIAS (verso 11)

4. A TENTAÇÃO DO MESSIAS (verso 12-13)

I - A CHEGADA DO MESSIAS

2 PARADOXOS

Um parardoxo é algo contrário ao comum. O primeiro paradoxo que vemos é que Jesus veio de Nazaré da Galiléia, sendo que as pessoas estavam vindo da Judéia e de Jerusalém, ou seja do centro espiritual, do Templo, ou daquela direção e Jesus veio de outra localidade. Tanto é que até um dos seus futuros discípulos não acreditou: “Disse-lhe Natanael: Pode vir alguma coisa boa de Nazaré? Disse-lhe Filipe: Vem, e vê.” (João 1:46)

O segundo paradoxo que vemos no texto é que Jesus foi batizado por João Batista.

O próprio João havia dito que Jesus batizaria por um batismo superior, de outra ordem. Mas Jesus veio para ser batizado por ele: João, que havia dito que não era digno de abaixando dessamarrar a correia das sandálias de Jesus. (Mc 1:7)

Mateus 3:13-15 diz assim: “Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu.”

· Jesus não foi batizado pelo arrependimento de pecados – Ele não cometeu nenhum pecado!

· Jesus foi batizado para cumprir toda a justiça – todo requerimento legal de Deus.

· Deus havia ordenado o batismo de arrependimento – era necessário que Jesus obedecesse a todo mandato de Deus!

II – A UNÇÃO DO MESSIAS

Assim como os reis e sacerdotes eram ungidos com óleo para começarem a ministrar, Jesus foi ungido com o Espírito! O óleo da unção era simbolo do Espírito Santo a ser derramado em reis, profetas e sacerdotes no Antigo Testamento, mas no caso do Messias e posteriormente na Igreja, não há mais simbolos, mas agora temos a realidade e a doutrina de que temos o Espírito em nós. Entendemos muito mais hoje do que os antigos.

Devemos entender que toda unção é especifica para algo. No batismo de Jesus ele iniciava o seu ministério terreno, portanto recebeu a unção de Deus para realizar a sua obra. Ser ungido diretamente com o Espírito Santo significa que Jesus recebeu a unção sem medida e posteriormente a Igreja receberia também.

“Porque aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus; pois não lhe dá Deus o Espírito por medida.” (João 3:34)

“E há de ser que, depois derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos terão sonhos, os vossos jovens terão visões. E também sobre os servos e sobre as servas naqueles dias derramarei o meu Espírito. (Joel 2:28-29)

Mas o que é receber o Espírito Santo sem medida?

“Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.” (João 14:12)

Receber o Espírito Santo sem medida nos capacita a fazer a obra igual a Jesus, e mais, pois Ele nos diz que faremos obra maior do que a que Ele fez na Terra. Nós, a Igreja atual, estamos vivendo na Era mais gloriosa da história biblica, pois essa é a Era da Graça e a manifestação do Espírito é patente. Nós temos a mesma unção dos Apóstolos e a de Cristo, e devemos usá-la para a obra.

III – A CONFIRMAÇÃO DIVINA SOBRE O MESSIAS - A UNÇÃO DO REI

Deus confirma o chamado de Jesus e se revela quando diz: “Tu és o meu Filho amado em quem me comprazo.” ( Mc 1:11) Jesus não apenas de servo, mas é chamado de Filho, o que faz de Deus um Pai e é assim que Jesus ensina no Sermão do Monte: “Pai nosso, que estás nos Céu...”

Deus autoriza o chamado de Jesus e a partir de então ele pode exercer o seu mandato.

“Eu, porém, ungi o meu Rei sobre o meu santo monte de Sião. Proclamarei o decreto: o Senhor me disse: Tu és meu Filho, eu hoje te gerei.” (Salmos 2:6-7)

IV – A TENTAÇÃO DO MESSIAS – OU, A PROVA DO REI

13-E ali esteve no deserto quarenta dias, tentado por Satanás. E vivia entre as feras, e os anjos o serviam.

Em Mateus 4, entendemos bastante sobre a tentação de Jesus no deserto e até sobre como é que Deus permite as nossas provações e como obtemos a vitória. Uma provação prova o corpo, a alma e o espírito humanos.

Jesus esteve no deserto quarenta dias tentado por Satanás, pois Deus não tenta, mas prova. A diferença entre tentação e prova é que a tentação vem para destruir, mas a provação é para ser aprovado. O mundo é tentado e derrotado, pois não tem Deus, mas o crente quando vence a tentação em Deus, prova para o mundo que passou pela prova de Deus e a venceu.

Jesus foi levado pelo Espírito Santo ao deserto, o que siginifica que nem todo deserto é ruim. O fato é que associamos o deserto, ou o período de provações como ruim; será, se nos deixarmos levar e perdermos a peleja, pecando, acreditando mais no Diabo do que em Deus, mas por outro lado o deserto poderá ser um tempo bom, se estivermos em Deus e aprendermos no deserto. Jesus ficou quarenta dias no deserto, jejuando e orando, ao mesmo tempo em que estava sendo tentado, venceu e saiu do deserto, ou do seu período de provações com um ministério ganho em oração e jejum. Jesus saiu do deserto sabendo exatamente o que pregar e como fazer.

É uma pena vermos hoje em dia muitas igrejas que querem vencer a obra com planos humanos e planejamentos equivocados. A maneira biblica continua sendo oração e jejum.

A tentação de Jesus foi muito importante pois ele venceu onde Adão e Israel falharam. As nossas provações são muito importantes, pois precisamos vencer em áreas que estamos falhos e se a mesma provação vem a nós é porque não aprendemos a lição ainda. Existem situações que vem e vão, porque precisamos aprender aquela lição de qualquer jeito. Da próxima vez que voltar uma provação, ou tentação, que você já passou e foi falho, tente fazer agora na total dependência de Deus, da maneira exclusivamente dEle e com Ele. Eu tenho o costume de dizer assim: Se Deus mandar você pular, você pula; se Deus mandar você correr, você corre e a vitória é garantida.

Vivemos num mundo que jaz no maligno, portanto vivemos entre as feras, entre gente que não quer saber de Deus. Feras siginificam que o deserto é lugar perigoso, tenha cuidado. Mas também se diz que os anjos o serviam.

Apesar do deserto, de Satanás, da tentação e da provação, das feras, existe a segurança de Deus, que se manifesta mandando seus anjos e milagres.

Amém!?