Expressão de liberdade ou intolerância?

Dias atrás, logo após uma manhã de aula na URCA - Universidade Regional do Cariri -, fui até o restaurante universitário para o almoço. Sentei-me e comecei a observar uma conversa entre dois jovens que, enquanto almoçavam, discutiam assuntos referente a movimentos estudantis e políticos, sendo os mesmos participantes de um certo grupo deste tipo.

Ao decorrer do tempo um deles relata suas aventuras como grafiteiro, juntamente com outros jovens, na cidade de Juazeiro do Norte, com o objetivo de escrever frases e mensagens irônicas que fazem críticas a tudo que consideram errado no meio social. Até aí, tudo bem. Mas, me entristeci profundamente quando ouço um dos relatos em que, os rapazes grafiteiros, resolveram demonstrar não só aversão ao cristianismo, como também ódio e desrespeito.

Disse que já era tarde da noite quando ele e seus amigos se dirigiram a uma igreja Batista, começaram a pichar a parede da parte da frente, na qual pretendiam postar uma blasfêmia contra Jesus. Entretanto, graças a Deus, a polícia vinha se aproximando e só tinha dado tempo de escreverem: "JESUS É". Ouvi o que deveria ser o restante da frase, era tão feio que não posso dizer. Quando foram abordados pelos policias, mentiram afirmando se tratar de um grupo de arte cristã, e que simplesmente escreveriam: JESUS É AMOR - nesse momento do relato soam risos entre os rapazes que conversavam.

Não foi difícil notar o ceticismo orgulhoso que brilhava nos olhos daqueles estudantes no momento que sorriam. Este é um lamentável retrato da intolerância antirreligiosa e, mais especificamente, anticristã que caracteriza a perspectiva de muitos que se denominam ateu.

Imediatamente lembrei de um verso bíblico no qual diz que, dentre outras classes de pessoas, haveriam blasfemadores nos últimos dias (2 Timóteo 3:1,2). Ainda me veio a lembrança um outro em que o próprio Jesus fala sobre a blasfêmia: "Portanto, eu vos digo: Todo pecado e blasfêmia se perdoará aos homens; mas a blasfêmia contra o Espírito não será perdoada aos homens. E, se qualquer disser alguma palavra contra o Filho do homem, ser-lhe-á perdoado; mas, se alguém falar contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro." (Mateus 12:31,32).

Se por acaso eu me metesse naquela conversa, usando qualquer fonte bíblica para repreendê-los, certamente argumentariam contra a validade da palavra de Deus. Provavelmente ouviria algo do tipo: "cada um tem sua própria verdade, este livro está ultrapassado".

Sou a favor da liberdade de expressão, entretanto, muitos erroneamente não sabem o que ela significa, e acabam desrespeitando de forma desonesta outros que não pensam iguais a eles. E então pode ocorrer algo semelhante ao fato que descrevi.

Seja ateu, cético, cristão... nenhum argumento que expresse suas crenças podem ser razão para desprezar os outros. Ninguém é obrigado a seguir algum credo. Todos podem discordar contanto que tais discordâncias não sejam levadas ao extremo, realizando atitudes blasfemas, podendo magoar seres humanos que possuem liberdade de expressão e crença. Creio em Deus, creio na bíblia. Entretanto, sei que se isto me levasse a zombar dos ateus, por exemplo, minhas atitudes não seriam exemplo da verdade que professo. Quem poderia seguir os meus ideias desta forma? Seria bom que jovens semelhantes aqueles que encontrei pensassem nisso, e se ocupassem em algo que traria edificação, pelo menos para suas próprias vidas.