Homilia Pe. Ângelo Busnardo- XII Domingo Comum.

XII DOMINGO DO TEMPO COMUM

23 / 06 /2013

Zc.12,10-11;13,1 / Gl.3,26-29 / Lc.9,15-24

Na guerra entre duas nações, aquela que vence também contabilizará muitos mortos. Enquanto a nação vitoriosa comemora a vitória, muitas famílias choram os seus mortos: 11Naquele dia será grande a lamentação em Jerusalém, como a lamentação de Adad-Remom, na planície de Meguidon (Zc.12,11). O sofrimento da perda de membros da família é em parte compensado pela libertação do país. Se, porém, os sobreviventes não usarem a liberdade conseguida com a vitória para restaurar o país e propiciar bem estar para todos, as vidas perdidas na guerra terão morrido em vão.

Com suas pregações e milagres Jesus beneficiou muitas pessoas. Mas enquanto grande parte do povo hebreu apoiava Jesus e o amava, as lideranças religiosas se voltaram contra Ele e decidiram eliminá-lo. Jesus estava entre dois grupos, um o amava e o outro o odiava. Apesar de menos numeroso, o grupo que o odiava detinha o poder e o condenaram à morte na cruz. A nível humano pareceu que a vitória foi do grupo que odiava Jesus. Mas na realidade, a vitória foi do grupo que chorou a morte de Jesus: 10 Derramarei sobre a casa de Davi e sobre todo habitante de Jerusalém um espírito de graça e de súplica, e eles olharão para mim. Quanto ao que traspassaram, eles o lamentarão como na lamentação de um filho único; eles o chorarão como se chora sobre o primogênito (Zc.12,10). Jesus se encarnou para vencer satanás e não para vencer os inimigos humanos.

Pelo pecado, Adão e Eva se tornaram escravos de satanás. Escravos só podem gerar escravos. Todos os descendentes de Adão e Eva eram escravos de satanás. Quem morreu na cruz foi Jesus, mas o vencido foi satanás. Aqueles que choraram a morte de Jesus eram os vencedores, porque através dos méritos dele, eles e seus descentes podiam se libertar do domínio espiritual de satanás: 26 Todos vós, pois, sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. 27 Pois todos vós, que fostes batizados em Cristo, vos revestistes de Cristo (Gl.3,26-27). Como, em relação a Deus, não se obedece a dois senhores, obedecendo a satanás que lhe propôs de comer a fruta proibida, Adão e Eva e todos os seus descendentes se tornaram escravos de satanás. Recebendo um batismo válido que pode ser conferido somente pela Igreja Católica, o indivíduo se liberta da escravidão de satanás e se torna filho adotivo de Deus.

Jesus foi gerado por Deus, por isto Ele é o Filho único de Deus. Nós fomos criados por Deus. Portanto somos criaturas de Deus. Após criar Adão, Deus soprou nele, infundindo nele um princípio eterno e tornando-o filho adotivo semelhante ao próprio Criador. Pelo pecado Adão perdeu o elemento eterno recebido de Deus e voltou a ser simples criatura. Com sua encarnação, morte e ressurreição, Jesus produziu os méritos infinitos com os quais todos podem se salvar e colocou à disposição de todos através da instituição dos sacramentos.

Pelo batismo, todos podem recuperar a filiação divina que Adão perdeu ao cometer o primeiro pecado. Pela filiação humana, o indivíduo pertence a uma família, a uma raça e a um povo. A filiação divina adotiva é superior à filiação humana. Por isto, a adesão à pessoa de Jesus através do batismo e dos demais sacramentos iguala a todos, independentemente de ser Judeu ou não de ser escravo ou livre: 28 Já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um em Cristo Jesus. 29 Ora, se sois de Cristo, então sois verdadeiramente a descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl.3,28-29). É muito mais importante ser filho adotivo de Deus do que livre ou escravo, pertencer a este ou a aquele povo.

Quem se tornou filho adotivo de Deus deve viver como filho de Deus. Jesus deixou claro que não veio para distribuir vantagens ou mordomias. Quem quiser segui-lo, a nível humano, deve estar disposto a permanecer com Ele em sua caminhada para o Calvário.

O mundo incentiva as pessoas a procurar vantagens e mordomias, mesmo que para isto seja necessário abandonar a a honestidade. Mas quem quiser ficar com Jesus deve permanecer fiel, mesmo que o caminho da fidelidade o leve para o Calvário: 23 E disse a todos: “Se alguém quiser vir após mim, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz cada dia e me siga. 24 Pois quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por amor de mim, esse a salvará” (Lc.9,23-24). A vida na terra é curta. A vida após a morte nunca termina. O sofrimento de Jesus desde o momento em que foi preso até à morte na cruz durou por volta de vinte horas. A glória de Jesus ressuscitado durará para sempre. Quem quiser seguir a Jesus, se for necessário, deve submeter-se ao sofrimento nesta vida para participar da glória dele que nunca terá fim.

Código: domin844

Ângelo José Busnardo

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Pe. Ângelo Busnardo.
Enviado por Joanne em 19/06/2013
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